Grutas artificiais do Tojal de Vila Chã ou Carenque | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Grutas artificiais do Tojal de Vila Chã ou Carenque | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Grutas artificiais de Carenque / Necrópole de Carenque / Grutas Artificiais do Tojal de Vila Chã (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arqueologia / Gruta | ||||||||||||
Tipologia | Gruta | ||||||||||||
Categoria | Arqueologia | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Lisboa/Amadora/Mina de Água | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Lisboa | ||||||||||||
Concelho | Amadora | ||||||||||||
Freguesia | Mina de Água | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 26 235, DG, I Série, n.º 16, de 20-01-1936 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | Devolvido à DRC de Lisboa e Vale do Tejo, por despacho de 23-01-2012 da subdiretora do IGESPAR, I.P., para refazer a proposta e respetivas restrições Proposta de 12-01-2012 da DRC de Lisboa e Vale do Tejo | ||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Sítio | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 181502 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | O actual município da Amadora mereceu sempre uma atenção especial por parte dos pioneiros da Arqueologia portuguesa, constituindo, já no segundo quartel do século XX, uma das áreas de prospecção privilegiada do director do, já então, "Museu do Dr. José Leite de Vasconcellos", Manuel Heleno (1894-?).
A procura deste território por parte de diferentes comunidades ao longo de milénios seria facilmente explicada pela diversidade dos recursos cinegéticos que oferecia, de entre os quais a riqueza de linhas de água não seria, certamente, alheia. Uma realidade que se reflectiu, por exemplo, em pleno Calcolítico, nomeadamente no respeitante ao megalitismo presente nesta zona, como testemunham as "Grutas artificiais do Tojal de Vila Chã ou Carenque", mais vulgarmente conhecidas por "Grutas de Carenque". Na verdade, este exemplar reflectirá, no fundo, as alterações entretanto operadas no seio das comunidades humanas em pleno processo de consolidação do sistema agro-pastoril, surgindo, justamente nas penínsulas de Lisboa e Setúbal, "[...] um novo tipo de sepulcro destinado à inumação colectiva, cujas afinidades morfológicas mediterrânicas são bastante incisivas - as grutas artificiais ou "hipogeus"." (JORGE, S. O., 1990, p. 126), que teriam ampla utilização já durante o Calcolítico, num fenómeno de igual modo denominado de tholoi. Constituída por três grutas artificiais abertas em calcários brandos da região [com paralelos observados nas grutas artificiais da Quinta do Anjo (Palmela), da Alapraia e de São Pedro do Estoril], a "Necrópole de Carenque" (como é também denominada) foi descoberta em 1932 por M. Heleno (vide supra) (Cf. HELENO, M., 1932), que logo promoveu a sua classificação como "Monumento Nacional", numa demonstração clara do ascendente que ia exercendo pessoalmente nos círculos políticos portugueses da época, ao mesmo tempo que do papel (ainda que limitado) paulatinamente auferido pelos organismos instituídos entre nós exclusivamente consagrados à Arqueologia a partir, precisamente, deste ano de 1932 (MIRANDA, J. A., 1994, p. 149). As três grutas ostentam, como seria de esperar, uma disposição comum, a exemplo do corredor de acesso - efectuado por intermédio de um pequeno portal - à câmara funerária de planta sub-circular coroada por clarabóia talhada no topo do mesmo afloramento calcário e coberta (tal como o próprio corredor) por grandes lajes configuradas no mesmo material. Para além de vestígios osteológicos humanos, foram recolhidos no local diversos exemplares cerâmicos associados às inumações, com destaque para as taças e copos canelados e taças campaniformes, a par de artefactos executados em osso, como agulhas e botões, para além de objectos líticos e metálicos, como nos casos de pontas de seta, lâmina e punhais, todos de carácter claramente utilitário (Do Paleolítico ao Romano, p. 41). A par deste conjunto de materiais indicadores, de algum modo, das actividades desenvolvidas pelas comunidades que construíram e utilizaram estes sepulcros colectivos (JORGE, S. O., 1990, pp. 181-184) - mas cujos povoados correspondentes ainda não foram cabalmente identificados, apesar de algumas iniciativas levadas a efeito nesse sentido (ARNAUD, J. E. M., GAMITO, T. J., 1972, pp. 119-161) -, merecem especial realce todos quantos se inserem no universo "mágico-simbólico" destas populações, os mais frequentes dos quais serão, sem dúvida, os denominados "ídolos" de calcário, tanto lisos quanto decorados, assim como as representações de determinados utensílios, e exemplo da enxó, juntamente a exemplares das características placas de xisto e lúnulas, materiais megalíticos, por excelência, executados grosso modo entre os IV e III milénios a. C.. [AMartins] | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 8 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 9 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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"O povoado fortificado neo e eneolítico da Serra das Baútas ( Carenque, Belas)", O Arqueólogo Português | GAMITO, Teresa Júdice | Edição | 1972 | Lisboa | 3.ª série, vol. 6, pp. 119-161 |
"A consolidação do sistema agro-pastoril", Nova História de Portugal | JORGE, Susana de Oliveira | Edição | 1990 | Lisboa | pp. 102-162 |
"Desenvolvimento da hierarquização social e da metalurgia", Nova História de Portugal | JORGE, Susana de Oliveira | Edição | 1990 | Lisboa | vol. I - Portugal das Origens à Romanização, pp. 181-187 |
"O povoado fortificado neo e eneolítico da Serra das Baútas ( Carenque, Belas)", O Arqueólogo Português | ARNAUD, José Eduardo Morais | Edição | 1972 | Lisboa | 3.ª série, vol. 6, pp. 119-161 |
Grutas artificiais do Tojal de Vila Chã (Carenque) | HELENO, Manuel | Edição | 1932 | Lisboa | p. 25 |
"300 Sítios arqueológicos visitáveis em Portugal", Al-madan | RAPOSO, Jorge | Edição | 2001 | Almada | 2.ª série, n. º10, pp.100-157 |
"Os copos no povoado calcolítico de Vila Nova de São Pedro", Revista Portuguesa de Arqueologia | FERREIRA, Sónia Duarte | Edição | 2003 | Lisboa | 6:2, pp. 181-228 |
"Necrópole de Carenque. Notícia de abertura ao público", Al-madan | MIRANDA, Jorge Augusto | Edição | 1994 | Amadora | II série, n.º 3, pp. 149-150 |
Do Paleolítico ao Romano | MIRANDA, Jorge Augusto | Edição | 1999 | Amadora | |
Do Paleolítico ao Romano | ENCARNAÇÃO, Gisela | Edição | 1999 | Amadora | |
Do Paleolítico ao Romano | ROCHA, Eduardo | Edição | 1999 | Amadora | |
"O Povoado da Espargueira/Serra das Éguas e a Necrópole de Carenque - breves apontamentos sobre os artefactos ósseos provenientes destes sítios em depósito no Museu Nacional de Arqueologia", Actas do Quarto Encontro de Arqueologia Urbana | SALVADO, Maria Clara | Edição | 2003 | Amadora | p. 219 |
Grutas artificiais do Tojal de Vila Chã ou Carenque - Abertura superior
Grutas artificiais do Tojal de Vila Chã ou Carenque - Passagem
Grutas artificiais do Tojal de Vila Chã ou Carenque - Entrada da gruta
Grutas artificiais do Tojal de Vila Chã ou Carenque - Entrada da gruta
Grutas artificiais do Tojal de Vila Chã ou Carenque - Entrada da gruta
Grutas artificiais do Tojal de Vila Chã ou Carenque - Abertura superior
Grutas artificiais do Tojal de Vila Chã ou Carenque - Abertura superior
Grutas artificiais do Tojal de Vila Chã ou Carenque - Entrada da gruta
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