Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja Matriz de Viana
Designação
DesignaçãoIgreja Matriz de Viana
Outras Designações / PesquisasIgreja Matriz de Viana do Alentejo / Igreja Matriz de Nossa Senhora da Anunciação de Viana do Alentejo / Igreja Paroquial de Viana do Alentejo / Igreja de Nossa Senhora da Anunciação (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaÉvora/Viana do Alentejo/Viana do Alentejo
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo de São LuísViana do Alentejo Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.332022-8.001698
DistritoÉvora
ConcelhoViana do Alentejo
FreguesiaViana do Alentejo
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 25-05-1948, publicada no DG, II Série, n.º 150, de 30-06-1948 (com ZNA)
Zona "non aedificandi"Portaria de 25-05-1948, publicada no DG, II Série, n.º 150, de 30-06-1948
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA antiga herdade de Foxém, denominada de Viana de Alvito a partir do século XIII, foi repovoada nessa mesma centúria por D. Gil Martins, alferes-mor de D. Dinis. Em documento datado de 1269, D. Martinho, Bispo de Évora, reconhecia o direito a um quarto dos dízimos da denominada "igreja de Fochem", pertencendo o restante aos seus donatários. D. Dinis, cedeu a povoação e a igreja ao então infante D. Afonso, que a fez integrar nos bens de D. Beatriz de Castela, já com a designação de capelas de D. Afonso IV . O padroado esteve posteriormente na mão de D. João de Bragança e dos antigos Condes de Viana, da família dos Meneses. Voltou à posse da coroa no século XV. D. Manuel ordenou a sua reconstrução, substituindo-se então o edifício medieval por um dos mais belos templos manuelinos do Sul do país.
A actual igreja está atribuída a Diogo de Arruda (Reinaldo dos SANTOS, 1952), que em 1521 era primeiro mestre das obras do Alentejo. Está localizada dentro do recinto do castelo, tendo o paramento sul e a cabeceira, a nascente, encostadas aos respectivos panos de muralha. A fachada distribui-se em três corpos, denunciando as três naves do interior, cuja marcação surge reforçada por vários elementos arquitectónicos. Assim, o corpo central, mais elevado, é flanqueado por dois contrafortes de secção quadrada, sobre os quais assenta um grande arco de descarga, redondo, correspondente à nave central, enquanto os laterais, com coroamento de merlões chanfrados, tal como todo o edifício, possuem gigantes dispostos em ângulo. Sobre o arco de descarga eleva-se a sineira, com frontão triangular agudo, enquanto por baixo do mesmo se rasga um janelão, e o magnífico portal principal, a eixo. No alçado Norte rasga-se uma segunda porta, mais simples. O coroamento de merlões, os contrafortes cilíndricos e pináculos cónicos que ritmam os alçados, e os originais arcobotantes de tijolo, denunciam a influencia da linguagem mudéjar, ainda presente em alguns revestimentos de azulejaria de factura sevilhana no interior.
O portal, em mármore, constitui um dos mais marcantes e feéricos exemplares do manuelino. Trata-se de um largo vão circular, envolvido por moldura torsa em arco conopial, sob o qual se recortam dois vãos geminados, com mainel. O pórtico é flanqueado por dois pilares que se prolongam até ao fecho do arco conopial, rematado em cogulho. Entre a profusa decoração do conjunto destacam-se as habituais representações heráldicas, nomeadamente o escudo de armas régias, no espaço entre o arco conopial e o extradorso do arco envolvente, a cruz da Ordem de Cristo, inscrita em moldura circular no tímpano, e duas esferas armilares, elevando-se a partir da torsade do arco conopial. A restante ornamentação consta de profusos motivos tardo-góticos de talhe "gordo", e ainda decoração de cariz renascentista e talhe plateresco, particularmente notória nos pilares laterais.
O interior tem três naves de cinco tramos, com abóbadas de cruzaria de ogivas. Da estrutura, destacam-se os grossos pilares octogonais das naves, cuja tipologia foi antecedida, entre outros, pelos pilares da igreja do Mosteiro dos Jerónimos, e que reforçam a horizontalidade interior do edifício (José Custódio VIEIRA DA SILVA, 1989). A abside, aberta por imponente arco triunfal, tem apenas um tramo, visto que a muralha nascente do castelo impediu o seu desenvolvimento. As chaves da abóbada ostentam decoração vegetalista e heráldica tradicional do período, que se encontra em abundância por toda a igreja, juntamente com alguns motivos mais exóticos.
O templo quinhentista recebeu muitas intervenções ao longo do séculos, que se traduziram no acrescentamento de capelas e dependências anexas, bem como no acervo artístico conservado, entre silhares de azulejos, talha, e imaginária diversa. Da época da construção destacam-se ainda dois vitrais, os únicos conservados, de qualidade excepcional, representando São Pedro e São João Baptista.
Sílvia Leite
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens11
Nº de Bibliografias11

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
O Tardo-Gótico em Portugal, a Arquitectura no AlentejoSILVA, José Custódio Vieira daEdição1989Lisboa
El mudejarismo en la arquitectura portuguesa de la epoca manuelinaPEREZ EMBID, FlorentinoEdição1955Madrid
O Estilo ManuelinoSANTOS, Reinaldo dosEdição1952LisboaData do Editor : 1952
Inventário Artístico de Portugal - vol. IX (Distrito de Évora, Zona Sul, volume I)ESPANCA, TúlioEdição1978LisboaO vol. II é totalmente dedicado às ilustrações.
Livro das Igrejas e Capelas do Padroado dos Reis de Portugal (1574)SERRÃO, Joaquim VeríssimoEdição1971Paris
Azulejaria em Portugal nos séculos XV e XVI: introdução geralSIMÕES, J. M. dos SantosEdição1969Lisboa
"Igreja Matriz de Nª. Sª. da Anunciação de Viana do Alentejo", in A Cidade de Évora, nº 60ESPANCA, TúlioEdição1972Évora
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel IDIAS, PedroEdição2002Lisboa
A Arquitectura ManuelinaDIAS, PedroEdição1988Porto
A arquitectura manuelinaDIAS, PedroEdição2009Vila Nova de Gaia
Castelo e Igreja Matriz de Viana do AlentejoEdição2004Lisboa

IMAGENS

Igreja Matriz de Viana do Alentejo - Fachada principal: vista parcial

Igreja Matriz de Viana do Alentejo - Fachada principal: pormenor do portal e contraforte

Igreja Matriz de Viana do Alentejo - Fachada principal: portal manuelino

Igreja Matriz de Viana do Alentejo - Vista geral da fachada lateral esquerda adossada à muralha do Castelo

Igreja Matriz de Viana do Alentejo - Zona envolvente: antigos Paços do Concelho

Igreja Matriz de Viana do Alentejo - Fachada lateral: porta travessa

Igreja Matriz de Viana do Alentejo - Zona envolvente: pormenor do Cruzeiro do Castelo

Igreja Matriz de Viana do Alentejo - Interior: baptistério

Igreja Matriz de Viana do Alentejo - Interior: nave central e capela-mor

Igreja Matriz de Viana do Alentejo - Planta com a delimitação e a ZEP que faz parte integrante do diploma publicado no DG

Castelo de Viana do Alentejo - Torre circular com coruchéus cónicos

MAPA

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