Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de São Francisco
Designação
DesignaçãoIgreja de São Francisco
Outras Designações / PesquisasConvento de São Francisco de Évora (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaÉvora/Évora/Évora (São Mamede, Sé, São Pedro e Santo Antão)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo 1.º de MaioÉvora Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.568905-7.908768
DistritoÉvora
ConcelhoÉvora
FreguesiaÉvora (São Mamede, Sé, São Pedro e Santo Antão)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património MundialAbrangido por conjunto inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO, que, ao abrigo do n.º 7 do art.º 15.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro, se encontra classificado como MN
Património Mundial DesignaçãoCentro Histórico de Évora
Cadastro
AFECTACAO9914629
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA construção do convento de São Francisco de Évora remonta a meados do século XIII, depois de instalada a Ordem nesta cidade por volta de 1326 (ESPANCA, 1993, p.49). Desse primeiro impulso construtivo resta o portal Norte, com três arquivoltas inscrito num gablete, um formulário estilístico que se filia no Gótico inicial do ciclo de Santarém e das igrejas paroquiais da Estremadura de inícios do século XIV.
Um pouco depois de terminada esta primeira igreja, deu-se início à construção do claustro, também ele muito modificado nos séculos seguintes. Foi uma obra patrocinada pelo comendador da Ordem de Santiago, D. Fernando Afonso de Morais, e dirigida por Mestre João de Alcobaça, "muito provavelmente um artista educado naquela vila e certamente no estaleiro cisterciense" (DIAS, 1994, p.147).
A actual igreja do convento de São Francisco data do século XV, mais propriamente do reinado de D. Afonso V, na medida em que está documentada a acção de Mestre Pero à frente do estaleiro em 1443. No entanto, o processo construtivo foi bastante mais lento, tendo-se arrastado as obras durante muito tempo e arrancando definitivamente apenas na década de 70.
À primeira fase corresponde a capela-mor e os braços do transepto, espaços definidos a partir da experiência da igreja da Conceição de Beja (PEREIRA, 1995, vol. II, p.35). Posteriormente, as dificuldades de abobadamento da nave e as deficiências orçamentais para a sua continuidade determinaram um período de paragem, apenas retomado já no reinado de D. Manuel.
Nestes princípios do século XVI, aproveitaram-se materiais da primitiva construção gótica e reforçaram-se as paredes da nave com contrafortes interiores, sintoma claro da desconfiança dos novos arquitectos em relação ao lançamento da abóbada. Nesta altura, conhecemos relativamente bem os arquitectos envolvidos, nomeadamente Afonso Pallos, um andaluz que trabalhou na Catedral de Sevilha e que terá sido o responsável pela introdução dos elementos mudejares na obra eborense (PEREIRA, 1995, vol. II, p.36), e Martim Lourenço, arquitecto militar também envolvido na construção do Palácio Real de Évora.
A divisão tripartida dos alçados das naves, o duplo portal principal separado por mainel torso - em cujo tímpano se ostentaram as armas de D. João II e de D. Manuel - e o inédito nartex - adossado à fachada principal e com quatro arcos de ferradura a ladear um aco central de volta perfeita - marcam singularmente este edifício como uma das mais importantes obras góticas do nosso país. Um estatuto estilístico único explicado ainda pelo canal de influência Portugal-Catalunha amplamente referido por José Custódio Vieira da Silva (SILVA, 1989) e que teve continuidade regional nas opções planimétricas de outros templos da cidade e do concelho, como São Bento de Cástris ou a igreja Matriz de Borba.
No Convento quinhentista trabalharam alguns dos mais importantes artistas do país, destacando-se as campanhas retabulares dirigidas pelo pintor Francisco Henriques. Diogo de Arruda e Diogo de Torralva também estiveram presentes à frente de obras de arquitectura, assim como Nicolau de Chanterenne, Olivier de Gand e Garcia Fernandes em outras encomendas de escultura e de pintura.
No século XVIII o esplendor barroco também se fez sentir, na talha dourada de Lisboa (composição do entalhador Manuel Nunes da Silva datada de 1727), no revestimento azulejar de paredes a cargo de Oliveira Bernardes e, anteriormente, de Gabriel del Barco, ou no tecto que Bacarelli pintou para a capela da Ordem Terceira.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens9
Nº de Bibliografias17

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
A arquitectura manuelinaDIAS, PedroEdição2009Vila Nova de Gaia
A Arquitectura ManuelinaDIAS, PedroEdição1988Porto
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel IDIAS, PedroEdição2002Lisboa
A arquitectura gótica portuguesaDIAS, PedroEdição1994Lisboa
O Tardo-Gótico em Portugal, a Arquitectura no AlentejoSILVA, José Custódio Vieira daEdição1989Lisboa
"As grandes edificações", História da Arte Portuguesa, vol. II, pp.11-113PEREIRA, PauloEdição1995Lisboa
ÉvoraESPANCA, TúlioEdição1993LisboaCol. Cidades e Vilas de Portugal
Inventário Artístico de Portugal, vol. VII (Concelho de Évora - volume I)ESPANCA, TúlioEdição1966LisboaO vol. II é totalmente dedicado às ilustrações.
A Arquitectura do Renascimento em PortugalHAUPT, AlbrechtEdição1986Lisboa
A Arquitectura Gótica em PortugalCHICÓ, Mário TavaresEdição1981Lisboa
El mudejarismo en la arquitectura portuguesa de la epoca manuelinaPEREZ EMBID, FlorentinoEdição1955Madrid
O Convento e a Igreja de São FranciscoMONIZ, Manuel CarvalhoEdição1959
Análise Preliminar das Anómalias Verificadas na Igreja de S. Francisco em ÉvoraLaboratório Nacional de Engenharia CivilEdição1997
Relatório da Intervenção na Pintura do Portal da Sala do CapítuloEscola Profissional de Recuperação do Património de SintraEdição1998A intervenção foi efectuada por Ana Filipa Vaz Teixeira.
Relatório da Intervenção na Pintura da AbóbadaEscola Profissional de Recuperação do Património de SintraEdição1998 A intervenção foi realizada por Rui santos.
Análise Estrutural da Abóbada da Igreja de S. Francisco em Évora - Relatório do ICISTAZEVEDO, João; GAGO, António; LAMAS, AntónioEdição2001
"Igreja e Convento de São Francisco de Évora: A sua conservação", A Cidade de Évora: Boletim de Cultura da Câmara Municipal (2ª Série), nº 6, 2002, pp. 113 - 139TERENO, Maria do Céu SimõesEdição2002Évora

IMAGENS

Igreja de São Francisco - Fachada principal: arcaria da galilé

Igreja de São Francisco - Fachada principal: registo superior

Igreja de São Francisco - Fachada principal: portal central

Igreja de São Francisco - Fachada principal: arquivoltas do portal central

Igreja de São Francisco - Fachada principal: galilé

Igreja de São Francisco - Fachada principal (arcaria da galilé)

Igreja de São Francisco - Fachada principal: gárgula da galilé

Igreja de São Francisco - Cabeceira (capela-mor) e envolvente urbanística

Igreja de São Francisco - Fachada lateral norte: registo superior do portal

MAPA

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