Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Torre de Quintela
Designação
DesignaçãoTorre de Quintela
Outras Designações / PesquisasTorre de Quintela (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Torre
TipologiaTorre
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaVila Real/Vila Real/Vila Marim
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Quintela Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.297308-7.780472
DistritoVila Real
ConcelhoVila Real
FreguesiaVila Marim
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9823119
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaSituada junto à Ribeira da Marinheira, a ocidente de Vila Real, a Torre de Quintela é um dos poucos exemplos de arquitectura civil-militar que comprovam o avanço da senhorialização, tipicamente baixo-medieval, por terras transmontanas. A história deste local é antiga, recuando, pelo menos, até aos meados do século XI. Nessa altura, a propriedade aparece como uma das principais unidades agrárias das actuais terras de Vila Real, intimamente ligada aos condes que tutelavam o território de Chaves, uma vez que estava na posse de D. Gotronde Nunes, mulher do conde D. Vasco (SERENO; TEIXEIRA, 1994, DGEMN on-line).
A torre senhorial que hoje vemos, contudo, nada tem que ver com esse recuado passado condal. Ela é o produto dos séculos XIII-XIV, período que corresponde a um maior desenvolvimento agrícola e demográfico da região. Na viragem para o século XIV, aqui se instalou D. Alda Vasques, a quem se atribui a construção da torre, para sua própria residência. No entanto, o facto de a propriedade vir referida nas Inquirições de D. Afonso III (1258) pode retardar a sua construção em cerca de meio século, circunstância que a colocaria numa fase ainda tardo-românica da nossa arquitectura. Outros autores apontam uma construção já tardia, em pleno século XV (SILVA, 1995, p.55).
Na actualidade, o edifício apresenta algumas reformas posteriores, mas a sua estrutura deve corresponder ao plano fundacional do século XIII: uma planta quadrangular (com cerca de 12 metros de largura) define um alçado bastante elevado (mais de vinte metros de altura), organizado interiormente em 4 pisos. O acesso faz-se através de uma porta de entrada, de volta perfeita (mas originalmente em arco quebrado), com lintel recto e arco de descarga, elevado em relação à cota do terreno, na origem ligando-se com esta através de uma escadaria de madeira.
Os elementos decorativos que aqui vemos empregues, como os balcões ameados, os matacães, as frestas de iluminação ou a linha de merlões que coroa toda a estrutura, são característicos da arquitectura gótica, embora algumas opiniões apontem para a sua posterior integração na torre já pelos séculos XV ou XVI, hipótese que não está, até ao momento, integralmente confirmada.
Por disposição testamentária, D. Alda legou a Torre de Quintela à Ordem dos Hospitalários, instituição que ficou na posse da propriedade durante os século seguintes. Em 1695, numa altura em que a torre se encontrava na posse do Morgadio dos Conde de Vimioso (de que era titular D. Francisco de Portugal), deu-se uma reforma importante do morgado. A Torre é então descrita como tendo "52 fiadas da base ao coroamento das ameias, (...) quatro guaritas e varanda em cada uma das faces" (SERENO; TEIXEIRA, 1994, DGEMN on-line). Para além disso, a grande reserva agrícola que lhe estava adstrita possuía uma capela, dedicada a Santa Maria Madalena, e uma ampla área de cultivo, assim como numerosas dependências.
Até ao século XIX, a Torre de Quintela manteve-se na posse da Ordem, sendo uma das principais referências da época medieval, a ponto de ter inspirado o próprio Camilo Castelo Branco, num dos seus romances eivados de Romantismo. A extinção das Ordens Religiosas, em 1834, veio abrir um novo e desastroso período na história deste monumento. Vendida a privados, e tendo estado prestes a ser destruída, ela viria a ser poupada da ruína por condicionantes económicas. Mais recentemente, foi projectada a sua reconversão em pólo museológico, tendo, para isso, sido submetida a um restauro integral, nos primeiros anos da década de 80 do século XX. Particularmente importante, neste processo, foi a total reformulação do interior e consequente divisão em quatro andares, organização que poderá não corresponder à primitiva definição espacial, uma vez que, em alguns pontos, ainda se observam consolas de apoio a pavimentos. A Câmara Municipal de Vila Real, que actualmente detém a gestão do edifício, tem em projecto a instalação de um Museu de Heráldica.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens4
Nº de Bibliografias8

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Tesouros Artísticos de PortugalALMEIDA, José António Ferreira deEdição1976Lisboa
Solares PortuguesesAZEVEDO, Carlos deEdição1988Lisboa
Paços Medievais PortuguesesSILVA, José Custódio Vieira daEdição2002Lisboa Tipo : Colecção - Arte e Património Esta obra corresponde à tese de doutoramento apresentada por José Custódio Vieira da Silva à Universidade Nova de Lisboa sobre a génese e a evolução da casa senhorial em Portugal. Engloba o estudo de várias habitações régias e senhoriais, algumas das quais afectas ao IPPAR e propõe novos roteiros de visita e diversas fontes de interesse científico.
O Gótico vila-realense do século XVGONCALVES, António NogueiraEdição1941Coimbra
"Torre de Quintela", O Archeologo Português, Lisboa, vol. 10, 1905, p. 292 - 295BOTELHO, HenriqueEdição1905
Torre de QuintelaPLÁCIDO, Manuela AlvesEdição1986Vila Real
"Roteiro arqueológico e artístico do Concelho de Vila Real", Juventude com HistóriaPARENTE, João RibeiroEdição1999Vila Realp. 95
Roteiro dos castelos de Trás-os-MontesVERDELHO, PedroEdição2000Chaves

IMAGENS

Torre de Quintela - Vista geral

Torre de Quintela - Faces lateral e posterior

Torre de Quintela - Registo superior com balcões de matacães

Torre de Quintela - Registo superior com balcões de matacães e ameias

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt