Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Castelo de Castro Marim
Designação
DesignaçãoCastelo de Castro Marim
Outras Designações / PesquisasCastelo e cerca urbana de Castro Marim (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Castelo
TipologiaCastelo
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaFaro/Castro Marim/Castro Marim
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
- -Castro Marim Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
37.218711-7.44158
DistritoFaro
ConcelhoCastro Marim
FreguesiaCastro Marim
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 1-09-1956, publicada no DG, II Série, n.º 236, de 6-10-1956 (com ZNA)
Zona "non aedificandi"Portaria de 1-09-1956, publicada no DG, II Série, n.º 236, de 6-10-1956
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9914629
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaSítio
O castelo de Castro Marim localiza-se numa colina de morfologia circular, na margem direita do rio Guadiana, a cerca de 42 m de altitude. Esta posição elevada e isolada dotava-o de um bom domínio visual sobre um amplo e diversificado território (interior serrano e o litoral), permitindo-lhe assumir um papel de destaque no controlo da circulação na foz do rio Guadiana. As características topográficas de Castro Marim alteraram-se profundamente ao longo do tempo, com o assoreamento do rio. Assim, até ao século XVI Castro Marim seria uma península, o que intensificava a sua vertente marítima.
O castelo de Castro Marim, edificado no reinado de D. Afonso III, no âmbito da (Re) conquista cristã do Algarve, apresenta uma planta quadrangular, com quatro torrões de morfologia cilíndrica e duas portas de acesso. A torre de menagem, de morfologia quadrangular e estrutura imponente (três pisos de altura) foi construída adossada à muralha sul, com o intuito de proteger o principal acesso ao castelo. No interior do castelo identificaram-se duas cisternas, vestígios de uma capela e de compartimentos com funções diversificadas.
História
Os trabalhos arqueológicos desenvolvidos desde os anos oitenta do século XX no Castelo de Castro Marim permitiram identificar uma longa sequência de ocupação, em que a mais antiga se integra no final da Idade do Bronze e a mais recente do século XVIII.
Os vestígios associados à primeira ocupação do castelo de Castro Marim (Bronze final) são escassos, o que limita a sua caracterização arqueológica. A ocupação da Idade do Ferro que se sucede encontra-se melhor documentada, sendo mais extensa e prolongada no tempo (século VII aos finais do século III a. C.). Desta fase identificam-se vestígios de edifícios e compartimentos de planta retangular / quadrangular, estruturados em arruamentos, evidenciando um planeamento urbanístico de cariz mediterrâneo. O vasto e diversificado conjunto artefactual identificado em Castro Marim contém materiais provenientes de diferentes áreas do mediterrâneo, refletindo relações intensas com o mundo fenício ocidental.
Os vestígios materiais da ocupação romana do castelo de Castro Marim são muito significativos, enquadrando-se no período Romano-Republicano e Alto Imperial, registando-se o seu abandono nos finais do século I, inícios do II d. C.
As primeiras estruturas defensivas medievais datam do reinado de D. Afonso III, de cerca de 1274, e no reinado de D. Dinis, em 1279, regista-se a construção da cerca (Castelo de Fora), que delimita toda a colina do castelo de Castro Marim, permitindo ampliar e reforçar a defesa desta cidade perante o reino de Castela.
No século XVII, durante a Guerra da Restauração da Independência de Portugal (reinado de D. João IV), o castelo de Castro Marim foi reestruturado com o objetivo de reforçar as suas características defensivas, tornando mais robusta a proteção da foz do Guadiana. As alterações arquitetónicas do castelo, bem como a construção do forte de São Sebastião (CNS 18107), do Revelim / Forte de Santo António e das cercas que ligavam estes vários elementos, tornaram Castro Marim a principal praça-forte do algarve, com um papel de destaque na defesa da fronteira sul de Portugal.
O castelo de Castro Marim foi muito afetado pelos sismos que ocorreram no século XVIII, em particular o de 1755, o que a par das alterações geomorfológicas do estuário do Guadiana, conduziram à diminuição do seu papel mercantil e à consequente saída de população.
Catarina Costeira
DGPC, 2018
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPForte de São Sebastião e demais elementos arquitetónicos que subsistem dos baluartes e revelins que o ligavam ao castelo
Outra Classificação
Nº de Imagens1
Nº de Bibliografias20

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
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"Arquitectura: renascimento e classicismo", História da Arte Portuguesa, vol. II, 1995, pp. 303-375MOREIRA, RafaelEdição1995Lisboa
"Os núcleos urbanos litorais da Idade do Ferro no Algarve", 90 séculos entre a serra e o mar, 1997, pp.243-255ARRUDA, Ana MargaridaEdição1997
"As civitates: esboço da geografia política e económica do Algarve romano", 90 séculos entre a serra e o mar, pp.283-309MANTAS, Vasco GilEdição1997
"Os caminhos da serra e do mar", 90 séculos entre a serra e o mar, pp.311-325MANTAS, Vasco GilEdição1997Lisboa
"O al Garbe", 90 séculos entre a serra e o mar, pp.431-447TORRES, CláudioEdição1997
Apontamentos históricos sobre Castro MarimMOREIRA, Maria da ConceiçãoEdição1978
Dinâmica defensiva da costa do Algarve. Do período islâmico ao século XVIIICOUTINHO, ValdemarEdição2001Portimão
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel IDIAS, PedroEdição2002Lisboa
A gloriosa história dos mais belos castelos de PortugalPERES, DamiãoEdição1969Barcelos
Algarve - Castelos, Cercas e FortalezasMAGALHÃES, NatérciaEdição2008Faro
Castelos em Portugal. Retrato do seu Perfil ArquitectónicoCORREIA, Luís Miguel Maldonado de VasconcelosEdição2010Coimbra
A cerâmica de paredes finas do castelo de Castro Marim. Tese de mestradoABADE, PedroEdição2017Lisboa
Escavações arqueológicas no Castelo de Castro Marim. Relatório dos trabalhos de 1984. Clio / Arqueologia.ARRUDA, Ana MargaridaEdição1984Lisboa
As cerâmicas áticas do Castelo de Castro Marim.ARRUDA, Ana MargaridaEdição1997Lisboa
O Algarve no quadro geo-cultural do Mediterrâneo antigo. In O Algarve - Da antiguidade aos nossos dias, p. 21 - 22.ARRUDA, Ana MargaridaEdição1999Lisboa
O Algarve nos séculos V e IV a.C. In O Algarve - Da antiguidade aos nossos dias, p. 23 - 31ARRUDA, Ana MargaridaEdição1999Lisboa
Fenícios e mundo indígena no Centro e Sul de Portugal (séculos VIII-VI a.C.). Em torno às histórias possíveis.ARRUDA, Ana MargaridaEdição2000Lisboa
As cerâmicas de importação do Castelo de Castro Marim no âmbito do comércio ocidental dos século V a III a.C. In Actas del IV Congreso Internacional de Estúdios Fenícios e Púnicos., p. 727 - 735.ARRUDA, Ana MargaridaEdição2000Cádiz
Importações "púnicas" no Algarve: cronologia e significado. In Os Púnicos no Extremo Ocidente. Actas do Colóquio Internacional (Universidade Aberta, Lisboa, 27-28 de Outubro de 2000).,ARRUDA, Ana MargaridaEdição2001Lisboa

IMAGENS

Castelo de Castro Marim - Vista aérea (Fot. Lúcio Alves / CMCM)

MAPA

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