Igreja e ruínas do Mosteiro de Santa Maria das Júnias | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Igreja e ruínas do Mosteiro de Santa Maria das Júnias | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Mosteiro de Santa Maria das Júnias (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Mosteiro - Itinerário de Cister | ||||||||||||
Tipologia | Mosteiro - Itinerário de Cister | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | Itinerários de Cister | ||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Vila Real/Montalegre/Pitões das Junias | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Vila Real | ||||||||||||
Concelho | Montalegre | ||||||||||||
Freguesia | Pitões das Junias | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 37 728, DG, I Série, n.º 4, de 5-01-1950 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | Parecer favorável de 01-10-2008 do Conselho Consultivo do IGESPAR,I.P. Proposta de 21-04-2005 da DRPorto | ||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Conjunto | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 12699926 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | Nos últimos anos foi possível chegar a conclusões mais precisas a respeito da fundação do mosteiro. A tendência actual é para rejeitar as opiniões que situam a instituição da comunidade pelo século IX, em benefício de uma cronologia a rondar a década de 40 do século XII. "Efectivamente, a primeira referência segura de que dispomos (...) é uma inscrição gravada na face exterior da parede Norte da Nave, (...) onde se pode ler: Era Mª Cª 2 XXXVª", data que, pelo calendário gregoriano, corresponde ao ano de 1147. "Pela sua cronologia e implantação", este letreiro deve estar relacionado com "algum evento de particular relevância para a comunidade", eventualmente a "Sagração ou Dedicação do templo de Santa Maria das Júnias" (BARROCA, 1994, pp.419-420). Desse primeiro período conservam-se importantes vestígios românicos, em particular na nave rectangular, que é decorada interiormente por frisos com figurações em pontas de lança. No exterior, as peças mais importantes desta fase são os dois portais (axial e laterais), cuja ornamentação obedece às determinantes artísticas experimentadas em torno da Sé de Braga ainda na primeira metade do século XII. O portal ocidental é de arco de volta perfeita, de duas arquivoltas (a exterior ornamentada com o tema das pontas de lança e realçada por moldura) que repousam em impostas decoradas com motivos geométricos, do tipo de corações invertidos. O tímpano é vazado, ao centro, por cruz de braços iguais, inserida em círculo, sobre lintel de decoração vegetalista estilizada. Os portais laterais, apesar de parcialmente mutilados na zona do lintel, ainda conservam importantes parcelas românicas, como o tímpano, de cruz vazada. Algum tempo depois de terminada a igreja, deve-se ter edificado o claustro. Este revela já "tendências góticas, embora socorrendo-se ainda de arcos de volta perfeita" (IDEM, p.427). O que resta do conjunto claustral (apenas o ângulo Nordeste) é insuficiente para uma mais rigorosa catalogação desta parcela, mas é de supor que tenha sido edificado na primeira metade do século XIII, recorrendo a uma decoração já essencialmente vegetalista. Pelos meados dessa centúria, a comunidade beneditina abraçou outra regra monástica, a de Cister. Apesar das evidentes diferenças, não consta que se tenham realizado grandes obras de adaptação, pelo menos no espaço religioso. A implantação do mosteiro respondia, de igual modo, aos anseios dos cistercienses, com extremo isolamento da comunidade e um aro rural para trabalhar, onde a água era um valor determinante. É de presumir que as dependências monásticas, localizadas a Norte da igreja, tenham sido intervencionadas, mas pouco mais podemos adiantar, até porque toda esta zona foi reconstruída na época moderna. A capela-mor original foi alteada no final da Idade Média, em virtude de o local onde o mosteiro havia sido construído apresentar um forte assoreamento. O arco triunfal foi também mexido nessa altura, datando presumivelmente do século XV a decoração de esferas que ornamenta as suas impostas. Nos inícios de Quinhentos, o conjunto deve ter atravessado um período de acentuada crise, cujo resultado foi o abandono da comunidade. Em 1533, porém, com a visita do abade de Claraval, D. Edme de Saulieu, o mosteiro foi reactivado, realizando-se, então, as dependências a Norte da igreja, algumas das quais com dois andares, que ainda hoje se conservam. A edificação deste complexo deve ter sido lenta, uma vez que ainda se documentam obras no século XVIII. O isolamento e a escassez de recursos económicos, todavia, nunca terão permitido grande desafogo por parte dos monges. Em 1834, o mosteiro foi extinto e as suas dependências foram aproveitadas pelos habitantes de Pitões para os mais diversos fins, convertendo-se a sua igreja em paroquial. Parcialmente intervencionado pela DGEMN, em 1981, não foi, até agora, possível definir um plano coerente de valorização e reconversão funcional, apesar dos vários estudos já consagrados ao edifício. PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 13 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 16 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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Arquitectura Românica de Entre Douro e Minho | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1978 | Porto | |
História da Arte em Portugal, vol. 3 (o Românico) | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1986 | Lisboa | |
"O mundo românico (séculos XI-XIII)", História da Arte Portuguesa, vol.1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.180-331 | RODRIGUES, Jorge | Edição | 1995 | Lisboa | |
História da Arte em Portugal - O Românico | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 2001 | Lisboa | |
Portugal roman, vol. I | GRAF, Gerhard N. | Edição | 1986 | ||
"Cister, a arquitectura e a cultura artística na época moderna", Arte de Cister em Portugal e Galiza (catálogo da exposição), pp. 230-279 | PEREIRA, José Fernandes | Edição | 1998 | Lisboa | |
Routier des abbayes cisterciennes du Portugal | COCHERIL, Maur | Edição | 1986 | Paris | |
Montalegre e Terras do Barroso.Notas Históricas sobre Montalegre freguesias do concelho e região do Barroso | COSTA, João Gonçalves da | Edição | 1987 | vol. 1 | |
Montalegre e Terras de Barroso | COSTA, João Gonçalves da | Edição | 1968 | Montalegre | p. 43 |
"Primeiras Impressões sobre a Arquitectura românica portuguesa", Revista da Faculdade de Letras do Porto, Série História, nº1, pp.3-56 | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1972 | Porto | |
"Materiais para a arqueologia do concelho de Montalegre", O Arqueólogo Português | BARREIROS, Fernando Braga | Edição | 1920 | Lisboa | vol. 24, pp. 67 - 68 |
Epigrafia medieval portuguesa (862-1422) | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 2000 | Lisboa | |
"A construção cisterciense em Portugal durante a Idade Média", Arte de Cister em Portugal e na Galiza, catálogo de exposição, pp.43-96 | REAL, Manuel Luís | Edição | 1998 | Lisboa | |
"Mosteiro de Santa Maria das Júnias. Notas para o estudo da sua evolução arquitectónica", Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2ª sér., vol. XI, pp.417-446 | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 1994 | Porto | |
Pitões das Júnias. Esboço de monografia etnográfica | GUERREIRO, Manuel Viegas | Edição | 1981 | Lisboa | |
"Mosteiro de Pitões das Júnias. Um caso de obstinação", Revista Descobrir, nº0, pp.110-115 | MARTINS, Clara Joana | Edição | 1995 | Lisboa |
Mosteiro de Santa Maria das Júnias - Planta com a delimitação e ZEP propostas pelo CC
Mosteiro de Santa Maria das Júnias - Enquadramento geral
Mosteiro de Santa Maria das Júnias - Enquadramento geral
Mosteiro de Santa Maria das Júnias - Vista geral do conjunto
Mosteiro de Santa Maria das Júnias - Muro e portão de entrada do cemitério, adossado à parede norte da igreja
Mosteiro de Santa Maria das Júnias - Fachada lateral sul da igreja e ângulo nordeste do complexo monástico, em ruínas
Mosteiro de Santa Maria das Júnias - Fachada lateral sul da igreja e arcadas do claustro (ângulo nordeste)
Mosteiro de Santa Maria das Júnias - Claustro enquadrado pelas dependências monásticas (a sul) e pela igreja (a norte)
Mosteiro de Santa Maria das Júnias - Fachada lateral sul da igreja, com friso decorativo e cornija moldurada
Mosteiro de Santa Maria das Júnias - Dependências monásticas (zona de serviços) a sul do conjunto
Mosteiro de Santa Maria das Júnias - Ângulo sudeste das dependências monásticas
Mosteiro de Santa Maria das Júnias - Chaminé setecentista da cozinha (ângulo sudoeste do conjunto monástico)
Mosteiro de Santa Maria das Júnias - Vista geral do conjunto monástico (lado sul)