Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Trechos românicos da igreja de Santa Maria do Castelo
Designação
DesignaçãoTrechos românicos da igreja de Santa Maria do Castelo
Outras Designações / PesquisasIgreja Paroquial de Santa Maria do Castelo e São Miguel de Torres Vedras / Igreja de Nossa Senhora da Assunção (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Torres Vedras/Santa Maria, São Pedro e Matacães
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Castelo de Torres VedrasTorres Vedras Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.094197-9.261137
DistritoLisboa
ConcelhoTorres Vedras
FreguesiaSanta Maria, São Pedro e Matacães
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913929
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA igreja do Castelo é um dos mais importantes templos medievais da região de Lisboa e um dos que melhor simbolizam a progressão e organização dos territórios conquistados após 1147. As suas origens são, contudo, objecto de discussão, uma vez que não estão esclarecidas as fases ocupacionais pré-cristãs. Crê-se que o castelo seja de origem muçulmana e que, no local onde hoje se ergue a igreja de Santa Maria, existisse uma mesquita que servia a medina, mas nada foi, até ao momento, provado arqueologicamente. Em 1718, encontrou-se um túmulo, cujo cadáver estava acompanhado por um alfange, mas, na ocasião, optou-se por soterrar de novo estes vestígios.
Depois das conquistas de Lisboa, Sintra, Almada e, também, Torres Vedras, deu-se início à construção da actual igreja. Dessa primeira fase restam importantes vestígios românicos, acompanhados de uma inscrição que data a obra, o que se revela de extrema importância para a caracterização do chamado Românico meridional, aquela fase artística que coincide com a primeira organização cristã dos territórios entre Coimbra e Lisboa, durante a segunda metade do século XII.
O portal principal, de duas arquivoltas, conserva as impostas e os dois capitéis originais. Estes têm analogia com os capitéis do portal lateral Norte da Sé de Lisboa, apresentando campo escultórico decorado com finas hastes vegetalistas, que deixam grandes espaços livres, e pombas que debicam os frutos dessas hastes. Apesar destas semelhanças, é notória a menor qualidade das realizações de Torres Vedras, que denunciam uma "obra provinciana, esculpida com certa dificuldade" (REAL, 1982-83, p.538).
O portal lateral Sul apresenta a mesma concepção do principal - em particular o mesmo tipo de impostas -, mas encontra-se parcialmente coberto por uma solução posterior, já da época moderna, facto que não permite vislumbrar o arco interior. Na ombreira nascente, existe a inscrição funerária de Mestre Mendo, "possivelmente o arquitecto da igreja", cujo texto remete para a data de 11 de Outubro de 1208 (BARROCA, 2000, t.1, vol.I, p.642). O conteúdo deste letreiro é fundamental para datar a obra românica da igreja, mas também para caracterizar quer a da Sé Catedral de Lisboa quer as de São Pedro de Sintra e de Leiria, servindo a de Torres Vedras como director cronológico fundamental.
Ao longo dos séculos, a igreja foi muito modificada. Desconhecendo-se outras campanhas medievais (que eventualmente terão ocorrido no século XIV, altura em que se instituiu a importante confraria das Ovelhas dos Pobres), só no século XVI existe notícia de novas obras. Data da primeira metade da centúria a pia baptismal e um retábulo renascentista, de que se conservam cinco tábuas, atribuídas ao pintor Gregório Lopes. No século seguinte, por volta de 1662, deram-se novos trabalhos, entre os quais se conta o revestimento azulejar da sacristia e a grande pintura alusiva à Ressurreição que se expõe no coro-alto, uma realização, ao que tudo indica, de origem italiana. As obras continuaram antes e depois do terramoto de 1755, havendo notícia de que as torres da fachada principal ruíram no sismo. O interior, de planta longitudinal de nave única e capela-mor rectangular, apresenta uma configuração rococó, datando da segunda metade do século XVIII os vários retábulos que pontuam o espaço.
As várias campanhas de restauro que se processaram no monumento não alteraram radicalmente o seu aspecto. Em 1959 e em 1963 deram-se trabalhos de consolidação. Mais vastas foram as intervenções de 1974-75, que actuaram sobre os pavimentos, telhados, marmoreados da capela-mor e demais elementos decorativos, com destaque para as pinturas. A última grande campanha restauradora ocorreu na década de 90 do século XX, cujos trabalhos se alargaram às dependências anexas (casa do guarda, cartório, etc.)
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP1.ª e 2.ª Linhas de Defesa a Norte de Lisboa durante a Guerra Peninsular, também conhecidas como Linhas de Torres Vedras
Outra ClassificaçãoCastelo de Torres Vedras
Nº de Imagens19
Nº de Bibliografias8

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Perspectivas sobre a flora românica da «escola» lisbonense. A propósito de dois capitéis desconhecidos de Sintra no Museu do Carmo", Sintria, vol. I-ii, pp.529-560REAL, Manuel LuísEdição1983Sintra
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaAZEVEDO, Carlos deEdição1963LisboaLisboa Data do Editor : 1973
Epigrafia medieval portuguesa (862-1422)BARROCA, Mário JorgeEdição2000Lisboa
"Uma inscrição inédita no castelo de Torres Vedras", Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, vol. 55, pp.113-117SOUSA, J. M. Cordeiro deEdição1937Lisboa
Torres Vedras antiga e modernaVIEIRA, JúlioEdição1926Torres Vedras
"O castelo de Torres Vedras", O Torreense, nºs. 52 e 53REGO, José de FigueiroaEdição1947Torres Vedras
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaFERRÃO, JulietaEdição1963LisboaLisboa Data do Editor : 1973
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaGUSMÃO, Adriano deEdição1963LisboaLisboa Data do Editor : 1973
Torres Vedras : passado e presenteRODRIGUES, Cecília TravancaEdição1996Torres Vedras
Descrição histórica e económica da vila e termo de Torres VedrasTORRES, Manuel Agostinho MadeiraEdição1861Coimbra

IMAGENS

Igreja de Santa Maria do Castelo - Vista geral (fachada principal poente)

Igreja de Santa Maria do Castelo - Fachada principal: portal poente

Igreja de Santa Maria do Castelo - Fachada principal: pormenor do portal (lado norte)

Igreja de Santa Maria do Castelo - Interior: pia baptismal (batistério)

Igreja de Santa Maria do Castelo - Interior: pormenor da pintura do tecto do sub-coro

Igreja de Santa Maria do Castelo - Interior: pormenor da pintura do tecto pintado no sub-cororepresentando um castelo

Igreja de Santa Maria do Castelo - Fachada principal: pormenor do capitel sul do portal principal

Igreja de Santa Maria do Castelo - Interior: nave e coro-alto

Igreja de Santa Maria do Castelo - Interior: parede da nave do lado do Evangelho (capela lateral e púlpito)

Igreja de Santa Maria do Castelo - Fachada lateral sul: pormenor da base de coluna do portal lateral

Igreja de Santa Maria do Castelo - Vista geral de norte (fachada lateral)

Igreja de Santa Maria do Castelo - Interior: nave e capela-mor

Igreja de Santa Maria do Castelo - Interior da capela-mor: retábulo-mor

Igreja de Santa Maria do Castelo - Fachada lateral sul: portal lateral

Igreja de Santa Maria do Castelo - Fachada principal: portal

Igreja de Santa Maria do Castelo - Interior: pormenor da pintura do tecto do sub-coro

Igreja de Santa Maria do Castelo - Interior da capela-mor: painel central do tecto com pintura representando o monograma de Maria

Igreja de Santa Maria do Castelo - Fachada lateral sul: pormenor da base de coluna do portal lateral

Igreja de Santa Maria do Castelo - Fachada lateral sul: pormenor do portal lateral

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt