Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Castelo de Amieira
Designação
DesignaçãoCastelo de Amieira
Outras Designações / PesquisasCastelo de Amieira do Tejo (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Castelo
TipologiaCastelo
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPortalegre/Nisa/Arez e Amieira do Tejo
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Amieira do Tejo Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.508027-7.81631
DistritoPortalegre
ConcelhoNisa
FreguesiaArez e Amieira do Tejo
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 8 477, DG, I Série, n.º 233, de 10-11-1922 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 27-10-1949, publicada no DG, II Série, n.º 266, de 16-11-1949 (com ZNA)
Zona "non aedificandi"Portaria de 27-10-1949, publicada no DG, II Série, n.º 266, de 16-11-1949
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaEm 1232, por doação régia de D. Sancho II, o domínio hospitalário alargou-se consideravelmente para Sul, passando a integrar as vilas de Amieira, Gavião e Crato. As obras promovidas pela Ordem, neste último aglomerado, que viria a ser a sede da instituição, são conhecidas e tiveram lugar imediatamente após a doação de 1232 (BARROCA, 2000, pp.202-203).
No entanto, a vila de Amieira, cuja posse se integra na mesma conjuntura, foi dotada de um castelo já muito tarde, sensivelmente um século depois de passar para as mãos dos Hospitalários. A sua construção ficou a dever-se a Álvaro Gonçalves Pereira, filho bastardo do bispo D. Gonçalo Pereira, prior da Ordem do Hospital e pai do futuro condestável do reino, Nuno Álvares Pereira. Foi, ainda, a este último que se deveu a transferência da sede da Ordem, de Leça do Bailio para o Crato (1356), circunstância que levou toda a estrutura hospitalária para o coração do seu principal domínio fundiário.
O castelo da Amieira explica-se nesta conjuntura renovadora do papel e da acção da Ordem. Três anos depois, D. Pedro I visitou a fortaleza, cujas obras deviam estar já bastante adiantadas, apesar de só terem sido formalmente concluídas em 1362 (IDEM, p.205). O próprio Álvaro Gonçalves Pereira manifestou grande cuidado na construção e evolução deste castelo, aqui falecendo em 1375.
De acordo com os estudos de Mário Barroca, que aqui seguimos, o castelo da Amieira é o protótipo de castelo gótico português (IDEM, p.206). Localizado a uma cota relativamente baixa, sinal de que a evolução da arquitectura militar tornava as construções independentes das condicionantes topográficas, apresenta uma planta regular rectangular, cintada por quatro torres nos ângulos. A torre de menagem é uma dessas torres angulares, de planta quadrangular e de maiores dimensões que as restantes, elevando-se sobre a entrada principal da fortaleza. Ao contrário das isoladas torres de menagem românicas, ela participa da "defesa da fortificação na área em que se afigurava mais vulnerável, possibilitando o tiro vertical sobre a porta de entrada da barbacã" (IDEM, p.206). Livre da torre de menagem, e de outras construções anexas, o pátio central surge como um amplo espaço de fácil movimentação. O castelo possuía ainda dois níveis de defesa complementar, referidos na documentação do século XIV: um fosso, de que não resta, hoje, grandes vestígios e uma barbacã ao redor da fortaleza, que formava um segundo patamar de difícil transposição em caso de cerco.
A fortaleza sofreu várias modificações nos séculos posteriores. Nos reinados de D. João II e de D. Manuel, há referência a obras, provavelmente de adaptação da estrutura às novas exigências da guerra. Simultaneamente, serviu de prisão, função determinada pela excelência do projecto arquitectónico. Adossada a uma das torres, mas fora das muralhas, a Capela de São João Baptista data de 1556, conforme inscrição sobre o portal principal, este de volta perfeita com aduelas almofadadas. No interior, possui abóbada de caixotões decorada com grotescos e uma imagem do padroeiro, além de um retábulo tardo-renascentista.
Perdida a função militar, pelo afastamento das linhas de fronteira, o castelo decaiu de importância. No século XVIII, grande parte das antigas estruturas estavam abandonadas e parte da fortaleza havia sido adaptada a residências civis. Por essa altura, a torre de menagem foi alvo de um parcial projecto de recuperação, mas pouco mais se fez para reverter a funcionalidade militar de um dos nossos principais castelos góticos. No século XIX, o pátio central foi convertido em cemitério da localidade, facto que se verificou até à década de 40 do século XX, quando a DGEMN promoveu o restauro integral do castelo, campanha de obras que conferiu ao conjunto a fisionomia que ainda hoje mantém.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens9
Nº de Bibliografias9

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Inventário Artístico de Portugal - vol. I (Distrito de Portalegre)KEIL, LuísEdição1943Lisboa
Castelos PortuguesesMONTEIRO, João GouveiaEdição2002LisboaLivro sem bibliografia Este guia propõe, para um vasto público, uma visão sintética da história da arquitectura militar portuguesa bem como um entendimento aprofundado dos elementos constituintes e funcionais dos castelos românico e gótico.
Castelos PortuguesesPONTES, Maria LeonorEdição2002LisboaLivro sem bibliografia Este guia propõe, para um vasto público, uma visão sintética da história da arquitectura militar portuguesa bem como um entendimento aprofundado dos elementos constituintes e funcionais dos castelos românico e gótico.
A gloriosa história dos mais belos castelos de PortugalPERES, DamiãoEdição1969Barcelos
"A Ordem do Hospital e a arquitectura militar em Portugal (Sécs. XII a XIV)", 3ºCongresso de Arqueologia Peninsular, vol. VII, 2000, pp.187-209BARROCA, Mário JorgeEdição2000Porto
Monografia da Notável Vila de NisaFIGUEIREDO, José FranciscoEdição1956Sintra
Amieira do antigo Priorado do Crato. Subsídios para uma monografia (1936)SOUSA, Tude Martins deEdição1982Lisboa
Amieira do antigo Priorado do Crato. Subsídios para uma monografia (1936)RASQUILHO, Francisco VieiraEdição1982Lisboa
Memória Histórica da Notável Vila de NisaMOURA, José Dinis da Graça MotaEdição1982Lisboa
Castelos em Portugal. Retrato do seu Perfil ArquitectónicoCORREIA, Luís Miguel Maldonado de VasconcelosEdição2010Coimbra
Castelo de Amieira do TejoEdição2001Lisboa

IMAGENS

Castelo de Amieira do Tejo - Enquadramento geral de Sul

Castelo de Amieira do Tejo - Fachada principal (nascente)

Castelo de Amieira do Tejo - Capela de São João Baptista

Castelo de Amieira do Tejo - Capela de São João Baptista: fachada principal

Castelo de Amieira do Tejo - Capela de São João Baptista: portal principal

Castelo de Amieira do Tejo - Torre de Menagem

Castelo de Amieira do Tejo - Interior do recinto: caminho de ronda (a norte)

Castelo de Amieira do Tejo - Interior da Capela de São João Baptista: abóbada da nave com esgrafitados

Castelo de Amieira do Tejo - Interior da Capela de São João Baptista: painel com esgrafitado da abóbada da nave

MAPA

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