Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Anta pintada de Antelas
Designação
DesignaçãoAnta pintada de Antelas
Outras Designações / PesquisasAnta pintada de Antelas (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Anta
TipologiaAnta
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViseu/Oliveira de Frades/Pinheiro
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Lugar de AntelasPinheiro Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
40.712555-8.243913
DistritoViseu
ConcelhoOliveira de Frades
FreguesiaPinheiro
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 45/93, DR, I Série-B, n.º 280, de 30-11-1993 (alterou a designação para "Anta pintada de Antelas" e a freguesia para Pinheiro de Lafões) (ver Decreto)
Decreto n.º 29/90, DR, I Série, n.º 163, de 17-07-1990 (classificou a "Anta pintada de Antela", na freguesia de Antela) (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181504
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaDever-se-ão a Aristides Amorim Girão (1895-1960), catedrático e director da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, as primeiras referências de que dispomos sobre a "Anta pintada de Antelas", numa altura - anos vinte - em que ainda preponderava o entusiasmo conferido pela intelectualidade de finais de oitocentos aos monumentos megalíticos (GIRÃO, A. de A., 1925). O que não deveria surpreender, pois o registo destas antas integrava-se nas principais directrizes de trabalho delineadas pelas três circunscrições dos Conselhos de Arte e Arqueologia do Conselho dos Monumentos Nacionais, cujos vogais efectivos vinham, há muito, pugnando pela inventariação sistemática das denominadas "riquezas artísticas e arqueológicas" do país. E, neste contexto, não estranhará que tais exemplares acabassem por ser incluídos na primeira grande listagem dos "monumentos nacionais", publicada em decreto de 1910, onde, pela primeira vez, entre nós, os vestígios arqueológicos assumiam um estatuto legal equiparável às demais construções humanas, ainda que a "Anta da Arca" nela não figurasse, certamente por ter sido identificada a posteriori.
Entretanto, a segunda metade da década de cinquenta correspondeu à realização de campanhas arqueológicas conduzidas no sítio por Luís de Albuquerque e Castro, Octávio Reinaldo da Veiga Ferreira (1917-?) e Abel Viana (?-1964), após o que foi soterrado de novo, a fim de preservar as pinturas nele existentes (vide infra), e no decorrer das quais foi exumado um número considerável de artefactos arqueológicos, entre os quais diversos micrólitos, machados de xisto e placas votivas (JORGE, S. O., 1990, p. 139), actualmente visionáveis no Museu dos Serviços Geológicos de Portugal, sediado em Lisboa (CASTRO, L. de A. E, VEIGA FERREIRA, O. R. da, VIANA, A.. 1957). Não obstante, "[...] é notória a raridade de artefactos idoliformes nestes monumentos do Centro." (JORGE, S. O., Idem, p. 139).
Erguida no Neo-calcolítico desta região do actual território português, numa das vertentes da Serra das Talhadas, numa freguesia pontuada por outras mâmoas, a "Anta pintada de Antelas" (ou dolmen, segundo a denominação francesa adoptada entre nós ainda no século XIX) ostenta de modo perfeitamente harmonizado com o terreno circundante, a mâmoa - ou tumulus - envolve uma câmara funerária composta de oito esteios graníticos com diâmetro máximo de vinte metros e altura aproximada de dois metros e meio. Quanto ao corredor, propriamente dito, com pouco menos de três metros e meio, apresenta-se diferenciado da câmara, tanto em planta, quanto em altura, enquanto que o intra-tumular, localizado entre a entrada do monumento e o corredor, possui quase cinco metros e meio de extensão, sendo precedido de um pátio de configuração ovalada e pavimentado no mesmo material pétreo.
A característica que mais notabiliza este testemunho funerário megalítico reside, porém, no facto de todos os esteios da câmara evidenciarem pinturas e algumas gravuras, nas quais predominam as composições esquemáticas (geométricas), simbólicas (abstractas) e seminaturalistas (figurativas), executadas a preto e a duas gradações de vermelho, constituindo, na opinião de alguns autores, "[...] a expressão mais singular e criativa deste fenómeno regional beirão [do megalitismo]." (Id., Idem, p. 140).
Tendo como centro compósito o desenho presente no esteio de cabeceira, em torno do qual parece desenvolver-se toda a trama pictórica, as figurações fixadas nas suas superfícies graníticas têm sido interpretadas como representando os inumados, deuses, elementos astrais e evocativos da própria Natureza, numa comunhão em nada estranha a estas comunidades inseridas em pleno processo de consolidação do sistema agro-pastoril.
[AMartins]
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias6

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Dólmen de Antelas (Pinheiro de Lafões, Oliveira de Frades, Viseu)", Estudos Pré-HistóricosCRUZ, Domingos de Jesus daEdição1995Viseun.º 3, pp. 263-264
"O dolmén pintado de Antelas (Oliveira de Frades)", Comunicações dos Serviços Geológicos de PortugalFERREIRA, Octávio da VeigaEdição1957Lisboat. 38, fasc. 2, pp. 325-348
Antiguidades Pré-históricas de Lafões. Contribuição para o estudo da Arqueologia de PortugalGIRÃO, Aristides de AmorimEdição1921Coimbrap. 68
"Arte rupestre em Portugal (Beira Alta)", BiblosGIRÃO, Aristides de AmorimEdição1925Coimbrat. 3, fasc. 1, pp. 81-95
"A consolidação do sistema agro-pastoril", Nova História de PortugalJORGE, Susana de OliveiraEdição1990Lisboapp. 102-162
"O dolmén pintado de Antelas (Oliveira de Frades)", Comunicações dos Serviços Geológicos de PortugalVIANA, AbelEdição1957Lisboat. 38, fasc. 2, pp. 325-348
"300 Sítios arqueológicos visitáveis em Portugal", Al-madanRAPOSO, JorgeEdição2001Almada2.ª série, n. º10, pp.100-157
"O dolmén pintado de Antelas (Oliveira de Frades)", Comunicações dos Serviços Geológicos de PortugalCASTRO, Luís de Albuquerque eEdição1957Lisboat. 38, fasc. 2, pp. 325-348

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