Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Monumento funerário eneolítico do Barro
Designação
DesignaçãoMonumento funerário eneolítico do Barro
Outras Designações / PesquisasTholos do Barro / Tholos da Pena / Monumento funerário da Pena (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Monumento Megalítico
TipologiaMonumento Megalítico
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Torres Vedras/Santa Maria, São Pedro e Matacães
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Casal da PenaLugar do Barro Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.067437-9.262503
DistritoLisboa
ConcelhoTorres Vedras
FreguesiaSanta Maria, São Pedro e Matacães
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 32 973, DG, I Série n.º 175, de 18-08-1943 (voltou a classificar o Monumento funerário eneolítico do Barro) (ver Decreto)
Decreto n.º 30 838, DG, I Série, n.º 254, de 1-11-1940 (suspendeu o diploma anterior quanto aos imóveis que fossem propriedade particular, até que se cumprisse o disposto no art.º 25.º do Decreto n.º 20 985, DG, I Série, n.º 56, de 7-03-1932) (ver Decreto) (ver Decreto))
Decreto n.º 30 762, DG, I Série, n.º 225, de 26-09-1940 (classificou o mesmoo monumento funerário com a designação de Monumento funerário eneolítico do Barro) (ver Decreto)
Decreto de 16-6-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (classificou o Monumento funerário da Pena) (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12737527
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaFoi no seguimento dos estudos desenvolvidos no século dezanove pelos pioneiros da Geologia e da Pré-história em território nacional que o "Monumento funerário eneolítico", mais vulgarmente conhecido por "Tholos do Barro" ou "Tholos da Pena", foi identificado ainda nos inícios da nova centúria.
Com efeito, e tal como sucedia amiúde, esta estação arqueológica foi descoberta na sequência de obras de construção conduzidas no local em 1908, que permitiram colocar a descoberto materiais pré-históricos prontamente recolhidos pelo poeta e publicista P.e José Joaquim d'Abreu Campo Santo (1841-1909), do Colégio do Barro. E seria outro prelado, dessa feita de nacionalidade francesa, o P.e Paul Bovier-Lapierre, a prospectar o terreno, encontrando o tholos
Entrara-se, na realidade, num dos períodos mais interessantes da investigação arqueológica no nosso país, depois de 1885 ter assistido à primeira tentativa de institucionalização do seu exercício, por intermédio do seu reconhecimento académico, com a inauguração, na Universidade de Coimbra, da cadeira de "Antropologia, Paleontologia Humana e Arqueologia Pré-histórica", poucos anos antes de o MEP (vide supra) assegurar a formação de colecções arqueológicas constituídas com artefactos recolhidos um pouco por todo o Portugal continental (Cf. MACHADO, J. L. S., 1964). Conjuntamente às mais destacadas figuras do Muzeu Ethnologico Portuguez (MEP) e a investigadores actuantes de forma independente de organismos estatais, as alterações de fundo efectuadas na legislação portuguesa relacionada com a salvaguarda de vestígios antigos possibilitou o alargamento e aprofundamento de prospecções e escavações arqueológicas, com vista a um melhor conhecimento das realidades passadas, agora que se reconhecera superiormente a existência de um valor arqueológico passível de ser preservado e legado às gerações futuras (Cf. MARTINS, A. C., 2005).
Motivados por este contexto mais favorável, o pré-historiador P.e Eugène Jalhay (1891-1950) e Félix Alves Pereira iniciaram a exploração do tholos ainda neste mesmo ano (1909), conduzindo os materiais exumados (artefactos de sílex, pedra polida, cobre e bronze, a par de exemplares cerâmicos e de contas, para além dos característicos ídolos cilíndricos) para o MEP (MADEIRA, J., GONÇALVES, J. L. M., RAPOSO, L. e PARREIRA, R., 1972, p. 207), justamente à luz dos decretos entretanto publicados, que lhe conferiam primazia nestes casos (Id., Idem.).
Na verdade, o termo correspondente, na actualidade, ao concelho de Torres Vedras sobressai, sem dúvida, pela riqueza de arqueossítios, num testemunho indiscutível da diversidade dos recursos cinegéticos essenciais à sobrevivência humana, patenteado, ademais, no número de arqueossítios identificados até ao momento na região, não sendo, por conseguinte, surpreendente que avultem sítios funerários, nomeadamente dos atribuídos ao Calcolítico, revelando-se alguns exemplares fundamentais "[...] para o estudo da cultura do vaso campaniforme [...]." (FERREIRA, O. da V., 1970, p. 180) no actual território português.
Erguido no lado Sul do topo do Monte da Pena, de onde se desfruta de excelente visibilidade sobre a paisagem circundante, o tholos ostenta evidente monumentalidade, dispondo de câmara sepulcral de planta circular com ca de seis metros de diâmetro revestida com blocos pétreos sobrepostos formando falsa cúpula (= tholos), ao interior da qual se acedia por corredor com aproximadamente quatro metros de comprimento. A estrutura era integralmente envolvida por mamoa - ou tumulus -, constituído, neste caso, por material pétreo, perfazendo ca de treze metros de diâmetro.
[AMartins]
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens1
Nº de Bibliografias12

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Complexificação das sociedades e sua inserção numa vasta rede de intercâmbios", Nova História de PortugalJORGE, Vítor de OliveiraEdição1990Lisboapp. 213-255
"Processo official do monumento pré-histórico do Monte da Pena (Torres Vedras)", O Arqueólogo PortuguêsPEREIRA, Félix AlvesEdição1909Lisboa1.ª série, vol. 14, pp. 354-369
"Desenvolvimento da hierarquização social e da metalurgia", Nova História de PortugalJORGE, Susana de OliveiraEdição1990Lisboavol. I - Portugal das Origens à Romanização, pp. 181-187
"A consolidação do sistema agro-pastoril", Nova História de PortugalJORGE, Susana de OliveiraEdição1990Lisboapp. 102-162
Tesouros Artísticos de PortugalALMEIDA, José António Ferreira deEdição1976Lisboa
"Grutas artificiais da Quinta das Lapas (Torres Vedras)", Boletim Cultural da Junta Distrital de LisboaFERREIRA, Octávio da VeigaEdição1970Lisboapp. 177-187
"Sepulturas pré-históricas de caracter mycenense", O Arqueólogo PortuguêsVASCONCELLOS, José de Leite deEdição1902Lisboa1.º série, vol. 7, pp. 128-134
"O Calcolítico na região de Torres Vedras", Turres Veteras IV. Actas de Pré-história e História AntigaLUCAS, Maria MiguelEdição2002Torres Vedraspp. 33-65
"Subsídios para a História do Museu Etnológico do Dr. Leite de Vasconcellos", O Arqueólogo PortuguêsMACHADO, João Luís SaavedraEdição1964Lisboa
"Achados da Idade do Bronze no Monte da Pena (Barros - Torres Vedras). Notícia prévia", O Arqueólogo PortuguêsPARREIRA, RuiEdição1972Lisboasérie III, vol. VI, pp. 207-212
"Achados da Idade do Bronze no Monte da Pena (Barros - Torres Vedras). Notícia prévia", O Arqueólogo PortuguêsGONÇALVES, João Ludgero MarquesEdição1972Lisboasérie III, vol. VI, pp. 207-212
A Associação dos Arqueólogos Portugueses na senda da salvaguarda patrimonial. Cem anos de transformação (1863-1963). Texto policopiado. Tese de Doutoramento em Letras.MARTINS, Ana CristinaEdição2005LisboaTese de Doutoramento defendida na Reitoria da Universidade de Lisboa em Junho de 2006. Tese impressa em dois volumes: - I - aparato crítico; - II - aparato iconográfico.
"Achados da Idade do Bronze no Monte da Pena (Barros - Torres Vedras). Notícia prévia", O Arqueólogo PortuguêsRAPOSO, LuísEdição1972Lisboasérie III, vol. VI, pp. 207-212
"Armas, utensílios e esconderijos. Alguns aspectos da metalurgia do Bronze Final: o depósito do Casal dos Fiéis de Deus", Revista Portuguesa de ArqueologiaMELO, Ana Ávila deEdição2000Lisboavol. 3, n.º 1, pp. 15-120
"Achados da Idade do Bronze no Monte da Pena (Barros - Torres Vedras). Notícia prévia", O Arqueólogo PortuguêsMADEIRA, JoãoEdição1972Lisboasérie III, vol. VI, pp. 207-212

IMAGENS

Tholos do Barro ou da Pena - Vista geral

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