Cruzeiro da Estrela | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Cruzeiro da Estrela | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Cruzeiro Manuelino da Estrela (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Cruzeiro | ||||||||||||
Tipologia | Cruzeiro | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Portalegre/Marvão/Santa Maria de Marvão | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Portalegre | ||||||||||||
Concelho | Marvão | ||||||||||||
Freguesia | Santa Maria de Marvão | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 8 228, DG, I Série, n.º 133, de 4-07-1922 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 22051577 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | O cruzeiro manuelino que se implanta diante da porta principal do convento de Nossa Senhora da Estrela deve estar relacionado com a conclusão das obras da casa religiosa. Elas haviam-se iniciado pouco depois de 1448 (ano em que o Papa Nicolau V respondeu favoravelmente a uma petição por parte dos moradores de Marvão, e do infante D. Henrique, para que se edificasse um convento, no sítio onde aparecera uma lendária imagem de Nossa Senhora) e presumimos que tenham decorrido por todo o século XV, entrando mesmo na centúria seguinte. Com efeito, sabemos que, entre 1494 e 1520, os trabalhos de construção prosseguiam na igreja (MANTAS e GAMA, 2000, DGEMN on-line) e, apesar de apenas uma capela interior revelar o vocabulário artístico manuelino, é de supor que outras parcelas tenham sido construídas já sob o signo deste estilo-variante do Tardo-Gótico internacional. O requinte decorativo do cruzeiro contrasta fortemente com o portal principal do Convento que, inserido num gablete e destituído de qualquer ornamentação (sendo mesmo os seus capitéis lisos), se apresenta como um notável e deliberado arcaísmo, porventura determinado pela austeridade e rigidez da primitiva comunidade franciscana. Mas o que estas diferenças artísticas vêm sugerir é o afastamento cronológico entre as duas construções (o portal ainda do século XV e o cruzeiro já das primeiras décadas de Quinhentos). Não temos provas evidentes desta diferenciação de tempos construtivos, mas assim é de supor. O cruzeiro apoia-se sobre uma base granítica de três degraus, os dois inferiores de secção quadrangular e o superior de perfil circular, acompanhando a base do monumento. Esta, é de forma espiralada, com dupla moldura delimitadora, entre a qual se desenvolve uma decoração em corda entrelaçada. O fuste é relativamente curto e torso, apresentando um entrançado vertical de três feixes que se unem no limite superior para formar uma curiosa solução de laçaria. Segue-se-lhe o capitel, que repete genericamente a decoração da base, formando uma composição tripartida e simétrica, com o elegante fuste ao centro. A cruz é ligeiramente desproporcional em relação à estrutura, e tem as terminações dos braços rematadas por pinhas em forma de flores-de-lis, que aumentam ainda mais o impacto visual da parcela final do monumento. Na face voltada ao adro, exibe-se a figura de Cristo crucificado, enquanto que, na orientada para o portal do convento, surge Nossa Senhora amparando o seu filho, já morto. A relação entre estas duas composições é uma das mais importantes do final da Idade Média e inícios da época Moderna, pois coloca-se num plano de continuidade as duas Paixões, a do Filho, que termina com a crucificação, e a da Mãe, que se inicia precisamente com a morte de Jesus. Esta iconografia encontra-se espalhada um pouco por todo o Portugal quatrocentista e quinhentista, e revela bem a importância que o culto a Maria teve no reino, instituindo-se como o mais importante vector de devoção, imediatamente após a figura de Cristo. Sem alterações assinaláveis durante os séculos da Modernidade, só nas últimas décadas a estrutura foi objecto de restauro. Em 1938, na mesma altura em que se restaurava o convento, houve a necessidade de regularizar a plataforma quadrangular em que assenta, verificando-se, então, a substituição de algumas pedras que apresentavam grande desgaste. Em 1967, deu-se nova consolidação estrutural, não obrigando, desta vez, ao apeamento do cruzeiro, como ocorrera trinta anos antes. Artisticamente, esta obra é um dos raros exemplares da arte manuelina na actual vila de Marvão, a par da capela lateral Norte do próprio convento, o que espelha a importância desta instituição, a única da vila, para além da Câmara Municipal, a receber uma campanha construtiva e decorativa no reinado de D. Manuel. PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | Convento de Nossa Senhora da Estrela | ||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 3 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 8 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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Inventário Artístico de Portugal - vol. I (Distrito de Portalegre) | KEIL, Luís | Edição | 1943 | Lisboa | |
Terras de Odiana. Medobriga, Ammaia, Aramenha, Marvão, 2.ª ed. | COELHO, Possidónio Mateus Laranjo | Edição | 1988 | Lisboa | |
"Apontamentos para a história do Convento de Nossa Senhora da Estrela de Marvão", Ibn Maruán | BALESTEROS, Carmen | Edição | 1991 | pp. 27-58. | |
"O actual concelho de Marvão e as suas freguesias nas Memórias Paroquiais de 1758", Ibn Máruan | GORJÃO, Sérgio | Edição | 1993 | pp. 51-84. | |
"O actual concelho de Marvão e as suas freguesias nas Memórias Paroquiais de 1758", Ibn Máruan | MACHADO, J. Liberata | Edição | 1993 | pp. 51-84. | |
"Um apontamento documental para o estudo artístico do convento de Nossa Senhora da Estrela de Marvão", Ibn Maruán | GORJÃO, Sérgio | Edição | 1995 | pp. 47-50. | |
Marvão, Castelo de Vide e Portalegre | DINIS, Alberto Calderon | Edição | 1975 | Lisboa | |
Apontamentos para a história da pitoresca vila de Marvão | BUGALHÃO, Custódio da Mota | Edição | 1974 | Portalegre | |
Marvão. Elucidário breve de uma visita a esta vila | COELHO, Possidónio Mateus Laranjo | Edição | 1946 | Lisboa |
Cruzeiro da Estrela - Vista geral (e portal do Convento de Nossa Senhora da Estrela)
Cruzeiro da Estrela - Remate com Cristo crucificado
Cruzeiro da Estrela - Pormenor da base