Ruínas do Castelo de Faria e da estação arqueológica subjacente | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Ruínas do Castelo de Faria e da estação arqueológica subjacente | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Povoado do Castelo de Faria (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arqueologia / Conjunto | ||||||||||||
Tipologia | Conjunto | ||||||||||||
Categoria | Arqueologia | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Braga/Barcelos/Pereira | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Braga | ||||||||||||
Concelho | Barcelos | ||||||||||||
Freguesia | Pereira | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 40 684, DG, I Série, n.º 146, de 13-07-1956 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Sítio | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 12220649 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | Faria é um dos mais importantes e discutidos castelos do Entre-Douro-e-Minho. A sua primeira forma deve corresponder aos séculos IX-X, embora a primeira referência documental date apenas de de 1099, ano em que o comando da fortaleza estava entregue ao tenens Soeiro Mendes da Maia. Pelo apelido deste nobre, fácil é de perceber a importância do castelo no quadro da nobreza fundiária que, então, dominava a política portucalense, em pleno regime condal. Essa importância foi confirmada ao longo do século XII, por uma série de diplomas e pelo prestígio de alguns nobres que tiveram a fortificação a seu cargo, casos de Ermígio Riba Douro, Mem de Riba Vizela ou Garcia de Sousa. Cabeça da poderosa Terra de Faria, alguns autores pretenderam ver neste castelo um dos míticos locais onde deflagrou a revolta dos condes portucalenses contra D. Teresa, que conduziu à Batalha de São Mamede (1128) e à subida ao trono de D. Afonso Henriques. Um pouco antes desse recontro, algumas fortalezas juraram fidelidade ao futuro rei, por oposição a D. Teresa e Fernão Peres de Trava. Entre elas, contou-se a de Neiva (a Norte do Douro) e a da Feira (a Sul daquele rio), dando à "revolução" um sentido verdadeiramente "nacional". A passagem de mãos destes castelos consta da Crónica galego-portuguesa de Espanha e de Portugal e, durante algum tempo, permaneceu a dúvida se o castelo da Feira mencionado não seria antes o de Faria. Após os estudos de MATTOSO, KRUS e ANDRADE, 1989, Feira tornou-se a opinião mais consensual, ainda que alguns argumentos de sentido contrário, invocados por A. de Almeida FERNANDES, 1991, nunca tenham sido devidamente refutados. O mais célebre episódio da sua história foi, todavia, o que ocorreu em 1373. O facto chegou-nos por via de Fernão Lopes e por uma versão romanceada de Alexandre Herculano (ed. 1992, vol. I, pp.187-197), e narra a recusa de Nuno Gonçalves de Faria, então alcaide do castelo, em entregar as chaves da fortaleza ao exército galego invasor. No século XV, com a subida ao trono da dinastia de Avis, o castelo entrou em declínio e não mais voltou a ter a importância dos tempos baixo-medievais. É precisamente do século XIV o mais importante espólio resgatado, apesar de existirem outros materiais que podem recuar ao início da nacionalidade. Esporas de roldana, estibos, pomos de espadas, fivelas, fragmentos de malhas metálicas, pontas de virotão, etc., são alguns dos elementos que a arqueologia resgatou da arruinada fortaleza e que constituem um dos mais importantes núcleos nacionais de armamento medieval (BARROCA, 2000, p.324). Ainda do local procede um lote de moedas do reinado de D. Fernando (REIS, 1950) e permanece a dúvida sobre a real origem do chamado "Túmulo de Faria", alvo de recente estudo de Carla Varela FERNANDES, 2001-2002, e que Carlos Alberto Ferreira de ALMEIDA, 1990, p.39, admite poder ter vindo do castelo. Arquitectonicamente, a fortaleza encontra-se algo adulterada, quer pela erosão dos séculos, quer por algumas discutíveis opções do "Grupo dos Alcaides de Faria Pro-Franqueira", fundado em 1929 e sediado em Barcelos, que aqui efectuou escavações em 1930, 1932, 1936 e 1949, e que iniciou a reconstrução da torre de menagem. A sua intervenção no local permitiu, no entanto, identificar vestígios de um povoado fortificado da Idade do Ferro, visível no muralhado duplo de pedra solta e irregular, nas habitações de planta predominantemente circular, com o respectivo buraco de poste ao centro, bem como noutras estruturas anexadas de planta rectangular, possivelmente destinadas a guardar gado, a par de arruamentos estreitos lageados e fragmentos cerâmicos característicos desta cronologia proto-histórica, a confirmar, no fundo, o seu posicionamento estratégico, ao proporcionar um bom domínio sobre a paisagem envolvente. Tipologicamente, o castelo é românico, com torre de menagem isolada no centro do recinto muralhado, cuja cerca interior é a única que parece ser medieval. PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 5 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 15 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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"O túmulo de Faria: problematização à luz da iconografia, plástica e cronologia", Lusitania Sacra, 2ª série, t.13-14, pp.583-596 | FERNANDES, Carla Varela | Edição | 2001 | Lisboa | |
Castelologia medieval de Entre-Douro-e-Minho. Das origens a 1220 | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1978 | Porto | |
Barcelos | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1990 | Lisboa | |
História da Arte em Portugal, vol. 3 (o Românico) | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1986 | Lisboa | |
"Castelo de Faria. Campanha de escavações de 1981", Barcellos - Revista, nº1, pp.79-88 | ALMEIDA, Carlos Alberto Brochado de | Edição | 1982 | Barcelos | |
Catálogo do Museu Arqueológico de Barcelos | ALMEIDA, Carlos Alberto Brochado de | Edição | 1991 | Barcelos | |
"O feito dos Alcaides de Faria", Mínia, 2ª ser., nº1, pp.59-76 | RAMOS, Luís A. de Oliveira | Edição | 1978 | Braga | |
O Concelho de Barcelos Aquém e Além Cávado (1948), 2ªed. fasimiliada | FONSECA, Teotónio da | Edição | 1987 | Barcelos | |
Faria 1127-1128 e não Feira | FERNANDES, A. de Almeida | Edição | 1991 | Guimarães | |
"29. Espora de espeto", Pera Guerrejar. Armamento medieval no espaço português, ficha técnica de catálogo, pp.290-291 | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 2000 | Palmela | |
"51. Pomo de espada", Pera Guerrejar. Armamento medieval no espaço português, ficha técnica de catálogo, pp.323-324 | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 2000 | Palmela | |
Necrópoles e sepulturas medievais de Entre-Douro-e-Minho: séculos V a XV | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 1987 | Porto | Tese de aptidão pedagogica Publicado a 1987 |
O castelo e a Feira. A Terra de Santa Maria nos séculos XII a XIII | MATTOSO, José | Edição | 1989 | Lisboa | |
"Raridades numismáticas achadas no histórico castelo de Faria", Boletim do Grupo Alcaides de Faria, nº2, pp.25-31 | REIS, Pedro Batalha | Edição | 1950 | Barcelos | |
"O castelo de Faria", Lendas e Narrativas, vol. I, pp.187-197 | HERCULANO, Alexandre | Edição | 1992 | Lisboa | |
O castelo e a Feira. A Terra de Santa Maria nos séculos XII a XIII | KRUS, Luís | Edição | 1989 | Lisboa | |
Catálogo do Museu Arqueológico de Barcelos | ANTUNES, João Manuel Viana | Edição | 1991 | Barcelos | |
O castelo e a Feira. A Terra de Santa Maria nos séculos XII a XIII | ANDRADE, Amélia Aguiar | Edição | 1989 | Lisboa | |
Catálogo do Museu Arqueológico de Barcelos | MILHAZES, Cláudia | Edição | 1991 | Barcelos |
Parede da torre do tempo de D. Dinis
Vista geral da acrópole
Plano da muralha e da torre de D. Dinis
A muralha depois de reerguida
Planta com a delimitação e a ZP actualmente em vigor
Palacete Vilar de Allen
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4150-081 Porto, Portugal
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