Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Castelo de Tomar
Designação
DesignaçãoCastelo de Tomar
Outras Designações / PesquisasCastelo de Tomar (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Castelo
TipologiaCastelo
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaSantarém/Tomar/Tomar (São João Baptista) e Santa Maria dos Olivais
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Tomar Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.603578-8.417573
DistritoSantarém
ConcelhoTomar
FreguesiaTomar (São João Baptista) e Santa Maria dos Olivais
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 30-08-1946, publicada no DG, n.º 265, de 14-11-1946 (com ZNA) (ZEP do mosteiro de Cristo, aqueduto e castelo de Tomar)
Zona "non aedificandi"Portaria de 30-08-1946, publicada no DG, n.º 265, de 14-11-1946 (ZEP do mosteiro de Cristo, aqueduto e castelo de Tomar)
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaD. Afonso Henriques concedeu aos Templários a defesa das linhas que conduziam a Coimbra, a capital do reino durante o século XII. Nesse processo, a Ordem do Templo entrou na posse de um vasto território entre-Tejo-e-Mondego, que teve por objectivo controlar o acesso meridional a Coimbra e cujo centro nevrálgico era, precisamente, Tomar. A carta régia de doação data de 1159 e o castelo começou a ser edificado um ano depois, de acordo com uma inscrição que se conserva na torre de menagem. Em 1162, o mestre da Ordem passou carta de foral aos moradores, o que revela que, em escassos três anos, houve uma preocupação efectiva por parte dos novos senhores em dotar o local de condições mínimas de defesa, povoamento e dinâmica sócio-económica.
As origens do castelo devem ser, contudo, anteriores a essa doação. Vários autores chamaram a atenção para vestígios que provam a anterioridade de uma estrutura militar, de contornos ainda pouco definidos, mas que pode remontar à época romana e que se terá mantido pelo período islâmico (PONTE e MIRANDA, 1998, pp.176-177). E nas muralhas da fortaleza encontram-se reaproveitadas algumas placas decorativas de cronologia moçárabe (consideradas visigóticos por BATATA, 1997, pp.103-105), provavelmente procedentes do sítio de Santa Maria dos Olivais, na margem esquerda do rio Nabão.
A escolha dos Templários para segurança de Coimbra teve uma inequívoca carga militar, algo que a Ordem estava plenamente capacitada para assegurar. Com efeito, é ao Templo e ao mestre Gualdim Pais (1158-1195), que se deve a renovação da arquitectura militar em Portugal, prova de que estava "na posse das melhores técnicas militares da época" (BARROCA, 1990/91, p.122).
Apesar das múltiplas alterações verificadas no recinto fortificado, a maior parte delas relacionada com as sucessivas campanhas de alargamento do Convento de Cristo, são ainda numerosos e significativos os elementos românicos da fortaleza. O mais importante é, com certeza, a torre de menagem. Trata-se de um dispositivo introduzido no nosso país pelos Templários e que tem em Tomar o seu testemunho mais antigo (BARROCA, 2001, p.107). De planta rectangular, eleva-se em três andares, bem acima das muralhas que delimitam a alcáçova. Esta é de planta genericamente poligonal, com algumas faces curvas e mantém apenas a torre de menagem no seu interior.
Abaixo deste recinto superior, existe um mais vasto espaço que correspondeu, inicialmente, à vila fortificada da Baixa Idade Média. A planta é igualmente irregular e desenvolve-se em cunha no sentido nascente, rematando numa poderosa torre quadrangular, conhecida como torre da rainha. Esta secção da muralha integra outro elemento vincadamente românico e introduzido na arquitectura militar pelos Templários - o alambor, sistema de "embasamento rampeado dos muros", destinado a "dificultar os trabalhos de sapa e de mina, a impedir a aproximação de torres de assalto e a eliminar ângulos mortos na base das muralhas" (IDEM, p.110). Em Tomar, como salientou Mário Barroca, o alambor foi empregue "numa dimensão nunca mais vista entre nós", circundando toda a muralha e determinando mesmo a inclinação das próprias seteiras.
Ao longo dos séculos, o recinto foi ocupado por múltiplas construções, em particular pelo conjunto do Convento de Cristo. A Charola românica, edificada na transição para o século XIII, implantou-se na secção poente do castelo e, a partir de então, uma série de novos espaços e volumes foi edificada. Em 1499, por ordem de D. Manuel, a população intra-muros foi obrigada a deslocar-se para a vila, junto ao rio Nabão. Na primeira metade do século XVI, os paços da rainha foram ampliados, desenvolvendo-se no sentido setentrional, entre a charola e a alcáçova. Em 1618, destruiu-se a torre Noroeste para se ampliar a entrada no recinto, mas não consta que se tenham verificado muitas destruições, a ponto de o conjunto ter chegado aos nossos dias como um dos mais genuínos castelos medievais nacionais.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens18
Nº de Bibliografias18

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
As Origens de Tomar. Carta Arqueológica do ConcelhoBATATA, Carlos António MoutosoEdição1997TomarPublicado a 1997
Inventário Artístico de Portugal, Distrito de SantarémSEQUEIRA, Gustavo de MatosEdição1949LisboaLocal de Edição - Lisboa Publicado a 1949 Data do Editor : 1949
História de TomarROSA, AmorimEdição1982TomarData do Editor : 1982
História da Arte em Portugal, vol. 3 (o Românico)ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1986Lisboa
Castelos PortuguesesMONTEIRO, João GouveiaEdição2002LisboaLivro sem bibliografia Este guia propõe, para um vasto público, uma visão sintética da história da arquitectura militar portuguesa bem como um entendimento aprofundado dos elementos constituintes e funcionais dos castelos românico e gótico.
Castelos PortuguesesPONTES, Maria LeonorEdição2002LisboaLivro sem bibliografia Este guia propõe, para um vasto público, uma visão sintética da história da arquitectura militar portuguesa bem como um entendimento aprofundado dos elementos constituintes e funcionais dos castelos românico e gótico.
"Tomar: História e Geografia Humanas no tempo e no espaço", Arqueologia na Região de Tomar, pp.13-25PONTE, Salete daEdição1985Tomarp. 13-26
"Algumas considerações sobre os castelos da Ordem do Templo em Portugal - o exemplo paradigmático de Castelo Branco", 3º Congresso de Arqueologia Peninsular, 1999OLIVEIRA, Nuno VillamarizEdição1999Vila Real
História da Arte em Portugal - O RomânicoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2001Lisboa
Os mais belos castelos e fortalezas de PortugalCABRITA, AugustoEdição1986Lisboa
Os mais belos castelos e fortalezas de PortugalGIL, JúlioEdição1986Lisboa
A gloriosa história dos mais belos castelos de PortugalPERES, DamiãoEdição1969Barcelos
"Castelo templário e Convento de Cristo. Ocupação paleocristã e muçulmana", Al-Madan, 2ª série, nº7, pp.175-177PONTE, Salete daEdição1998Almada
"Castelo templário e Convento de Cristo. Ocupação paleocristã e muçulmana", Al-Madan, 2ª série, nº7, pp.175-177MIRANDA, JuditeEdição1998Almada
"A Ordem do Templo e a arquitectura militar portuguesa do século XII", Portugália, vol. XVII-XVIII, pp.171-209BARROCA, Mário JorgeEdição1997Porto
"Da Reconquista a D. Dinis", Nova História Militar de Portugal, vol. I, pp.21-161BARROCA, Mário JorgeEdição2003Lisboa
"Castelos românicos portugueses (séc. XII e XIII)", Românico em Portugal e na Galiza, catálogo de exposição, pp. 88-111BARROCA, Mário JorgeEdição2001Lisboa
Castelo dos Templários. Origens da cidade de TomarMACHADO, P. S. de LacerdaEdição1936Tomar
Tomar medieval. O espaço e os homens (sécs. XIV-XV), Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade Nova de LisboaCONDE, Manuel Sílvio AlvesEdição1988Lisboa
O Convento de Cristo em Tomar e as obras durante o período filipino, Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Letras de LisboaJANA, ErnestoEdição1990Lisboa
"Abordagem arqueo-histórica dos Paços do Castelo dos Templários (sondagem 1985)", Boletim Cultural e Informativo da Câmara Municipal de Tomar, nº11-12PONTE, Salete daEdição1989Tomar

IMAGENS

Convento de Cristo - Vista aérea do conjunto

Castelo de Tomar - Pano de muralha e Charola do Convento de Cristo

Castelo de Tomar - Pano da muralha voltada a sul

Castelo de Tomar - Troço de muralha e caminho da ronda

Castelo de Tomar - Planta com a delimitação e a ZEP actualmente em vigor

Castelo de Tomar - Trecho da muralha do castelo templário

Castelo de Tomar - Castelo dos templários: vista a partir da torre de menagem

Castelo de Tomar - Vista aérea

Convento de Cristo - Ruínas do Paço do Infante

Castelo de Tomar - Porta do Sol

Castelo de Tomar - Passeio de ronda da Almedina

Castelo de Tomar - Muralhas com o grande alambor

Castelo de Tomar - Alcaçova (fachada norte)

Castelo de Tomar - Ruína dos Paços do Infante e alcaçova

Castelo de Tomar - Muralhas com cubelos e alambor

Convento de Cristo - Paços do Infante: pormenor de ara votiva romana

Castelo de Tomar - Praça de Armas da Alcaçova

Castelo de Tomar - Torre de Menagem

MAPA

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