Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja do antigo Mosteiro de Jesus e claustro, incluindo a primitiva Casa do Capítulo
Designação
DesignaçãoIgreja do antigo Mosteiro de Jesus e claustro, incluindo a primitiva Casa do Capítulo
Outras Designações / PesquisasConvento de Jesus de Setúbal / Mosteiro de Jesus (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Mosteiro
TipologiaMosteiro
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaSetúbal/Setúbal/Setúbal (São Julião, Nossa Senhora da Anunciada e Santa Maria da Graça)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Praça Miguel BombardaSetúbal Número de Polícia:
Rua Acácio BarradasSetúbal Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.525979-8.894657
DistritoSetúbal
ConcelhoSetúbal
FreguesiaSetúbal (São Julião, Nossa Senhora da Anunciada e Santa Maria da Graça)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 23 008, DG, I Série, N.º 196 de 30-08-1933 (classificou o claustro do Mosteiro de Jesus, incluindo a primitiva Casa do Capítulo) (ver Decreto)
Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (classificou a Igreja do antigo mosteiro de Jesus) (ver Decreto)
ZEPPortaria n.º 936/95, DR, I Série-B, de 25-07-1995 (com ZNA) (ver Portaria)
Em 2-11-1994 foi dado conhecimento do despacho à CM de Setúbal
Despacho de concordância de 7-10-1994 do presidente do IPPAR
Proposta de 3-10-1994 da DR de Lisboa para manter a delimitação homologada, por a proposta da CM de Setúbal não garantir a salvaguarda da envolvente do imóvel classificado
Proposta de alteração de 5-11-1991 da CM de Setúbal
Edital N.º 190/91 de 24-10-1991 da CM de Setúbal
Despacho de homologação de 13-08-1991 da Secretária de Estado da Cultura
Despacho de concordância de 15-07-1991 do presidente do IPPC
Parecer favorável de 4-07-1991 da 9.ª Secção do Conselho Consultivo do IPPC
Proposta de ampliação de 18-06-1991 do IPPC
Portaria de 29-04-1946, publicada no DG, II Série, n.º 137, de 15-06-1946
Zona "non aedificandi"Portaria n.º 936/95, DR, I Série-B, de 25-07-1995
Portaria de 29-04-1946, publicada no DG, II Série, n.º 137, de 15-06-1946
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9914629
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO Convento de Jesus de Setúbal foi fundado por Justa Rodrigues Pereira, ama de D. Manuel, em 1490, ainda no reinado de D. João II. É este monarca quem no ano seguinte, após visita às obras, assume o encargo das mesmas e manda ampliar consideravelmente o projecto inicial (com novos alicerces e segunda fundação), entregando a condução das obras a Diogo de Boitaca, que aqui realiza o seu primeiro trabalho no país. A primeira cabeceira da igreja estaria concluída em 1495, aquando da morte de D. João II; o corpo foi terminado pouco tempo depois, contando já com o patrocínio de D. Manuel, que determinou serem erguidas três naves abobadadas, em vez da projectada nave única com tecto de madeira. A ocupação do convento anexo pelas freiras clarissas, em meados de 1496, atesta da rapidez com que a obra avançou, embora a cabeceira joanina ainda tenha sido refeita, por se considerar demasiado pequena, na primeira década de quinhentos.
O conjunto conventual ergue-se no que era então zona extra-muros do burgo, conforme hábito dos edifícios mendicantes; a sua fachada recebeu considerável nobilitação com a doação feita por D. Jorge de Lencastre, filho bastardo de D. João II e Mestre da Ordem de Santiago, do extenso terreno fronteiro, ainda na primeira metade do século XVI, onde mandou erguer um cruzeiro (originalmente situado em frente da cabeceira da igreja). O largo assim caracterizado mantém-se até hoje de forma praticamente inalterada, permitindo uma melhor leitura do edifício, apesar da densa urbanização que o envolve (SILVA, J. Custódio Vieira, 1990, p. 56). A igreja apresenta alçados baixos, robustos e contrafortados, de acordo com a necessidade, surgida após a intervenção manuelina, de reforçar os panos murários de forma a suportar a abóbada de pedra. Entre dois contrafortes levanta-se o portal inscrito em gablete, voltado a Sul, e decorado com alusões ao modelo de vida conventual e à ordem franciscana, bem como, provavelmente, à própria fundadora, pela repetição da letra Y, alusão cristológica (a letra, equivalente ao J, representa o nome de Jesus) mas que remete igualmente para o nome de Justa Rodrigues. Rasgam-se ainda, na fachada principal, um janelão na nave e outro, maior e muito decorado, iluminando a capela-mor.
O corpo da igreja liga-se ao quadrado da capela-mor, mais elevado em alçado, e coberto por uma impressionante abóbada estrelada em dois tramos; as suas elegantes nervuras curvas são talvez das primeiras usadas no país (PEREIRA, Paulo, 1995, p. 48). Na nave central, a solução escolhida pelo mestre construtor para lançar a abóbada é testemunha da tardia opção que esta representou: as mísulas de suporte da mesma foram colocadas um pouco acima dos capiteis das colunas da nave, projectada para apoiar um tecto de madeira, e foram então unidas a estes por meio de finos colunelos prismáticos, sem efeito estrutural, destinados apenas a harmonizar o conjunto. Uma das suas mais atraentes e singulares características, representando solução pioneira, é justamente a unidade do espaço, com as três naves abobadadas à mesma altura, permitindo uma iluminação uniforme do interior, ao modo das igrejas-salão; outra será a utilização, francamente original, de colunas formadas por três toros enrolados, evocando o modelo e o simbolismo da coluna salomónica, ou remetendo mais directamente para o dogma da Trindade (PEREIRA, J. António Baptista, 1989, p. 25). O peso da abóbada e as alterações do plano inicial justificam ainda a estreiteza das naves laterais, destinadas a aumentar a dignidade do templo, e a sua cobertura com meias abóbadas de canhão, funcionando como arcobotantes (PEREIRA, Paulo, 1995, p. 48) que se conjugam com os contrafortes da fachada. O sistema de sólida contrafortagem repete-se no claustro quadrangular, cujo chafariz central é já seiscentista. Também no início do século XVII foram fechadas as galerias do andar superior do claustro, e abertas as janelas que hoje se vêem. SML
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens7
Nº de Bibliografias13

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
A Arquitectura Gótica em PortugalCHICÓ, Mário TavaresEdição1981Lisboa
SetúbalSILVA, José Custódio Vieira daEdição1990Lisboa
Noticia dos monumentos nacionaes e edificios e logares notaveis do concelho de SetubalPORTELA, Manuel MariaEdição1882
"A Igreja do Convento de Jesus de Setúbal na evolução da arquitectura manuelina", Sep. Belas Artes, 2ª s., 3DIAS, PedroEdição1978
"A Igreja do Mosteiro de Jesus de Setúbal", Boletim da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, nº 47Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos NacionaisEdição1947
"Para a História da Igreja e Convento de Jesus de Setúbal", in Património, 2 e 3-4SILVA, José Custódio Vieira daEdição
Estudos das Argamassas de Reboco para o Convento de Jesus, em SetúbalMinistério da Cultura e Instituto Português do Património ArquitectónicoEdição1997
Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, IPPAR, vol. IIILOPES, FlávioEdição1993Lisboa
Convento de Jesus, 500 anos, Arqueologia e HistóriaSILVA, Carlos Manuel Lindo Tavares daEdição1989
Convento de Jesus, 500 anos, Arqueologia e HistóriaPEREIRA, Fernando António BaptistaEdição1989
A Obra Silvestre e a Esfera do ReiPEREIRA, PauloEdição1990Coimbra
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel IDIAS, PedroEdição2002Lisboa
Museu de Setúbal e o seu fundador João Botelho Moniz BorbaOSÓRIO, AntónioEdição2010Setúbal
Museu de Setúbal e o seu fundador João Botelho Moniz BorbaBORBA, Francisco MonizEdição2010Setúbal
Museu de Setúbal e o seu fundador João Botelho Moniz BorbaSOARES, Maria Joaquina CoelhoEdição2010Setúbal
A arquitectura manuelinaDIAS, PedroEdição2009Vila Nova de Gaia

IMAGENS

Igreja do antigo Mosteiro de Jesus - Vista geral

Igreja do antigo Mosteiro de Jesus - Fachada principal

Igreja do antigo Mosteiro de Jesus - Fachada principal: portal

Igreja do antigo Mosteiro de Jesus - Cabeceira (capela-mor)

Igreja do antigo Mosteiro de Jesus - Portaria n.º 936/95, DR, I Série-B, de 25-07-1995 - Texto e planta do diploma

Igreja do antigo Mosteiro de Jesus - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 137, de 15-06-1946 - Planta do diploma

Igreja do antigo Mosteiro de Jesus - Claustro: arcaria

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