Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Castro de Vila Nova de São Pedro
Designação
DesignaçãoCastro de Vila Nova de São Pedro
Outras Designações / PesquisasPovoado fortificado de Vila Nova de São Pedro (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Castro
TipologiaCastro
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Azambuja/Manique do Intendente, Vila Nova de São Pedro e Maçussa
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Sítio do Castelo, a cerca de 1 km de Vila Nova de São Pedro- Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.219773-8.84031
DistritoLisboa
ConcelhoAzambuja
FreguesiaManique do Intendente, Vila Nova de São Pedro e Maçussa
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 516/71, DG, I Série, n.º 274, de 22-11-1971 (ver Decreto)
Despacho de homologação de 9-01-1970 do Subsecretário de Estado da Administração Escolar
Parecer de 12-09-1979 da 1.ª Subsecção da 2.ª Secção da JNE a propor que a AAP elaborasse uma planta do castro
Proposta de classificação de 10-06-1969 da delegada da 2.ª Secção da JNE no concelho do Cartaxo
Proposta de classificação de 28-08-1951 da DGFP
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913730
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaInserido no movimento geral de proliferação de povoados fortificados de altura durante o Calcolítico Inicial, ou seja, entre 2700 / 2 500 e cerca de 2 300 a. C., e característicos da Estremadura portuguesa, é provável que tenha ocorrido uma ligação directa entre o crescimento e acumulação de excedentes da produtividade agrícola - à qual passaram a dedicar-se preferencialmente os seus ocupantes - e a necessidade de se erguer todo um complexo sistema defensivo.
Com efeito, o espólio imóvel exumado durante as diversas campanhas de escavação confirma o enraizamento desta actividade económica. Dele, salientamos a presença de moinhos manuais, machados, enxós, goivas e lâminas de sílex, para além das representativas amostras de trigo, cevada e leguminosas, sendo certo que o linho também era cultivado,. Facto este, que, por si só, atestará bem o desenvolvimento de uma outra actividade directamente relacionada com a prática agrícola - além de corroborar o elevado grau de sedentarismo destas populações -, ou seja, a têxtil, ademais confirmada pela descoberta de vários «pesos de tear» em cerâmica no interior do próprio povoado, como seria, aliás, de esperar.
A par da agricultura, a pastorícia ocupava um lugar central na vida quotidiana destes povoados fortificados, embora ainda perdurasem algumas das antigas práticas neolíticas, como a caça, a pesca e a recolecção.
Entre os inúmeros exemplares cerâmicos encontrados, não podemos deixar de mencionar o facto de serem os esféricos altos de bordo espessado e as taças em calote, além dos pratos (embora em menor percentagem) a apresentarem maior expressividade no seio das comuns. Ainda em relação a estes recipientes, verifica-se que cerca de 20% apresenta a superfície decorada com «caneluras» perfazendo linhas paralelas na zona do bordo seguidas de linhas oblíquas formando triângulos, losangos ou linhas quebradas verticais. Do grupo das peças cerâmicas há que destacar ainda o surgimento do denominado «copo», em cujas superfícies se aplicou uma aguada acastanhada, sendo decoradas com sulcos perfazendo diversas figuras geométricas.
Apesar de não ter sido totalmente desconhecida, os vestígios da metalurgia do cobre são bastante diminutos, embora tenham sido descobertas provas da sua actividade, como cadinhos e pingos de fundição. Além disso, foi também levantado um conjunto de artefactos, do qual fazem parte machados planos, punções, cinzéis, facas e serras. No entanto, parece ainda prevalecer toda uma tradição neolítica, patenteada, não apenas ao nível dos materais líticos, como nos casos das pontas de seta, de base côncava, com aletas e retocadas, bem como das lâminas ovóides ou subtrapezoidais retocadas, todas elas executadas em sílex. Para além destes, a presença de artefactos realizados em osso é de igual modo bastante expressiva. São disso exemplo os furadores, os cinzéis, os cabos de uttensílios e dos pequenos recipientes, lisos ou decorados, cuja utilização ainda não foi por completo apreendida.
A estrutura defensiva deste povoado, descoberto por Hipólito Raposo, que, juntamente a Eugène Jalhay, iniciou, em 1936, uma longa série de campanhas arqueológicas no sítio, sofreu, como é natrural, alterações ao longo da sua utilização. Foi já em pleno Calcolítico Pleno (entre c. de 2 300 e c. de 2 000 a. C.), que se assistiu ao reforço de todos os seus sistemas, derivação provável da própria estratégia de implantação do Castro, o qual, como a maioria dos edificados nesta altura, se encontrava próximo de abundantes recursos agrícolas e inserido naquilo que poderemos designar de eixos de intercâmbio de produtos necessários a actividades secundárias, como seria a própria metalurgia e a execução de objectos em materiais mais raros (casos do osso).
[AMartins]
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens1
Nº de Bibliografias14

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
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"O povoado fortificado Neo e Eneolítico do Penedo de Lexim (Mafra). Campanha preliminar de escavações - 1970", O Arqueólogo PortuguêsARNAUD, José Eduardo MoraisEdição1971Lisboa3ª série: 5, pp. 97-132
"O povoado fortificado Neo e Eneolítico do Penedo de Lexim (Mafra). Campanha preliminar de escavações - 1970", O Arqueólogo PortuguêsJORGE, Vítor de OliveiraEdição1971Lisboa3ª série: 5, pp. 97-132
"O povoado fortificado Neo e Eneolítico do Penedo de Lexim (Mafra). Campanha preliminar de escavações - 1970", O Arqueólogo PortuguêsOLIVEIRA, Vasco Salgado deEdição1971Lisboa3ª série: 5, pp. 97-132
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"Desestruturação e complexização: aspectos e problemas da 1ª Idade do Bronze na «Península de Lisboa»", Turres Veteras IV - Actas de Pré-história e História AntigaSENNA-MARTINEZ, João Carlos deEdição2002Torres Vedraspp. 77-93
"O "fenómeno" Campaniforme na Estremadura Portuguesa", Actas do 3º Congresso de Arqueologia Peninsular. Pré-História recente da Península IbéricaCARDOSO, JoãoEdição2000PortoVol. 4, pp. 353-380
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"O colar de conchas de "glycimeris" da Lapa do Suão (Bombarral)", Revista de GuimarãesFERREIRA, Octávio da VeigaEdição1968Guimarãesvol. 78, pp.1-2, p. 55-60.
"Um esconderijo de fundidor encontrado no castro de S. Bernardo (Moura)", O Arqueólogo PortuguêsFERREIRA, Octávio da VeigaEdição1971Lisboa3.ª série, vol 5, pp. 139-144.
"O Castro da Pedra do Ouro (Alenquer)", O Arqueólogo PortuguêsBARBOSA, ErnâniEdição1956Lisboanova série, vol. 3, pp. 75-85.

IMAGENS

Castro de Vila Nova de São Pedro - Vista parcial

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