Igreja Matriz de Viana | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Igreja Matriz de Viana | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Igreja Matriz de Viana do Alentejo / Igreja Matriz de Nossa Senhora da Anunciação de Viana do Alentejo / Igreja Paroquial de Viana do Alentejo / Igreja de Nossa Senhora da Anunciação (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Igreja | ||||||||||||
Tipologia | Igreja | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Évora/Viana do Alentejo/Viana do Alentejo | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Évora | ||||||||||||
Concelho | Viana do Alentejo | ||||||||||||
Freguesia | Viana do Alentejo | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||
Cronologia | Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | Portaria de 25-05-1948, publicada no DG, II Série, n.º 150, de 30-06-1948 (com ZNA) | ||||||||||||
Zona "non aedificandi" | Portaria de 25-05-1948, publicada no DG, II Série, n.º 150, de 30-06-1948 | ||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 12707538 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | A antiga herdade de Foxém, denominada de Viana de Alvito a partir do século XIII, foi repovoada nessa mesma centúria por D. Gil Martins, alferes-mor de D. Dinis. Em documento datado de 1269, D. Martinho, Bispo de Évora, reconhecia o direito a um quarto dos dízimos da denominada "igreja de Fochem", pertencendo o restante aos seus donatários. D. Dinis, cedeu a povoação e a igreja ao então infante D. Afonso, que a fez integrar nos bens de D. Beatriz de Castela, já com a designação de capelas de D. Afonso IV . O padroado esteve posteriormente na mão de D. João de Bragança e dos antigos Condes de Viana, da família dos Meneses. Voltou à posse da coroa no século XV. D. Manuel ordenou a sua reconstrução, substituindo-se então o edifício medieval por um dos mais belos templos manuelinos do Sul do país. A actual igreja está atribuída a Diogo de Arruda (Reinaldo dos SANTOS, 1952), que em 1521 era primeiro mestre das obras do Alentejo. Está localizada dentro do recinto do castelo, tendo o paramento sul e a cabeceira, a nascente, encostadas aos respectivos panos de muralha. A fachada distribui-se em três corpos, denunciando as três naves do interior, cuja marcação surge reforçada por vários elementos arquitectónicos. Assim, o corpo central, mais elevado, é flanqueado por dois contrafortes de secção quadrada, sobre os quais assenta um grande arco de descarga, redondo, correspondente à nave central, enquanto os laterais, com coroamento de merlões chanfrados, tal como todo o edifício, possuem gigantes dispostos em ângulo. Sobre o arco de descarga eleva-se a sineira, com frontão triangular agudo, enquanto por baixo do mesmo se rasga um janelão, e o magnífico portal principal, a eixo. No alçado Norte rasga-se uma segunda porta, mais simples. O coroamento de merlões, os contrafortes cilíndricos e pináculos cónicos que ritmam os alçados, e os originais arcobotantes de tijolo, denunciam a influencia da linguagem mudéjar, ainda presente em alguns revestimentos de azulejaria de factura sevilhana no interior. O portal, em mármore, constitui um dos mais marcantes e feéricos exemplares do manuelino. Trata-se de um largo vão circular, envolvido por moldura torsa em arco conopial, sob o qual se recortam dois vãos geminados, com mainel. O pórtico é flanqueado por dois pilares que se prolongam até ao fecho do arco conopial, rematado em cogulho. Entre a profusa decoração do conjunto destacam-se as habituais representações heráldicas, nomeadamente o escudo de armas régias, no espaço entre o arco conopial e o extradorso do arco envolvente, a cruz da Ordem de Cristo, inscrita em moldura circular no tímpano, e duas esferas armilares, elevando-se a partir da torsade do arco conopial. A restante ornamentação consta de profusos motivos tardo-góticos de talhe "gordo", e ainda decoração de cariz renascentista e talhe plateresco, particularmente notória nos pilares laterais. O interior tem três naves de cinco tramos, com abóbadas de cruzaria de ogivas. Da estrutura, destacam-se os grossos pilares octogonais das naves, cuja tipologia foi antecedida, entre outros, pelos pilares da igreja do Mosteiro dos Jerónimos, e que reforçam a horizontalidade interior do edifício (José Custódio VIEIRA DA SILVA, 1989). A abside, aberta por imponente arco triunfal, tem apenas um tramo, visto que a muralha nascente do castelo impediu o seu desenvolvimento. As chaves da abóbada ostentam decoração vegetalista e heráldica tradicional do período, que se encontra em abundância por toda a igreja, juntamente com alguns motivos mais exóticos. O templo quinhentista recebeu muitas intervenções ao longo do séculos, que se traduziram no acrescentamento de capelas e dependências anexas, bem como no acervo artístico conservado, entre silhares de azulejos, talha, e imaginária diversa. Da época da construção destacam-se ainda dois vitrais, os únicos conservados, de qualidade excepcional, representando São Pedro e São João Baptista. Sílvia Leite | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 11 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 11 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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O Tardo-Gótico em Portugal, a Arquitectura no Alentejo | SILVA, José Custódio Vieira da | Edição | 1989 | Lisboa | |
El mudejarismo en la arquitectura portuguesa de la epoca manuelina | PEREZ EMBID, Florentino | Edição | 1955 | Madrid | |
O Estilo Manuelino | SANTOS, Reinaldo dos | Edição | 1952 | Lisboa | Data do Editor : 1952 |
Inventário Artístico de Portugal - vol. IX (Distrito de Évora, Zona Sul, volume I) | ESPANCA, Túlio | Edição | 1978 | Lisboa | O vol. II é totalmente dedicado às ilustrações. |
Livro das Igrejas e Capelas do Padroado dos Reis de Portugal (1574) | SERRÃO, Joaquim Veríssimo | Edição | 1971 | Paris | |
Azulejaria em Portugal nos séculos XV e XVI: introdução geral | SIMÕES, J. M. dos Santos | Edição | 1969 | Lisboa | |
"Igreja Matriz de Nª. Sª. da Anunciação de Viana do Alentejo", in A Cidade de Évora, nº 60 | ESPANCA, Túlio | Edição | 1972 | Évora | |
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel I | DIAS, Pedro | Edição | 2002 | Lisboa | |
A Arquitectura Manuelina | DIAS, Pedro | Edição | 1988 | Porto | |
A arquitectura manuelina | DIAS, Pedro | Edição | 2009 | Vila Nova de Gaia | |
Castelo e Igreja Matriz de Viana do Alentejo | Edição | 2004 | Lisboa |
Igreja Matriz de Viana do Alentejo - Fachada principal: vista parcial
Igreja Matriz de Viana do Alentejo - Fachada principal: pormenor do portal e contraforte
Igreja Matriz de Viana do Alentejo - Fachada principal: portal manuelino
Igreja Matriz de Viana do Alentejo - Vista geral da fachada lateral esquerda adossada à muralha do Castelo
Igreja Matriz de Viana do Alentejo - Zona envolvente: antigos Paços do Concelho
Igreja Matriz de Viana do Alentejo - Fachada lateral: porta travessa
Igreja Matriz de Viana do Alentejo - Zona envolvente: pormenor do Cruzeiro do Castelo
Igreja Matriz de Viana do Alentejo - Interior: baptistério
Igreja Matriz de Viana do Alentejo - Interior: nave central e capela-mor
Igreja Matriz de Viana do Alentejo - Planta com a delimitação e a ZEP que faz parte integrante do diploma publicado no DG
Castelo de Viana do Alentejo - Torre circular com coruchéus cónicos