Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Castelo de Marvão
Designação
DesignaçãoCastelo de Marvão
Outras Designações / PesquisasFortificações de Marvão (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Castelo
TipologiaCastelo
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPortalegre/Marvão/Santa Maria de Marvão
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Santa Maria de Marvão Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.396774-7.379777
DistritoPortalegre
ConcelhoMarvão
FreguesiaSanta Maria de Marvão
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 8 228, DG, I Série, n.º 133, de 4-07-1922 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 27-04-1962, publicada no DG, n.º 116, de 16-05-1962 (com ZNA) (substituiu a portaria anterior)
Portaria de 29-09-1960, publicada no DG, II Série, n.º 246, de 21-10-1960
Zona "non aedificandi"Portaria de 27-04-1962, publicada no DG, n.º 116, de 16-05-1962 (substituiu a portaria anterior)
Portaria de 29-09-1960, publicada no DG, II Série, n.º 246, de 21-10-1960
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913729
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaMarvão deve o seu nome a Ibn Marwan, figura do Islão peninsular que, pelos anos finais do século IX, aqui se fortificou em discórdia face ao califa. É precisamente desse período que data a primeira referência ao povoado, constante da crónica de al-Rázi, escrita já no século X mas que conserva parcelas dedicadas aos tempos imediatamente anteriores. Aí se menciona que o Monte é conhecido como Amaia de Ibn Maruán, por oposição a outra Amaia, a das ruínas (SIDARUS, 1991, p.13), que deve ser a cidade romana com o mesmo nome, localizada no sopé do monte. Esta referência, que parece corresponder aos anos de 876-877, permite concluir que, já nessa altura, Marvão era um povoado de relevância militar, uma vez que, em outras ocasiões, Ibn Marwan ameaçou retirar-se para o Monte, numa afirmação de revolta militar contra Córdova (IDEM, p.16).
Desconhecemos a marcha da história da localidade nos séculos seguintes, mas é de admitir que tenha perdido importância, dadas as condições de relativa paz no seio do Islão peninsular que, mesmo com o advento das taifas, manteve uma certa homogeneidade nesta zona, polarizada em torno de Badajoz. Saúl GOMES, 1996, p.341, nota 74, admite que aqui se tenha implantado uma importante comunidade moçárabe mas, até ao momento, não existem suficientes provas que confirmem essa hipótese. Só no século XII voltamos a encontrar menções à localidade, numa altura de renovada importância estratégica enquanto ponto militar (BARROCA, 2000, p.1265), entre o avanço do reino cristão de Portugal, a resistência das tropas islâmicas e a proximidade para com Castela. Ainda assim, não se sabe ao certo quando terá sido conquistada, variando os autores entre as datas de 1160 e 1166 (COELHO, 1924, p.73).
O século XIII é mais fértil em informações e delas podemos concluir que, em 1214, pertencia à coroa nacional, aparecendo mencionada na demarcação do termo de Castelo Branco (PERES, 1969, p.281). Em 1226, terá recebido foral das mãos de D. Sancho II, não obstante alguns autores pensarem que o esforço de povoamento (na dependência das exigências militares ditadas pela proximidade da fronteira com Castela) possa recuar ao reinado de D. Afonso II (MARQUES, 1996, p.41). Finalmente, em 1271, D. Afonso III doou a vila a seu filho, D. Afonso Sanches, nobre que constituiu um verdadeiro senhorio fronteiriço na região e que chegou a fortificar-se contra seu meio-irmão, D. Dinis.
Só a partir da recuperação da posse da vila pelo monarca, ocorrida em 1299, se pensa que se iniciou a construção do actual castelo. O facto de encontramos aqui algumas características plenamente góticas parece vir em favor desta hipótese. Do recinto fazem parte dois níveis claramente diferenciados. O primeiro, mais pequeno e no extremo oposto ao da povoação, corresponde ao castelo propriamente dito, com uma entrada em cotovelo protegida directamente pela poderosa e quadrangular torre de menagem, que assim se associa à defesa activa do reduto, apesar da sua escassa altura, (dispondo apenas de dois pisos). Neste nível superior, existe ainda a porta da traição, também protegida por pequeno torreão, e uma cisterna, que SIDARUS, 1991, pp.22-23 admite poder ser ainda islâmica. O recinto inferior é bem mais vasto e possui um amplo espaço para aquartelamento e movimentação de tropas. Aqui, o elemento mais significativo é o complexo sistema de entrada, com tripla porta protegida por outros tantos adarves e por várias torres.
O sistema medieval da fortaleza manteve-se genericamente até ao século XVII, altura em que Marvão viu reforçada a sua importância no quadro das Guerras da Restauração. Sob o impulso do abade D. João Dama, reformulou-se parcialmente o dispositivo, com baluartes estrelados a proteger as principais portas e o extremo da fortaleza. Nessa altura, porém, Marvão possuía apenas 400 habitantes e a relevância da vila não se podia já comparar a Castelo de Vide, onde se concentraram os principais esforços de defesa contra Espanha.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPTodo o aglomerado urbano sito dentro do perímetro do castelo e das muralhas de Marvão
Outra Classificação
Nº de Imagens15
Nº de Bibliografias18

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Carta arqueológica do concelho de Marvão", Actas do 13º Congresso Luso-Espanhol para o Progresso das Ciências, vol.7, pp.93-119PAÇO, Manuel Afonso doEdição1950LisboaPublicado a 1950
Roteiro dos Monumentos Militares PortuguesesALMEIDA, João deEdição1948Lisboa
Inventário Artístico de Portugal - vol. I (Distrito de Portalegre)KEIL, LuísEdição1943Lisboa
Terras de Odiana. Medobriga, Ammaia, Aramenha, Marvão, 2.ª ed.COELHO, Possidónio Mateus LaranjoEdição1988Lisboa
"O actual concelho de Marvão e as suas freguesias nas Memórias Paroquiais de 1758", Ibn MáruanGORJÃO, SérgioEdição1993pp. 51-84.
"O actual concelho de Marvão e as suas freguesias nas Memórias Paroquiais de 1758", Ibn MáruanMACHADO, J. LiberataEdição1993pp. 51-84.
Nicolau de Langres e a sua obra em PortugalMATTOS, Gastão de MelloEdição1941Lisboa
A gloriosa história dos mais belos castelos de PortugalPERES, DamiãoEdição1969Barcelos
Epigrafia medieval portuguesa (862-1422)BARROCA, Mário JorgeEdição2000Lisboa
Marvão, Castelo de Vide e PortalegreDINIS, Alberto CalderonEdição1975Lisboa
"A constituição do senhorio fronteiriço de Marvão, Portalegre e Arronches, em 1271. Antecedentes regionais e significado político", A Cidade, nº6NOGUEIRA, Bernardo SáEdição1991Portalegre
"A viabilização de um reino", Nova História de Portugal, vol. III, pp.23-64MARQUES, Maria Alegria FernandesEdição1996Lisboa
"Amaia de Ibn Maruán", Ibn Maruan, nº1, pp.13-24SIDARUS, AdelEdição1991Marvão
"Marvão. Achegas para a sua história", Arquivo de Beja, nº28-32MONIZ, Manuel CarvalhoEdição1978Beja
Apontamentos para a história da pitoresca vila de MarvãoBUGALHÃO, Custódio da MotaEdição1974Portalegre
O castelo e fortaleza de Marvão. Os seus alcaides-móres e principaes governadoresCOELHO, Possidónio Mateus LaranjoEdição1916Lisboa
Marvão nas campanhas da LiberdadeLIMA, Henrique de Campos FerreiraEdição1935Portalegre
Marvão. Elucidário breve de uma visita a esta vilaCOELHO, Possidónio Mateus LaranjoEdição1946Lisboa
Fortificações de Marvão. História, Arquitectura e RestauroBUCHO, DomingosEdição2001Portalegre

IMAGENS

Castelo de Marvão - Porta de entrada no recinto fortificado

Castelo de Marvão - Vista parcial do recinto inferior

Castelo de Marvão - Baluarte e afloramento rochoso no extremo ocidental

Castelo de Marvão - Vista parcial do recinto superior (alcáçova)

Castelo de Marvão - Torre de menagem e adarve no limite Sul da alcáçova

Castelo de Marvão - Porta elevada de acesso à torre de menagem pelo adarve do sector Sul

Castelo de Marvão - Interior da torre de menagem: pormenor do bocete de fecho da abóbada do andar nobre

Castelo de Marvão - Vista geral do recinto inferior, desde a alcáçova (ao fundo o sistema de portas de comunicação com a vila)

Castelo de Marvão - Cubelo circular na vertente Nordeste da alcáçova

Castelo de Marvão - Vista geral da torre de menagem

Castelo de Marvão - Porta de comunicação entre os dois recintos fortificados

Castelo de Marvão - Vista geral do recinto inferior, com a alcáçova em fundo

Castelo de Marvão - Interior da cisterna: escadaria de acesso à cisterna grande (junto à porta que estabelece a comunicação entre o castelo e a vila)

Castelo de Marvão - Portaria publicada no DG, n.º 116, de 16-05-1962 - Texto e planta do diploma

Castelo de Marvão - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 246, de 21-10-1960 - Texto e planta do diploma (substituída em 1962)

MAPA

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