Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Anta da Herdade da Ordem
Designação
DesignaçãoAnta da Herdade da Ordem
Outras Designações / PesquisasAnta da Herdade da Ordem (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Anta
TipologiaAnta
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPortalegre/Avis/Alcórrego e Maranhão
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Herdade da Ordem- Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.940079-8.017247
DistritoPortalegre
ConcelhoAvis
FreguesiaAlcórrego e Maranhão
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA par da exploração dos povoados de altura, predominantemente datáveis da Idade do Ferro - os denominados castros ou citânias -, foram os monumentos megalíticos os testemunhos do passado mais remoto da presença humana no actual território português que mereceram maior atenção por parte de quem se dedicava à jovem ciência arqueológica, seguindo uma tradição há muito enraizada noutros países, nomeadamente em Inglaterra e em França, para citarmos apenas estes dois países, nalguns dos quais acabariam por ser politicamente utilizados, nomeadamente para estruturar pretensões de foro regionalista e/ou nacionalista.
Não terá sido este, propriamente, o caso ocorrido em Portugal, ainda que se registasse, em determinados momentos, uma certa necessidade de comprovar a anterioridade de exemplares megalíticos existentes em território nacional relativamente aos registados em solo espanhol, muito provavelmente em face de algumas pretensões de conotação iberista assomadas já durante o segundo quartel do século XIX (Cf. MARTINS, A. C., 2005).
Não podemos esquecer, em todo o caso, que as diversas tipologias megalíticas sobressaiam, a maioria das vezes, de modo acentuado na paisagem envolvente, sendo, por conseguinte, de fácil identificação, ao mesmo tempo que suscitavam uma curiosidade natural decorrente de todo um desconhecimento relativo à utilização primeva da maioria das respectivas tipologias, envoltas durante séculos nas mais díspares especulações e fabulações. Ademais, os sepulcros megalíticos, ou seja, os dólmenes - ou antas (como serão mais conhecidos em parte expressiva das nossas regiões) - atraíam sobremaneira a curiosidade de cientistas e diletantes, não apenas pela sua estrutura, como, sobretudo, pelo espólio associado que seria alcançado com a sua investigação, a par do facto de se pretender estabelecer uma cronologia com base na análise construtiva, seguindo o princípio evolucionista linear, então predominante no seio da comunidade científica ocidental.
A verdade é que as antas acabaram por ocupar um lugar central nas actividades arqueológicas dos percursores da Arqueologia conduzida em Portugal entre finais de oitocentos, princípios de novecentos, figurando de modo destacado na primeira lista de estruturas antigas a merecerem, entre nós, a classificação de "monumento nacional", com todas as implicações legais acarretadas por uma medida similar a tantas outras em vigor noutros estados europeus.
Classificada, justamente, em 1910, nas vésperas da implantação republicana, a "Anta da Herdade da Ordem" integra, na realidade, uma vasta necrópole dolménica constituída por mais sete exemplares funerários.
Destacada na paisagem (ROCHA, L., 1999, p. 74), a anta então classificada - a n.º 1 -, cujas semelhanças arquitectónicas e artefactuais permitirão afirmar a simultaneidade da sua utilização relativamente às restantes sete (Id., Ibid., 75), apresenta câmara sepulcral de planta circular com ca de quatro metros de diâmetro, conservando sete dos esteios que a constituiriam na origem e a laje - ou "chapéu" - de cobertura in situ. Com sete metros de comprimento, quase um metro e meio de largura e praticamente meio de altura, o corredor de acesso ao interior da câmara ainda ostenta dezasseis esteios distribuídos uniformemente em ambos os lados, assim como uma das tampas que o cobririam na totalidade. Além disso, encontra-se bem visível a mamoa original - ou tumulus - destinada a cobrir a totalidade da estrutura assim erguida durante o Neo-calcolítico da região.
Do abundantes espólio recolhido no local, destacam-se fragmentos de cerâmica simples e decorada, a par de pendentes e contas de xisto, de contas de pedra verde, vários alfinetes, machados e enxós, entre outros artefactos, para além das características placas de xisto, com a particularidade de se encontrarem cobertas de ocre vermelho junto à zona de perfuração (Id., Ibid., 79).
[AMartins]
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens3
Nº de Bibliografias5

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Die Megalithgraber der Iberischen Halbinsel: der Westen", Madrider ForschungenLEISNER, Georg KlausEdição1959Berlim
"Die Megalithgraber der Iberischen Halbinsel: der Westen", Madrider ForschungenLEISNER, VeraEdição1959Berlim
El neolítico de Pavía (Alentejo-Portugal)CORREIA, VergílioEdição1921Madridpp. 11-24
"Some new views of the engraved slate plaques of southwest Iberia", Revista Portuguesa de ArqueologiaLILLIOS, Katina TobiasEdição2002Lisboa5:2, pp. 135-151
A Associação dos Arqueólogos Portugueses na senda da salvaguarda patrimonial. Cem anos de transformação (1863-1963). Texto policopiado. Tese de Doutoramento em Letras.MARTINS, Ana CristinaEdição2005LisboaTese de Doutoramento defendida na Reitoria da Universidade de Lisboa em Junho de 2006. Tese impressa em dois volumes: - I - aparato crítico; - II - aparato iconográfico.
"Aspectos do megalitismo da área de Pavia, Mora (Portugal)", Revista Portuguesa de ArqueologiaROCHA, LeonorEdição1999Lisboavol. 2, n.º 1, pp. 71-94

IMAGENS

Anta da Herdade da Ordem - Corredor e câmara

Anta da Herdade da Ordem - Vista geral

Anta da Herdade da Ordem - Enquadramento geral

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt