Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja dos Clérigos, designadamente a sua torre
Designação
DesignaçãoIgreja dos Clérigos, designadamente a sua torre
Outras Designações / PesquisasIgreja e Torre dos Clérigos (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPorto/Porto/Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Campo dos Mártires da PátriaPorto Número de Polícia:
Rua da AssunçãoPorto Número de Polícia:
Rua de São Filipe NeryPorto Número de Polícia:
Rua dos ClérigosPorto Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.145739-8.614339
DistritoPorto
ConcelhoPorto
FreguesiaCedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 22-10-1953, publicada no DG, II Série, n.º 6, de 8-01-1954 (com ZNA)
Zona "non aedificandi"Portaria de 22-10-1953, publicada no DG, II Série, n.º 6, de 8-01-1954
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaDo conjunto de obras concebidas pelo arquitecto toscano Nicolau Nasoni no Norte de Portugal, a igreja e torre dos Clérigos é, não apenas a sua obra documentada mais antiga, mas também aquela que maior projecção conheceu. Facto que se deve, em grande medida, ao impacto do conjunto, à sua complexidade e à estranheza das formas, no sentido em que eram pouco comuns à arquitectura da época, e em particular ao Norte do país.
A documentação subsistente permite-nos acompanhar o andamento dos trabalhos, que tiveram início em 1732, ou seja, no ano seguinte à aprovação do plano de Nasoni pela Irmandade dos Clérigos. Esta, existia desde 1707, com sede na Igreja da Misericórdia, resultando da fusão de três confrarias (ALVES, 1989, p. 122). Nesse ano, era presidente o deão Jerónimo de Távora e Noronha, protector de Nasoni, o que terá favorecido a escolha deste arquitecto. Como responsáveis pela obra encontramos nomes próximos do artista toscano - António Pereira (responsável pelo traçado de São João Novo e cuja obra se confunde com a de Nasoni), o entalhador Miguel Francisco da Silva e, por fim, já na última fase, Manuel António de Sousa.
As obras da igreja foram bastante demoradas (com uma interrupção entre 1734 e 1745). Neste último ano, foi necessário proceder a uma vistoria dos alicerces da fachada, destruindo-se o que existia para se levantar de novo, com bases seguras. Por este facto, o templo estaria totalmente concluído somente em data próxima a 1750, muito embora a escadaria de acesso ao portal principal remonte aos anos de 1750-53/1754 (e posteriormente alterada em 1827).
Se na fachada observamos uma composição cenográfica (que encobre o corpo da igreja), que se desenvolve na vertical e tira partido de um amplo leque de elementos decorativos de cariz tardo-barrocos (comuns à formação pictórica de Nasoni) (SMITH, p. 89), o espaço interior é marcado pelo desenho elíptico da sua planta, que recorda modelos de arquitectura romana, como a igreja de Santa Maria in Campitelli, de Carlo Reinaldi (WOHL, 1993; SERRÃO, 2003, p. 268), ou a igreja de Santiago de Valeta, em Malta (ALVES, 1989, p. 123). Por sua vez, a galeria que percorre a nave, de origem toscana, constituiu uma novidade na arquitectura do Norte, razão pela qual foi utilizada como modelo em muitas das igrejas construídas posteriormente (SMITH, 1966, p. 91). A monumentalidade do espaço interno acentua-se através do retábulo marmóreo (colorido) da capela-mor, executado entre 1767 e 1780 pelo arquitecto Manuel dos Santos Porto. As representações das virtudes da Virgem enquadram-se na iconografia da igreja, dedicada, desde a fundação, a Nossa Senhora da Assunção.
Por sua vez, o projecto da torre e da Casa dos Clérigos é mais tardio, tendo sido aprovado em 1754. A enfermaria e a secretaria, atrás da igreja, estavam concluídas em 1759, e a Torre, com os seus 240 degraus e 75 metros de altura, foi terminada entre 1757 e 1763, constituindo a "síntese do estilo de Nasoni", onde os valores estruturais imperam sobre os decorativos que, no entanto, se vão intensificando à medida que nos aproximamos do topo da torre (FERREIRA ALVES, 1989, p. 125). As semelhanças entre esta obra máxima do arquitecto toscano e a Torre Nueva da Sé aragonesa de Zaragoza, da autoria de Gian Bautista Contini (1641-1722), são evidentes ao nível da configuração e da linguagem barroco-romana. Ainda que Nicolau Nasoni possa não ter conhecido esta obra, a proximidade entre ambas "trai o domínio das mesmas fontes do classicismo romano de Seiscentos" (SERRÃO, 2003, p. 268).
Nesta medida, a igreja e torre dos Clérigos é considerada o ex-libris do Porto, uma das primeiras igrejas barrocas da cidade ("onde este estilo se apresenta organizado e estruturado em função da planimetria, do espaço, da decoração e da escala"(FERNANDES, 1995, p. 72)), e a primeira grande obra de Nasoni, cujas arquitecturas marcaram tão fortemente a paisagem urbana do Norte do país nas décadas centrais do século XVIII. (RC)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPCentro Histórico do Porto, Ponte Luiz I e Mosteiro da Serra do Pilar
Outra ClassificaçãoCentro Histórico do Porto, Ponte Luiz I e Mosteiro da Serra do PilarZona histórica do Porto
Nº de Imagens16
Nº de Bibliografias10

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Nicolau Nasoni, arquitecto do PortoSMITH, Robert C.Edição1966
"O barroco do século XVIII", História da Arte Portuguesa, vol.3PEREIRA, José FernandesEdição1995Lisboapp. 51-181.
Porto a Património Mundial - Processo de Candidatura da Cidade do Porto à Classificação pela UNESCO como Património Cultural da HumanidadeLOZA, Rui RamosEdição1993
"Nasoni, Nicolau", Dicionário de Arte Barroca em PortugalALVES, Joaquim Jaime FerreiraEdição1989
"Clérigos, Igreja dos", Dicionário de Arte Barroca em PortugalALVES, Joaquim Jaime FerreiraEdição1989Lisboa
"La Torre Nueva, de G. B. Contini, en Zaragoza, yla Torre de São Pedro dos Clérigos, de N. Nasoni, en Oporto", Bracara Augusta, 1974CEBALLOS, Alfonso G. Rodriguez deEdição1974Braga
"Portuguese Baroque Architecture", The Age of the Baroque in PortugalWOHL, HellmutEdição1993Washington
A Igreja e a Irmandade dos Clérigos apontamentos para uma históriaCOUTINHO, Bernardo XavierEdição1966Porto
Novos subsídios para a história da igreja e irmandade dos ClérigosCOUTINHO, Bernardo XavierEdição1974Porto
O BarrocoSERRÃO, VítorEdição2003Lisboa

IMAGENS

Igreja e Torre dos Clérigos - Fachada principal

Igreja e Torre dos Clérigos - Fachada lateral norte: vista parcial

Igreja e Torre dos Clérigos - Fachada lateral norte: vista geral

Igreja e Torre dos Clérigos - Fachada lateral norte da torre

Igreja e Torre dos Clérigos - Torre vista de poente

Igreja e Torre dos Clérigos - Interior: nave e capela-mor

Igreja e Torre dos Clérigos - Interior: parede lateral da nave (retábulos e púlpito)

Igreja e Torre dos Clérigos - Interior: retábulo do Santíssimo Sacramento (sacrário)

Igreja e Torre dos Clérigos - Vista geral de poente

Igreja e Torre dos Clérigos - Vista geral de poente

Igreja e Torre dos Clérigos - Vista geral de poente

Igreja e Torre dos Clérigos - Fachada lateral norte

Igreja e Torre dos Clérigos - Fachada principal

Igreja e Torre dos Clérigos - Fachada principal

Igreja e Torre dos Clérigos - Fachada principal

Igreja e Torre dos Clérigos - Enquadramento geral a partir da Rua dos Clérigos

MAPA

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