Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de Nossa Senhora da Oliveira
Designação
DesignaçãoIgreja de Nossa Senhora da Oliveira
Outras Designações / PesquisasIgreja da Colegiada de Guimarães / Igreja e Colegiada de Guimarães / Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Oliveira / Museu Alberto Sampaio (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBraga/Guimarães/Oliveira, São Paio e São Sebastião
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo da OliveiraOliveira do Castelo Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.442907-8.2924
DistritoBraga
ConcelhoGuimarães
FreguesiaOliveira, São Paio e São Sebastião
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 1-02-1956, publicada no DG, II Série, n.º 94, de 19-04-1956 (com ZNA) (ZEP da Igreja de Nossa Senhora da Oliveira, do Padrão comemorativo da Batalha do Salado e dos Paços Municipais)
Zona "non aedificandi"Portaria de 1-02-1956, publicada no DG, II Série, n.º 94, de 19-04-1956
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO mosteiro pré-românico, fundado por D. Mumadona em 949, e para protecção do qual se construiu um primeiro castelo de Guimarães, deu lugar, ao que tudo indica logo nos inícios do século XII (RAMOS, 1991, v.I, p.86), à Colegiada de Santa Maria de Guimarães, uma das mais importantes e ricas instituições religiosas portuguesas da Baixa Idade Média. Destas primeiras fases muito pouco é o que sabemos, destruídas por reformas posteriores e escassamente documentadas por vestígios materiais remanescentes.
No Museu Alberto Sampaio conserva-se um capitel românico, datado da segunda metade do século XII e procedente do portal principal da igreja, que ajuda a caracterizar, em alguma medida, o que terá sido este templo nos séculos do Românico, com uma iconografia tipicamente beneditina (em torno do Bem e do Mal) e com uma relativa qualidade ao nível do trabalho escultórico. Mais importante é a parte do claustro duocentista que ainda se conserva. Esta quadra foi bastante modificada na época manuelina, mas mantém, ainda, alguns capitéis e, especialmente, a frontaria da Sala do Capítulo. Por estes elementos, podemos concluir ter sido este claustro uma das mais importantes obras românicas da época, ainda com grande carga estética moçárabe - pelo recurso, por exemplo, a arcos de feição ultrapassada -, característica que lhe confere o estatuto de "melhor conjunto românico-mudéjar, em granito, de Portugal" (ALMEIDA, 2001, p.110).
No século XIV, a Colegiada de Guimarães era um importante ponto de romaria e de peregrinação, muito se ficando a dever tal facto à imagem de Santa Maria, a mesma venerada por D. João I, nas vésperas da Batalha de Aljubarrota. Aqui iniciou-se um dos mais importantes capítulos da história deste monumento. Em 1387, na sequência de um voto feito pelo próprio D. João I, procedeu-se à remodelação do anterior edifício. Parece que as obras fundamentais foram bastante rápidas, sendo o novo templo solenemente sagrado em 1401, não obstante notícias posteriores darem conta da continuação dos trabalhos, pelo menos, até 1413.
A reforma gótica da velha Colegiada foi um marco da arquitectura gótica no Norte do país. Em termos planimétricos, a estrutura é comum: três naves de três tramos e transepto saliente, sendo a iluminação muito escassa; características que terão desgostado ao rei, que "não ficou muito satisfeito com as dimensões da igreja" (DIAS, 1994, p.130). Outros elementos, todavia, contrariam a aparente continuidade desta obra. A grande janela do registo superior da fachada principal, organizada como um verdadeiro "janelão-retábulo" (ALMEIDA e BARROCA, 2002, pp.62-63) constitui um dos nossos melhores programas iconográficos góticos. Integralmente dedicado à genealogia da Virgem, compõe-se de uma Árvore de Jessé, a que não falta a Anunciação, a culminar a mensagem mariana e, por esta via, também cristológica do conjunto.
Muito se tem escrito sobre o arquitecto desta campanha: João Garcia de Toledo. O seu nome anda ligado às principais obras do reinado de D. Fernando (CHARRÉU, 1995, vol. I, pp.154-155) e parece ter continuado no cargo após a Revolução, razão da sua escolha pelo monarca. No entanto, com a construção da Oliveira terminava uma fase do Gótico nacional; as décadas seguintes haveriam de ditar uma nova orientação estética, simbolizada pela grande obra, de gosto inglês, que foi o Mosteiro da Batalha.
Da época gótica ficou, ainda, parte das asnas do telhado das naves, decoradas com painéis de pinturas de sabor heráldico, bestiário, etc., obras que constituem, muito provavelmente, o mais antigo conjunto de pinturas nacionais conservadas.
Na época moderna foram várias as remodelações: a nova capela-mor, bastante mais profunda que a original, data do reinado de D. Pedro II; grandes telas barrocas, atribuídas a Pedro Alexandrino, decoram as paredes; em 1801, contra a vontade da população, a Câmara cortou a oliveira, que secularmente definiu o espaço em frente da igreja.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPCruzeiro da Senhora da GuiaIgreja e Oratórios de Nossa Senhora da ConsolaçãoMuralhas de Guimarães
Outra ClassificaçãoCentro Histórico de Guimarães e Zona de Couros
Nº de Imagens23
Nº de Bibliografias28

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
A arquitectura manuelinaDIAS, PedroEdição2009Vila Nova de Gaia
A arquitectura gótica portuguesaDIAS, PedroEdição1994Lisboa
O Tardo-Gótico em Portugal, a Arquitectura no AlentejoSILVA, José Custódio Vieira daEdição1989Lisboa
História da Arte em Portugal - o GóticoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2002Lisboa
História da Arte em Portugal, vol. 3 (o Românico)ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1986Lisboa
História da Arte em Portugal - O RomânicoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2001Lisboa
Alguns documentos da Colegiada de Santa Maria da Oliveira de Guimarães existentes no Arquivo Nacional da Torre do TomboPEREIRA, Isaías da RosaEdição1981GuimarãesSep. Actas Congr. Histórico de Guimaräes e sua Colegiada, 2
Guimarães - roteiro turísticoFONTE, Barroso daEdição1995GuimarãesFotografias de José Bastos
O Mosteiro e a Colegiada de Guimarães, ca. 950-1250RAMOS, Cláudia Maria Novais Toriz da SilvaEdição1991Porto
Património e rendas da Colegiada de Guimarães, em 1442MARQUES, JoséEdição1981GuimarãesSep. Actas Congr. Histórico de Guimaräes e sua Colegiada, 2
A Colegiada de Guimarães no priorado de D. Afonso Gomes de Lemos (1449-1487)MARQUES, JoséEdição1981GuimarãesSep. Actas Congr. Histórico de Guimaräes e sua Colegiada, 2
O Mosteiro de GuimarãesMARQUES, JoséEdição1990Guimarães
"Um percurso por Guimarães medieval no século XV", Patrimonia, nº1, 1996, pp.9-16FERREIRA, Maria da Conceição FalcãoEdição1996
As pinturas dos tectos da igreja da Colegiada de Guimarães e a sua situação no contexto da pintura medieval peninsularTEIXEIRA, Luís ManuelEdição1981GuimarãesSep. Actas - Congresso Histórico de Guimaräes e sua Colegiada, 4
"A simbólica do mal nas pinturas da igreja da Colegiada de Guimarães", Sep. Actas - Congresso Histórico de Guimarães e sua Colegiada, 4TEIXEIRA, Luís ManuelEdição1981Guimarãres
Rendas e arrendamento da Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira de Guimarães (1684-1731)OLIVEIRA, Aurélio deEdição1981GuimarãesSep. Actas Congr. Histórico de Guimaräes e sua Colegiada, 2
Visitações de D. Fr. Baltasar Limpo na Arquidiocese de Braga visitações à colegiada de Nossa Senhora de Oliveira e a outras igrejas da região de GuimarãesSOARES, Franquelim NeivaEdição1983Braga
São Nicolau a sua irmandade e a sua capela na insígne e Real Colegiada de GuimarãesSILVA, Lino Moreira daEdição1994Guimarães
História da Real Colegiada de GuimarãesOLIVEIRA, Manuel Alves deEdição1978Guimarães
"24. Inscrição comemorativa da fundação da Igreja gótica de Nª. Sª. Oliveira", Mil anos a construir PortugalBARROCA, Mário JorgeEdição2000Guimarães
"18. Santa Maria de Guimarães", ficha técnica de catálogo, Mil anos a construir Portugal, 2000, p.87BARROCA, Mário JorgeEdição2000Guimarães
"14. Capitel românico do portal da colegiada de Nª. Sª. Oliveira", ficha técnica de catálogo, Mil anos a construir Portugal, 2000, p.85BARROCA, Mário JorgeEdição2000Guimarães
História da Arte em Portugal - o GóticoBARROCA, Mário JorgeEdição2002Lisboa
"29. Cruz processional", ficha técnica de catálogo, Mil anos a construir Portugal, 2000, p.92BARROCA, Mário JorgeEdição2000Guimarães
"O mundo românico (séculos XI-XIII)", História da Arte Portuguesa, vol.1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.180-331RODRIGUES, JorgeEdição1995Lisboa
"A igreja de Nossa Senhora da Oliveira, em Guimarães", Arquivo Pitoresco, nº4, 1861, p.355BARBOSA, Inácio de VilhenaEdição1861
As mais belas igrejas de Portugal, vol. IGIL, JúlioEdição1988Lisboa
Igreja de N. S. da Oliveira, Boletim da DGEMN, nº 128Edição1981Lisboa
Mil anos a construir PortugalEdição2000GuimarãesCatálogo de exposição

IMAGENS

Igreja de Nossa Senhora da Oliveira - Fachada principal: portal principal

Igreja de Nossa Senhora da Oliveira - Fachada principal: corpo central

Igreja de Nossa Senhora da Oliveira - Fachada principal: janelão-retábulo

Igreja de Nossa Senhora da Oliveira - Fachada principal e do padrão da Batalha do Salado

Igreja de Nossa Senhora da Oliveira - Fachada principal: pormenor do janelão-retábulo (esculturas)

Igreja de Nossa Senhora da Oliveira - Claustro da colegiada: vista parcial da arcaria

Igreja de Nossa Senhora da Oliveira - Claustro da colegiada: porta (antiga porta em arco em ferradura)

Igreja de Nossa Senhora da Oliveira - Claustro da colegiada: acesso à igreja

Igreja de Nossa Senhora da Oliveira - Claustro da colegiada: colunas e capitéis de uma das alas

Igreja de Nossa Senhora da Oliveira - Fachada lateral: janelão gótico do transepto

Igreja de Nossa Senhora da Oliveira - Fachada principal e padrão da Batalha do Salado (IJF)

Igreja de Nossa Senhora da Oliveira - Fachada principal: remate do arco do janelão-retábulo (DGESBA, 1970)

Igreja de Nossa Senhora da Oliveira - Fachada principal: janelão-retábulo (IJF)

Igreja de Nossa Senhora da Oliveira - Fachada principal: pormenor da decoração do janelão-retábulo (DGESBA, 1971)

Igreja de Nossa Senhora da Oliveira - Fachada principal: pormenor da decoração do janelão-retábulo (DGESBA, 1971)

Igreja de Nossa Senhora da Oliveira - Interior: retábulo da Virgem de Belém (DGESBA, 1971)

Igreja de Nossa Senhora da Oliveira - Fachada principal e padrão da batalha do Salado

Igreja de Nossa Senhora da Oliveira - Gravura antiga (DGESBA)

Igreja de Nossa Senhora da Oliveira - Fachada principal: torre sineira

Igreja de Nossa Senhora da Oliveira - Fachada principal

Igreja de Nossa Senhora da Oliveira - Fachada principal e Padrão da Batalha do Salado

Igreja de Nossa Senhora da Oliveira - Fachada principal: torre sineira

Igreja de Nossa Senhora da Oliveira - Fachada principal

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