Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Convento de São João de Tarouca, com todos os elementos que ainda possui
Designação
DesignaçãoConvento de São João de Tarouca, com todos os elementos que ainda possui
Outras Designações / PesquisasMosteiro de São João de Tarouca / Convento e Igreja de São João de Tarouca / Mosteiro e Igreja de São João de Tarouca (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Convento - Itinerário de Cister
TipologiaConvento - Itinerário de Cister
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário TemáticoItinerários de Cister
Localização
Divisão AdministrativaViseu/Tarouca/São João de Tarouca
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua da IgrejaSão João de Tarouca Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
40.994603-7.746113
DistritoViseu
ConcelhoTarouca
FreguesiaSão João de Tarouca
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 95/78, DR, I Série, n.º 210, de 12-09-1978 (esclareceu que a classificação passa a abranger o Convento de São João de Tarouca, com todos os elementos que ainda possui) (ver Decreto)
Decreto n.º 40 684, DG, I Série, n.º 146, de 13-07-1956 (classificou a Igreja de São João de Tarouca) (ver Decreto)
ZEPPortaria n.º 189/99, DR, II Série, n.º 56, de 8-03-1999 (sem restrições)
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaDurante muito tempo considerado a mais antiga fundação cisterciense em Portugal, estudos recentes vieram retirar-lhe esse estatuto, em benefício da comunidade de São Cristóvão de Lafões, vinculada a Cister a partir de, provavelmente, 1137 (Cfr. REAL, 1998, p.43). Tal facto, todavia, não implica uma eventual secundarização de Tarouca, cujas características revelam exemplarmente a revolução que, no século XII, os cistercienses operaram no panorama construtivo nacional. E se, em Lafões, o mosteiro medieval não sobreviveu até hoje, em Tarouca conserva-se ainda o essencial da obra original.
Ao que tudo indica, os primeiros monges fixaram-se neste ponto do rio Varosa por 1140, ano em que D. Afonso Henriques passou carta de couto a uma comunidade observante da regra de São Bento. Quatro anos mais tarde, o mesmo monarca doou o couto de Santa Eulália aos monges de Tarouca, documento onde se refere, expressamente, que a instituição se regia secundum Ordinem Cisterciensium (IDEM, 1998, p.44).
O ritmo da construção do edifício (ou, pelo menos, da sua igreja) foi bastante rápido. Através de duas epígrafes, sabemos que a primeira pedra do actual edifício terá sido lançada em 1154 e que este foi dedicado em 1169, pelo arcebispo de Braga, D. João Peculiar. Em aproximadamente quinze anos, a comunidade estava apta a celebrar os seus ofícios e, por essa mesma altura, os trabalhos nas dependências conventuais deveriam correr a bom ritmo.
Estilisticamente, Tarouca integra-se no vocabulário cisterciense da primeira época, fortemente marcado por "exigências de austeridade e de isolamento (...) do rigor e do perfeito" (ALMEIDA, 2001, p.135). Não espanta, por isso, a sua simplicidade estrutural e planimétrica, valores reforçados pela quase total ausência de decoração e, até, de suportes, limitando-se o conjunto ao essencial. Com a sua cabeceira tripartida escalonada (de testeiras rectas), transepto saliente e corpo igualmente tripartido de cinco tramos, o templo é integralmente coberto por abóbadas de berço quebrado, cuja sistemática aplicação reforça a unidade do conjunto.
Alguns autores, baseados numa lápide entretanto desaparecida, atribuíram o projecto a um enigmático Ioannes Foylaci de Tarauca (FERNANDES, 1970). A verdade, todavia, é que estamos perante um arquitecto que conhecia bem as obras cistercienses borgonhesas, eventualmente Claraval II (ALMEIDA, 2001, p.136), devendo o referido João Froilaz ser um importante nobre regional, que terá custeado parte da obra, processo de associação tão comum entre os cistercienses (REAL, 1998, p.76). A concentração de siglas, nas paredes do mosteiro, mostra uma forma de trabalho distinta da seguida em praticamente todo o nosso românico, sendo este mais um argumento para a importação do plano e dos canteiros, eventualmente os próprios monges.
Ao longo da Baixa Idade Média, Tarouca foi um dos mais importantes estabelecimentos monacais nacionais. Aqui se fez sepultar o Conde de Barcelos, D. Pedro, filho bastardo de D. Dinis, num monumental túmulo de granito, decorado com cenas de caça nos faciais, tema característico de uma nobreza fundiária em busca de prestígio social e legitimação.
As grandes transformações aconteceram nos séculos XVII e XVIII, períodos em que se desenvolveram grandes programas de actualização estética e funcional do conjunto. À fachada principal foi acrescentado o actual portal, maneirista, encimado por nicho com a imagem de São João, e os dois janelões barrocos. No interior, destaca-se o retábulo-mor de talha dourada, datado de 1702, e o órgão de tubos, de meados do século. Destes períodos é igualmente a reforma do claustro e das alas monacais.
Sujeito a um parcial restauro nos anos 30 e 40 do século XX, Tarouca é actualmente objecto de um estudo integrado que visa esclarecer os pontos essenciais da sua história medieval, com particular incidência para a hipótese de assentamentos pré-cistercienses e para o seu território baixo-medieval.
PAF
ProcessoPelo IP 3, saída em Lamego ou em Viseu seguindo em direcção a São João de Tarouca; ou a 15 km de Lamego, na estrada Lamego-Guarda
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens21
Nº de Bibliografias32

BIBLIOGRAFIA

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"Uma nova inscrição do século XIII no Mosteiro de S. João de Tarouca", Estudos/Património, n.º 5, pp. 96-105SEBASTIAN, LuísEdição2003Lisboan.º 5, pp. 96-105.
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Mosteiro de São João de TaroucaRODRIGUES, Miguel Carlos Lopes Brandão AreosaEdição2001Lisboa

IMAGENS

Convento de São João de Tarouca - Fachada principal da igreja

Convento de São João de Tarouca - Interior da igreja: túmulo do Conde de Barcelos

Convento de São João de Tarouca - Interior da Sacristia

Convento de São João de Tarouca - Portaria n.º 189/99, DR, II Série, n.º 56, de 08-03-1999 - Texto e planta do diploma

Convento de São João de Tarouca - Vista geral

Convento de São João de Tarouca - Interior: Escultura de São Bento de Núrcia

Convento de São João de Tarouca - Interior da sacristia: pintura mural do tecto

Convento de São João de Tarouca - Interior da sacristia: pintura mural do tecto

Convento de São João de Tarouca - Interior da sacristia: tecto com pintura mural

Convento de São João de Tarouca - Fachada Sul do antigo dormitório em ruínas: corpo central

Convento de São João de Tarouca - Interior do espaço da antigo dormitório em ruínas (lado poente)

Convento de São João de Tarouca - Vista geral (fachada lateral sul da igreja)

Convento de São João de Tarouca - Casa da Tulha: acesso ao centro de acolhimento

Convento de São João de Tarouca - Interior da Casa da Tulha: átrio do centro de acolhimento

Convento de São João de Tarouca - Vista geral (fachada principal da igreja)

Convento de São João de Tarouca - Vista geral (fachada principal da igreja)

Convento de São João de Tarouca - Vista geral (fachada lateral direita da igreja)

Convento de São João de Tarouca - Vista geral do antigo dormitório em ruínas

Convento de São João de Tarouca - Vista parcial das ruínas e da torre sineira restaurada

Convento de São João de Tarouca - Vista geral do antigo dormitório em ruínas

Convento de São João de Tarouca - Fachada principal da igreja: remate do portal, janelas e rosácea

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