Trechos românicos da igreja de Santa Maria do Castelo | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Trechos românicos da igreja de Santa Maria do Castelo | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Igreja Paroquial de Santa Maria do Castelo e São Miguel de Torres Vedras / Igreja de Nossa Senhora da Assunção (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Igreja | ||||||||||||
Tipologia | Igreja | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Lisboa/Torres Vedras/Santa Maria, São Pedro e Matacães | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Lisboa | ||||||||||||
Concelho | Torres Vedras | ||||||||||||
Freguesia | Santa Maria, São Pedro e Matacães | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||
Cronologia | Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 9913929 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | A igreja do Castelo é um dos mais importantes templos medievais da região de Lisboa e um dos que melhor simbolizam a progressão e organização dos territórios conquistados após 1147. As suas origens são, contudo, objecto de discussão, uma vez que não estão esclarecidas as fases ocupacionais pré-cristãs. Crê-se que o castelo seja de origem muçulmana e que, no local onde hoje se ergue a igreja de Santa Maria, existisse uma mesquita que servia a medina, mas nada foi, até ao momento, provado arqueologicamente. Em 1718, encontrou-se um túmulo, cujo cadáver estava acompanhado por um alfange, mas, na ocasião, optou-se por soterrar de novo estes vestígios. Depois das conquistas de Lisboa, Sintra, Almada e, também, Torres Vedras, deu-se início à construção da actual igreja. Dessa primeira fase restam importantes vestígios românicos, acompanhados de uma inscrição que data a obra, o que se revela de extrema importância para a caracterização do chamado Românico meridional, aquela fase artística que coincide com a primeira organização cristã dos territórios entre Coimbra e Lisboa, durante a segunda metade do século XII. O portal principal, de duas arquivoltas, conserva as impostas e os dois capitéis originais. Estes têm analogia com os capitéis do portal lateral Norte da Sé de Lisboa, apresentando campo escultórico decorado com finas hastes vegetalistas, que deixam grandes espaços livres, e pombas que debicam os frutos dessas hastes. Apesar destas semelhanças, é notória a menor qualidade das realizações de Torres Vedras, que denunciam uma "obra provinciana, esculpida com certa dificuldade" (REAL, 1982-83, p.538). O portal lateral Sul apresenta a mesma concepção do principal - em particular o mesmo tipo de impostas -, mas encontra-se parcialmente coberto por uma solução posterior, já da época moderna, facto que não permite vislumbrar o arco interior. Na ombreira nascente, existe a inscrição funerária de Mestre Mendo, "possivelmente o arquitecto da igreja", cujo texto remete para a data de 11 de Outubro de 1208 (BARROCA, 2000, t.1, vol.I, p.642). O conteúdo deste letreiro é fundamental para datar a obra românica da igreja, mas também para caracterizar quer a da Sé Catedral de Lisboa quer as de São Pedro de Sintra e de Leiria, servindo a de Torres Vedras como director cronológico fundamental. Ao longo dos séculos, a igreja foi muito modificada. Desconhecendo-se outras campanhas medievais (que eventualmente terão ocorrido no século XIV, altura em que se instituiu a importante confraria das Ovelhas dos Pobres), só no século XVI existe notícia de novas obras. Data da primeira metade da centúria a pia baptismal e um retábulo renascentista, de que se conservam cinco tábuas, atribuídas ao pintor Gregório Lopes. No século seguinte, por volta de 1662, deram-se novos trabalhos, entre os quais se conta o revestimento azulejar da sacristia e a grande pintura alusiva à Ressurreição que se expõe no coro-alto, uma realização, ao que tudo indica, de origem italiana. As obras continuaram antes e depois do terramoto de 1755, havendo notícia de que as torres da fachada principal ruíram no sismo. O interior, de planta longitudinal de nave única e capela-mor rectangular, apresenta uma configuração rococó, datando da segunda metade do século XVIII os vários retábulos que pontuam o espaço. As várias campanhas de restauro que se processaram no monumento não alteraram radicalmente o seu aspecto. Em 1959 e em 1963 deram-se trabalhos de consolidação. Mais vastas foram as intervenções de 1974-75, que actuaram sobre os pavimentos, telhados, marmoreados da capela-mor e demais elementos decorativos, com destaque para as pinturas. A última grande campanha restauradora ocorreu na década de 90 do século XX, cujos trabalhos se alargaram às dependências anexas (casa do guarda, cartório, etc.) PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | 1.ª e 2.ª Linhas de Defesa a Norte de Lisboa durante a Guerra Peninsular, também conhecidas como Linhas de Torres Vedras | ||||||||||||
Outra Classificação | Castelo de Torres Vedras | ||||||||||||
Nº de Imagens | 19 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 8 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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"Perspectivas sobre a flora românica da «escola» lisbonense. A propósito de dois capitéis desconhecidos de Sintra no Museu do Carmo", Sintria, vol. I-ii, pp.529-560 | REAL, Manuel Luís | Edição | 1983 | Sintra | |
Epigrafia medieval portuguesa (862-1422) | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 2000 | Lisboa | |
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa | AZEVEDO, Carlos de | Edição | 1963 | Lisboa | Lisboa Data do Editor : 1973 |
Descrição histórica e económica da vila e termo de Torres Vedras | TORRES, Manuel Agostinho Madeira | Edição | 1861 | Coimbra | |
"Uma inscrição inédita no castelo de Torres Vedras", Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, vol. 55, pp.113-117 | SOUSA, J. M. Cordeiro de | Edição | 1937 | Lisboa | |
Torres Vedras antiga e moderna | VIEIRA, Júlio | Edição | 1926 | Torres Vedras | |
"O castelo de Torres Vedras", O Torreense, nºs. 52 e 53 | REGO, José de Figueiroa | Edição | 1947 | Torres Vedras | |
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa | FERRÃO, Julieta | Edição | 1963 | Lisboa | Lisboa Data do Editor : 1973 |
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa | GUSMÃO, Adriano de | Edição | 1963 | Lisboa | Lisboa Data do Editor : 1973 |
Torres Vedras : passado e presente | RODRIGUES, Cecília Travanca | Edição | 1996 | Torres Vedras |
Igreja de Santa Maria do Castelo - Vista geral (fachada principal poente)
Igreja de Santa Maria do Castelo - Fachada principal: portal poente
Igreja de Santa Maria do Castelo - Fachada principal: pormenor do portal (lado norte)
Igreja de Santa Maria do Castelo - Interior: pia baptismal (batistério)
Igreja de Santa Maria do Castelo - Interior: pormenor da pintura do tecto do sub-coro
Igreja de Santa Maria do Castelo - Interior: pormenor da pintura do tecto pintado no sub-cororepresentando um castelo
Igreja de Santa Maria do Castelo - Fachada principal: pormenor do capitel sul do portal principal
Igreja de Santa Maria do Castelo - Interior: nave e coro-alto
Igreja de Santa Maria do Castelo - Interior: parede da nave do lado do Evangelho (capela lateral e púlpito)
Igreja de Santa Maria do Castelo - Fachada lateral sul: pormenor da base de coluna do portal lateral
Igreja de Santa Maria do Castelo - Vista geral de norte (fachada lateral)
Igreja de Santa Maria do Castelo - Interior: nave e capela-mor
Igreja de Santa Maria do Castelo - Interior da capela-mor: retábulo-mor
Igreja de Santa Maria do Castelo - Fachada lateral sul: portal lateral
Igreja de Santa Maria do Castelo - Fachada principal: portal
Igreja de Santa Maria do Castelo - Interior: pormenor da pintura do tecto do sub-coro
Igreja de Santa Maria do Castelo - Interior da capela-mor: painel central do tecto com pintura representando o monograma de Maria
Igreja de Santa Maria do Castelo - Fachada lateral sul: pormenor da base de coluna do portal lateral
Igreja de Santa Maria do Castelo - Fachada lateral sul: pormenor do portal lateral
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