Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de Santa Maria do Castelo
Designação
DesignaçãoIgreja de Santa Maria do Castelo
Outras Designações / PesquisasMuseu D. Lopo de Almeida / Panteão dos Almeidas / Igreja Paroquial do Castelo (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaSantarém/Abrantes/Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Abrantes Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.46474-8.195068
DistritoSantarém
ConcelhoAbrantes
FreguesiaAbrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913729
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA igreja de Santa Maria do Castelo de Abrantes é um interessante templo quatrocentista, de carácter paroquial, mas edificado em contexto essencialmente palaciano, uma vez que não se pode dissociar a sua construção do paço que os condes de Abrantes edificaram, por essa mesma altura, no perímetro do castelo e a escassos metros do templo. A sua fundação é, todavia, mais antiga, recuando, presumivelmente, ao reinado de D. Afonso II e ao ano de 1215 (MORATO, 1860, ed. 1981, p.58).
Em posição dominante no interior da fortaleza, a igreja apresenta alguma simplicidade (DIAS, 1986, p.96), especialmente se tivermos em conta que, pela mesma década de 30 do século XV, e não muito longe, estava em plena actividade o maior estaleiro medieval português - a Batalha - e que, um pouco por todo o reino (em particular nas localidades mais ricas do litoral), a renovação e o engrandecimento dos templos era uma realidade. A fachada principal denuncia imediatamente a relativa modéstia do projecto, ao definir-se num pano único (a sugerir uma divisão interior em uma só nave e não em três), de dois registos, sendo o primeiro ocupado por um portal de duplo arco quebrado muito simples (desprovido de capitéis e de arquivoltas com aduelas decoradas) e o segundo por um óculo de abertura apertada (sem rosácea ou qualquer outro elemento pétreo).
O interior reforça esta tendência, compondo-se de dois espaços justapostos, uma nave rectangular e uma capela-mor quadrangular, mais pequena e de menor altura. O arco triunfal, apesar de amplo, é igualmente simples, de perfil quebrado e marcado apenas por impostas salientes. A iluminação é escassa, efectuada pelo óculo da fachada principal e por frestas dispostas lateralmente nas paredes da nave, e a cobertura é de madeira (incluindo a da capela-mor), ao contrário da opção pelo abobadamento que começvaa a caracterizar largamente a actividade construtiva religiosa do nosso século XV.
Se, de um ponto de vista arquitectónico, não há aqui nada que se relacione com o cenário flamejante do Mosteiro da Batalha - fazendo crer que a opção estilística privilegiou a rudeza daquele gótico desornamentado (ou despojado) do reinado de D. Afonso V (visível num dos claustros da Batalha ou na Igreja de Santiago de Palmela) -, a verdade é que os dois túmulos de D. Diogo de Almeida e de D. Lopo de Almeida, que se adossaram às paredes laterais da capela-mor, não podiam apresentar maiores semelhanças para com os túmulos da Ínclita Geração da Capela do Fundador da Batalha.
Com efeito, o tipo de "sepulcro parietal edicular", de "tampa semicilíndrica" envolvida por arco quebrado cogulhado e com gablete axialmente rematado por um arco contracurvado, que encontramos em Abrantes, corresponde à transposição de modelos ensaiados primeiramente na Batalha (GOULÃO, 1995, vol. II, p.173), analogias reforçadas pela decoração da arca e da superfície do gablete.
O século XVI acentuou o estatuto de panteão familiar da igreja, dando-se, desta forma, pleno sentido à profunda reforma quatrocentista. Os primeiros anos da centúria assistiram à construção do coro-alto, do púlpito, bem como do engrandecimento do interior, nomeadamente o revestimento azulejar com obras hispano-árabes e um retábulo-mor (de que restam ténues vestígios na parede fundeira da capela-mor); os últimos anos de Quinhentos conferiram à parede Norte da nave dois novos arcossólios de carácter funerário, para albergar os túmulos de D. João de Almeida e de D. António de Almeida. Obras vincadamente maneiristas, de arcas tumulares prismáticas envolvidas por arcos de volta perfeita, com moldura rectangular e coroamento em empena triangular, constituem a mais clara manifestação de continuidade do templo como panteão dos condes de Abrantes.
Em progressiva ruína ao longo dos últimos dois séculos, os restauros novecentistas não reverteram o aspecto de abandono do templo, facto que apenas um coerente programa de estudo e de valorização poderá resolver.
PAF
ProcessoInterior da Fortaleza de Abrantes.
Abrangido em ZEP ou ZPFortaleza de Abrantes
Outra Classificação
Nº de Imagens4
Nº de Bibliografias6

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Inventário Artístico de Portugal, Distrito de SantarémSEQUEIRA, Gustavo de MatosEdição1949LisboaLocal de Edição - Lisboa Publicado a 1949 Data do Editor : 1949
"Figuras do Além. A escultura e a tumulária", História da Arte Portuguesa, vol. II, pp.157-179GOULÃO, Maria JoséEdição1995Lisboa
História da Arte em Portugal, vol. IV (O Gótico)DIAS, PedroEdição1986Lisboa
Memória Histórica da Notável Vila de AbrantesMORATO, António ManuelEdição2002Abrantes
Abrantes medieval (1300-1500) séculos XIV-XVVILAR, Hermínia VasconcelosEdição1988Abrantes
O concelho de AbrantesMACHADO, Carlos de SousaEdição1952Lisboa
O concelho de AbrantesFERRINHO, João da CostaEdição1952Lisboa

IMAGENS

Igreja de Santa Maria do Castelo - Fachadas principal e lateral direita

Igreja de Santa Maria do Castelo - Interior: nave e capela-mor

Igreja de Santa Maria do Castelo - Interior: nave e capela-mor

Igreja de Santa Maria do Castelo - Interior: parede lateral com túmulo de D. Lopo de Almeida

MAPA

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