Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Castro do Bom Sucesso
Designação
DesignaçãoCastro do Bom Sucesso
Outras Designações / PesquisasCastro do Bom Sucesso (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Povoado Fortificado
TipologiaPovoado Fortificado
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViseu/Mangualde/Tavares (Chãs, Várzea e Travanca)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Bom Sucesso Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
40.632964-7.605117
DistritoViseu
ConcelhoMangualde
FreguesiaTavares (Chãs, Várzea e Travanca)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 67/97, DR, I Série-B, n.º 301, de 31-12-1997 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181502
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaClassificado como "Monumento Nacional" em 1997, o "Castro do Bom Sucesso" posiciona-se topograficamente de modo privilegiado em termos defensivos, tal como sucede na maioria destes povoados, denominados de "altura", os quais, nesta região beirã, assomaram em plena Idade do Bronze Final, sobretudo a partir do século X a. C. Mas também em locais de onde se desfrutava de um bom domínio visual sobre a paisagem envolvente, assim como em zonas particularmente propícias à sobrevivência das comunidades humanas que os elegessem.
Na verdade, é possível que, a par da localização geo-estratégica, a riqueza cinegética da região desempenhasse um papel central nesta escolha, como se infere da sua reutilização em períodos subsequentes, designadamente ao longo da Idade do Ferro e do próprio período de ocupação romana deste termo do actual território português, este último bem presente numa via construída nas proximidades do "castro" com lajes graníticas, com aproximadamente cinquenta metros de extensão.
Mas terá sido justamente na passagem do II para o I milénio a. C. que surgiram, um pouco por toda a Beira Baixa e Beira Alta, vários exemplares desta tipologia arqueológica em locais com boas condições naturais de defesa, complementadas, muito naturalmente, com muralhas, fossos ou aterros (JORGE, V. O., 1990, p. 239), como sucede no caso em epígrafe.
Da primitiva estrutura defensiva remanescem, contudo, apenas alguns troços de muralha que envolveria toda uma área onde se desenrolavam as actividades quotidianas, das quais são ainda visíveis estruturas habitacionais de planta predominantemente circular, à semelhança de outros povoados desta natureza e época.
É possível, ainda, que este testemunho se inserisse numa ampla rede de povoamento emergida na Idade do Bronze, em zonas interiores até então pouco desenvolvidas, a exemplo do Baixo Mondego, acompanhando "[...] a absorção e reprodução local de armas, utensílios e objectos de adorno metálicos, expressão do desenvolvimento e poder das elites locais que controlam a sua produção e circulação." (SENNA-MARTÍNEZ, 1998, p. 219).
Não obstante, os estudos realizados nos últimos anos colocarão nos últimos dois séculos do II milénio a. C. o papel de "lugares centrais" desempenhado por alguns destes povoados, conquanto não constituíssem centros de confrontos militares, funcionando, pelo contrário, como "[...] garantes de um equilíbrio regional [...] possibilitando uma mútua cooperação que permitisse o funcionamento regular dos mecanismos de circulação de pessoas e bens indispensáveis ao sistema de "wealth finance" que pensamos fundamentaria a economia e o poder das elites locais." (Id., Idem, p. 222), permeáveis a contactos com o "comércio" atlântico e mediterrânico.
[AMartins]
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias2

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Complexificação das sociedades e sua inserção numa vasta rede de intercâmbios", Nova História de PortugalJORGE, Vítor de OliveiraEdição1990Lisboapp. 213-255
"Produção, ostentação e redistribuição: Estrutura Social e Economia Política no Grupo Baiões/Santa Luzia", Existe uma Idade do Bronze Atlântico?SENNA-MARTINEZ, João Carlos deEdição1998LisboaTrabalhos de Arqueologia, n.º 10, pp. 219-230

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