Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de Góis, compreendendo o túmulo do Conde de Sortelha
Designação
DesignaçãoIgreja de Góis, compreendendo o túmulo do Conde de Sortelha
Outras Designações / PesquisasIgreja de Santa Maria Maior, matriz de Góis / Igreja Matriz de Góis / Igreja Paroquial de Góis / Igreja de Santa Maria Maior (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaCoimbra/Góis/Góis
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- --Góis Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
40.153463-8.110396
DistritoCoimbra
ConcelhoGóis
FreguesiaGóis
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913929
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaImóvelA igreja de Santa Maria Maior, matriz de Góis, foi edificada num ponto alto do extremo sul da vila, sendo instituída em 1415. O edifício original seria bastante modificado por campanhas de obras executadas nas centúrias seguintes, destacando-se entre estas o projeto da capela-mor da autoria de Diogo de Castilho (?-c. 1574), executada entre 1529 e 1531 por encomenda de D. Luís da Silveira (c. 1481-1534). A atual fachada e a torre sineira foram executadas na segunda metade do século XIX, devido ao estado de ruína em que se encontrava o templo depois do terramoto de 1755.
De planta retangular, o templo é composto pelos volumes da nave única, das capelas laterais formando transepto e da capela-mor, à qual se adossa do lado do Evangelho a sacristia. A torre sineira, de gosto rococó tardio, ergue-se autónoma frente à fachada lateral esquerda. O exterior apresenta linhas depuradas, com fachada oitocentista onde se abre o portal de frontão triangular encimado por janela que ilumina, interiormente, o coro-alto. O conjunto é rematado por frontão curvo com nicho.
O espaço interior possui coro-alto de madeira e, do lado da Epístola, batistério com pia circular decorada pelo brasão de armas dos condes de Sortelha e o púlpito de madeira dourada, rasgando-se no transepto a capela das Almas, de planta retangular com altar de madeira polícroma e um grupo escultório representando Cristo a caminho do Calvário. Fronteira a esta, do lado do Evangelho, abre-se a capela dos Barreto, instituída cerca de 1640, que conserva o altar de talha maneirista original. É precedida por grade de ferro executada em 1863, data em que foi também construída a sacristia.
No templo destaca-se a capela-mor renascentista, um espaço amplo coberto por abóbada de nervuras, cujas chaves são delicadamente esculpidas com bustos humanos, florões e as armas familiares do mecenas da obra. Do lado da Epístola foram abertos dois arcossólios que albergam arcas tumulares, e do lado do Evangelho foi edificado o túmulo do próprio D. Luís da Silveira; executado em pedra de Ançã, apresenta uma estrutura retabular com arca tumular inserida num arco ladeado por pilastras e rematado por fresta, com programa decorativo erudito e de modelação excecional, repleto de motivos grutescos, medalhões com bustos e figuras de anjos. Na face testeira foi esculpida em relevo a imagem de Nossa Senhora da Assunção. Ao centro da sepultura ergue-se a estátua orante do encomendante, envergando armadura de cavaleiro, com o elmo aos pés e um livro aberto sobre uma banqueta.
Na cabeceira da capela ergue-se o retábulo-mor, com tábuas representando São Pedro, São Paulo, Nossa Senhora da Assunção e a Adoração dos Magos, datadas dos anos finais da década de 40 de Quinhentos.
História
A Igreja Matriz de Góis foi fundada a 10 de abril de 1415, como sede de colegiada, depois de firmado compromisso entre o prior, Fernão Gil, e o então senhor da povoação, Estevão Vasques de Pedra Alçada.
No início do segundo quartel do século XVI D. Luís da Silveira, conde de Sortelha e senhor de Góis, fixou residência na vila, decidindo renovar o templo matricial, nomeadamente a capela-mor, onde pretendia fazer o panteão dos Silveira. Desta forma, contratou o arquiteto Diogo de Castilho, firmando contrato com o mestre em abril de 1529. Esta empreitada, que se prolongou até 1531, foi a primeira obra documentada onde laborou Diogo de Torralva (1500-1566), que riscou os planos do espaço com Castilho. Da mesma campanha data a execução do túmulo do conde, uma magnificente obra "ao romano" que atesta a linhagem e erudição do seu encomendante, cuja estrutura retabular se deve a João de Ruão (?-1580), sendo a estátua orante atribuída, com reservas, a Odart. As tábuas do retábulo-mor, já executadas depois da morte do conde, são atribuídas a Francisco de Campos.
Catarina Oliveira
DGPC, 2016
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens25
Nº de Bibliografias7

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Inventário Artístico de Portugal: distrito de CoimbraGONCALVES, António NogueiraEdição1952Lisboa
«D. Luís da Silveira, senhor de Góis», Revista Munda, n. 40NUNES, João de CastroEdição2000Coimbra
A arquitectura manuelinaDIAS, PedroEdição2009Vila Nova de Gaia
História da Arte em Portugal - o Renascimento e o ManeirismoSERRÃO, VítorEdição2002Lisboa
Inventário Artístico de Portugal: distrito de CoimbraCORREIA, VergílioEdição1952Lisboa
Notícia histórica e topográfica da vila de Goes e seu termoNEVES, J. Afonso BaetaEdição
"O túmulo de D. Luís da Silveira em Góis : um exemplo de arte funerária do Renascimento.". Discursos [Em linha] : língua, cultura e sociedade, S. 3, nº 2 (Abril 2000), p. 123-143FLOR, PedroEdição2000Lisboa
O túmulo de GóisSILVA, João de CastroEdição2001Lisboa

IMAGENS

Igreja Matriz de Góis - Fachada principal

Igreja Matriz de Góis - Fachada lateral esquerda e torre sineira

Igreja Matriz de Góis - Interior da capela-mor: retábulo-mor (DGEMN)

Igreja Matriz de Góis - Fachada principal (DGEMN)

Igreja Matriz de Góis - Interior da capela-mor: ilharga do retábulo com pinturas representando a Adoração dos Magos e São Pedro (DGEMN)

Igreja Matriz de Góis - Interior da capela-mor: ilharga do retábulo com pinturas representando Nossa Senhora da Conceição e São Paulo (DGEMN)

Igreja Matriz de Góis - Interior da capela-mor: sacrário do retábulo-mor (DGEMN)

Igreja Matriz de Góis - Interior da capela-mor: abóboda nervurada (DGEMN)

Igreja Matriz de Góis - Interior da capela-mor: túmulo de D. Luís da Silveira, conde de Sortelha (DGEMN)

Igreja Matriz de Góis - Interior da capela-mor: túmulo de D. Luís da Silveira, conde de Sortelha (DGEMN)

Igreja Matriz de Góis - Interior da capela-mor: túmulo de D. Luís da Silveira, conde de Sortelha (DGEMN)

Igreja Matriz de Góis - Interior: pia batismal (DGEMN)

Igreja Matriz de Góis - Interior: imagem de Cristo crucificado (DGEMN)

Igreja Matriz de Góis - Interior: bustos relicários de São Fortunato, São Constantino e São Vicente (DGEMN)

Igreja Matriz de Góis - Interior: imagem de Santo Inácio em pedra de Ancã (DGEMN)

Igreja Matriz de Góis - Interior da capela-mor: túmulo de D. Luís da Silveira, Conde de Sortelha

Igreja Matriz de Góis - Interior: pormenor de gradeamento de capela lateral

Igreja Matriz de Góis - Fachada principal

Igreja Matriz de Góis - Interior: capela lateral do lado da Epístola

Igreja Matriz de Góis - Interior da capela-mor: parede do lado da Epístola com túmulos

Igreja Matriz de Góis - Interior: arco triunfal da capela-mor

Igreja Matriz de Góis - Interior da capela-mor: abóbada de nervuras

Igreja Matriz de Góis - Interior: coro-alto e sub-coro

Igreja Matriz de Góis - Torre sineira (zona envolvente da fachada lateral esquerda)

Igreja Matriz de Góis - Fachada lateral esquerda

MAPA

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