Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Fortificações da Praça de Valença do Minho
Designação
DesignaçãoFortificações da Praça de Valença do Minho
Outras Designações / PesquisasFortificações da Praça de Valença do Minho (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Forte
TipologiaForte
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViana do Castelo/Valença/Valença, Cristelo Covo e Arão
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Valença Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
42.032545-8.645144
DistritoViana do Castelo
ConcelhoValença
FreguesiaValença, Cristelo Covo e Arão
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 15 178, DG, I Série, n.º 60, de 14-03-1928 (ver Decreto)
ZEPPortaria n.º 65/2010, DR, 2.ª Série, n.º 12, de 19-01-2010 (alterou a delimitação da ZNA) (ver Portaria)
Edital de 29-01-2008 da CM de Valença
Despacho de homologação de 22-10-2007 da Ministra da Cultura
Edital de 16-07-2007 da CM de Valença
Despacho de concordância de 16-05-2007 do presidente do IPPAR
Parecer favorável de 16-05-2007 do Conselho Consultivo do IPPAR.
Informação favorável de 8-05-2007 da DR do Porto
Proposta de 23-03-2007 da CM de Valença para desafectação de uma área incluída na ZNA, para construção de um parque de estacionamento
Portaria publicada no DG, II Série, n.º 290, de 13-12-1958
Zona "non aedificandi"Portaria n.º 65/2010, DR, 2.ª Série, n.º 12, de 19-01-2010
Portaria publicada no DG, II Série, n.º 290, de 13-12-1958
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12737527
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaValença do Minho é, por circunstâncias várias, a mais importante fortaleza do Alto Minho. No século XVII, no contexto das Guerras da Restauração da Independência Portuguesa, construiu-se uma impressionante fortificação abaluartada, de patamares sobrepostos para melhor aproveitar as condições topográficas do local, projecto grandioso que se assumiu como obra de propaganda e de ameaça face à vizinha Espanha.
As origens da cidade são, contudo, anteriores. Elas remontam à viragem para o século XIII e ao reinado de D. Sancho I, monarca que coutou a povoação e a entregou a Paio Carramundo, com a obrigação de a povoar e organizar. Face à natureza expansionista do bispo de Tui e do mosteiro de Ganfei, a fundação da localidade insere-se no processo de reconhecimento da autoridade régia no Alto Minho, que percorre grande parte da política real durante a primeira dinastia.
Imediatamente se terá construído um primitivo reduto defensivo, sucessivamente reformado ao longo dos séculos seguintes. Com foral a partir de 1217, e com cintura de muralhas datadas, muito provavelmente, da mesma época, Valença foi assumindo uma importância estratégica no contexto das relações do Minho com a Galiza, estatuto reforçado por ser o principal ponto de passagem entre as duas regiões.
O que resta da fortaleza medieval data do reinado de D. Afonso III. Em 1262, o rei ordenou uma grande reforma do sistema militar da vila, cujas muralhas passaram a abarcar toda a povoação. Desconhecemos, em grande parte, a sua configuração, pelas múltiplas transformações posteriores, mas restam ainda alguns vestígios que podemos atribuir a essa época.
Na Porta do Açougue, virada a Norte, é ainda possível verificar a existência de um escudo medieval na pedra de fecho. A porta da Gabiarra, voltada a nascente, era a principal entrada na fortaleza, dando para a zona ribeirinha e para a barca que fazia a travessia do Minho. Assumia-se como uma entrada triunfal, de grande impacto cenográfico e onde se concentravam os elementos identificativos do patrocínio régio, compondo-se por uma passagem ladeada harmonicamente por duas imponentes torres quadrangulares.
No final da Idade Média, como desenhou Duarte d'Armas, a fortaleza afonsina foi complementada por barbacãs e por uma couraça, elementos que revelam a sua importância no período de transição para a guerra de pólvora.
Chegados ao século XVII, Valença era uma das localidades mais expostas aos ataques espanhóis, cujas tropas a tentaram tomar em 1643 e 1657. A localização privilegiada no curso do Minho e as condições do terreno possibilitaram a construção de uma das mais significativas realizações militares da História de Portugal. O projecto ficou a dever-se a Miguel de l'Escole, engenheiro militar com outros trabalhos documentados em fortalezas do Alto Minho, arrancando as obras em 1661. Estas, só ficaram formalmente concluídas em 1713, ano em que uma planta do seu último arquitecto, Manuel Pinto de Vilalobos, a dá como concluída, embora existam referências à construção de baluartes nos anos seguintes.
Meio século de trabalhos alteraram radicalmente a fisionomia de Valença e a relação da localidade com o rio, separados, a partir daí, por uma gigantesca malha de baluartes e de patamares comunicantes entre si através de fossos e de passagens superiores. Planimetricamente, a nova fortaleza dividia-se em duas áreas, ainda hoje bem vincadas, inter-ligadas pela Porta do Meio: a Norte, abrangendo o velho núcleo medieval, a "Vila", onde se concentrava o grosso da população e os principais equipamentos sociais; a Sul, correspondendo a uma área menor, mas praticamente desimpedida de construções, a "Coroada". A rodear os dois espaços urbanos, uma densa malha de baluartes, revelins e fossos isolava a cidade e permitia uma ampla área de visibilidade e de fogo.
Obra maior da nossa História, Valença foi restaurada ao longo do século XX e prepara-se, na actualidade, para se candidatar a Património da Humanidade.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPPelourinho de Valença
Outra ClassificaçãoPelourinho de Valença
Nº de Imagens5
Nº de Bibliografias10

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Manuel Pinto de Vilalobos - da engenharia militar à arquitectura. Dissertação de Mestrado em História da Arte apresentada à Universidade Nova de LisboaSOROMENHO, MiguelEdição1991Lisboa
Castelos do Distrito de VianaGUERRA, Luís Figueiredo daEdição1926CoimbraSeparata de O Instituto
Alto MinhoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1987Lisboa
Valença do MinhoOLIVEIRA, A. Lopes deEdição1978Póvoa do Varzim
O Minho PittorescoVIEIRA, José AugustoEdição1887Lisboa
"O património cultural do Alto Minho (civil e eclesiástico). Sua defesa e protecção", Caminiana, ano IX, nº14, pp.9-80ALVES, LourençoEdição1987Caminha
"Do gótico ao manuelino no Alto Minho : monumentos civis e militares", Caminiana, nº12ALVES, LourençoEdição1986Caminha
Valença na História e na LendaNEVES, Manuel Augusto A. PintoEdição1990Valença do Minho
Valença nas Guerras da RestauraçãoCASTRO, Alberto Pereira deEdição1995Valença do Minho
A praça forte de Valença do Minho, 2ªed.CASTRO, Alberto Pereira deEdição1995Valença do Minho

IMAGENS

Fortificações da Praça de Valença do Minho - Planta com a delimitação e a ZEP em vigor

Fortificações da Praça de Valença do Minho - Planta da Praça, por Champalimaud Nussane, 1766

Fortificações da Praça de Valença do Minho - Planta do imóvel e da zona especial de protecção de 1958 (já substituidaem 2010)

Fortificações da Praça de Valença do Minho - Planta da Praça, por Manuel Pinto de Vilalobos, 1691

Fortificações da Praça de Valença do Minho - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 290, de 13-12-1958 - Texto e planta do diploma (ver Portaria de 2010)

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt