Igreja do antigo Mosteiro de Jesus e claustro, incluindo a primitiva Casa do Capítulo | |||||||||||||||||
Designação | |||||||||||||||||
Designação | Igreja do antigo Mosteiro de Jesus e claustro, incluindo a primitiva Casa do Capítulo | ||||||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Convento de Jesus de Setúbal / Mosteiro de Jesus (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Mosteiro | ||||||||||||||||
Tipologia | Mosteiro | ||||||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||||||
Localização | |||||||||||||||||
Divisão Administrativa | Setúbal/Setúbal/Setúbal (São Julião, Nossa Senhora da Anunciada e Santa Maria da Graça) | ||||||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Setúbal | ||||||||||||||||
Concelho | Setúbal | ||||||||||||||||
Freguesia | Setúbal (São Julião, Nossa Senhora da Anunciada e Santa Maria da Graça) | ||||||||||||||||
Proteção | |||||||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 23 008, DG, I Série, N.º 196 de 30-08-1933 (classificou o claustro do Mosteiro de Jesus, incluindo a primitiva Casa do Capítulo) (ver Decreto) Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (classificou a Igreja do antigo mosteiro de Jesus) (ver Decreto) | ||||||||||||||||
ZEP | Portaria n.º 936/95, DR, I Série-B, de 25-07-1995 (com ZNA) (ver Portaria) Em 2-11-1994 foi dado conhecimento do despacho à CM de Setúbal Despacho de concordância de 7-10-1994 do presidente do IPPAR Proposta de 3-10-1994 da DR de Lisboa para manter a delimitação homologada, por a proposta da CM de Setúbal não garantir a salvaguarda da envolvente do imóvel classificado Proposta de alteração de 5-11-1991 da CM de Setúbal Edital N.º 190/91 de 24-10-1991 da CM de Setúbal Despacho de homologação de 13-08-1991 da Secretária de Estado da Cultura Despacho de concordância de 15-07-1991 do presidente do IPPC Parecer favorável de 4-07-1991 da 9.ª Secção do Conselho Consultivo do IPPC Proposta de ampliação de 18-06-1991 do IPPC Portaria de 29-04-1946, publicada no DG, II Série, n.º 137, de 15-06-1946 | ||||||||||||||||
Zona "non aedificandi" | Portaria n.º 936/95, DR, I Série-B, de 25-07-1995 Portaria de 29-04-1946, publicada no DG, II Série, n.º 137, de 15-06-1946 | ||||||||||||||||
CLASS_NAME | Conjunto | ||||||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||||||
AFECTACAO | 9914629 | ||||||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | O Convento de Jesus de Setúbal foi fundado por Justa Rodrigues Pereira, ama de D. Manuel, em 1490, ainda no reinado de D. João II. É este monarca quem no ano seguinte, após visita às obras, assume o encargo das mesmas e manda ampliar consideravelmente o projecto inicial (com novos alicerces e segunda fundação), entregando a condução das obras a Diogo de Boitaca, que aqui realiza o seu primeiro trabalho no país. A primeira cabeceira da igreja estaria concluída em 1495, aquando da morte de D. João II; o corpo foi terminado pouco tempo depois, contando já com o patrocínio de D. Manuel, que determinou serem erguidas três naves abobadadas, em vez da projectada nave única com tecto de madeira. A ocupação do convento anexo pelas freiras clarissas, em meados de 1496, atesta da rapidez com que a obra avançou, embora a cabeceira joanina ainda tenha sido refeita, por se considerar demasiado pequena, na primeira década de quinhentos. O conjunto conventual ergue-se no que era então zona extra-muros do burgo, conforme hábito dos edifícios mendicantes; a sua fachada recebeu considerável nobilitação com a doação feita por D. Jorge de Lencastre, filho bastardo de D. João II e Mestre da Ordem de Santiago, do extenso terreno fronteiro, ainda na primeira metade do século XVI, onde mandou erguer um cruzeiro (originalmente situado em frente da cabeceira da igreja). O largo assim caracterizado mantém-se até hoje de forma praticamente inalterada, permitindo uma melhor leitura do edifício, apesar da densa urbanização que o envolve (SILVA, J. Custódio Vieira, 1990, p. 56). A igreja apresenta alçados baixos, robustos e contrafortados, de acordo com a necessidade, surgida após a intervenção manuelina, de reforçar os panos murários de forma a suportar a abóbada de pedra. Entre dois contrafortes levanta-se o portal inscrito em gablete, voltado a Sul, e decorado com alusões ao modelo de vida conventual e à ordem franciscana, bem como, provavelmente, à própria fundadora, pela repetição da letra Y, alusão cristológica (a letra, equivalente ao J, representa o nome de Jesus) mas que remete igualmente para o nome de Justa Rodrigues. Rasgam-se ainda, na fachada principal, um janelão na nave e outro, maior e muito decorado, iluminando a capela-mor. O corpo da igreja liga-se ao quadrado da capela-mor, mais elevado em alçado, e coberto por uma impressionante abóbada estrelada em dois tramos; as suas elegantes nervuras curvas são talvez das primeiras usadas no país (PEREIRA, Paulo, 1995, p. 48). Na nave central, a solução escolhida pelo mestre construtor para lançar a abóbada é testemunha da tardia opção que esta representou: as mísulas de suporte da mesma foram colocadas um pouco acima dos capiteis das colunas da nave, projectada para apoiar um tecto de madeira, e foram então unidas a estes por meio de finos colunelos prismáticos, sem efeito estrutural, destinados apenas a harmonizar o conjunto. Uma das suas mais atraentes e singulares características, representando solução pioneira, é justamente a unidade do espaço, com as três naves abobadadas à mesma altura, permitindo uma iluminação uniforme do interior, ao modo das igrejas-salão; outra será a utilização, francamente original, de colunas formadas por três toros enrolados, evocando o modelo e o simbolismo da coluna salomónica, ou remetendo mais directamente para o dogma da Trindade (PEREIRA, J. António Baptista, 1989, p. 25). O peso da abóbada e as alterações do plano inicial justificam ainda a estreiteza das naves laterais, destinadas a aumentar a dignidade do templo, e a sua cobertura com meias abóbadas de canhão, funcionando como arcobotantes (PEREIRA, Paulo, 1995, p. 48) que se conjugam com os contrafortes da fachada. O sistema de sólida contrafortagem repete-se no claustro quadrangular, cujo chafariz central é já seiscentista. Também no início do século XVII foram fechadas as galerias do andar superior do claustro, e abertas as janelas que hoje se vêem. SML | ||||||||||||||||
Processo | |||||||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||||||
Nº de Imagens | 7 | ||||||||||||||||
Nº de Bibliografias | 13 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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A Arquitectura Gótica em Portugal | CHICÓ, Mário Tavares | Edição | 1981 | Lisboa | |
Setúbal | SILVA, José Custódio Vieira da | Edição | 1990 | Lisboa | |
Noticia dos monumentos nacionaes e edificios e logares notaveis do concelho de Setubal | PORTELA, Manuel Maria | Edição | 1882 | ||
"A Igreja do Convento de Jesus de Setúbal na evolução da arquitectura manuelina", Sep. Belas Artes, 2ª s., 3 | DIAS, Pedro | Edição | 1978 | ||
"A Igreja do Mosteiro de Jesus de Setúbal", Boletim da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, nº 47 | Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais | Edição | 1947 | ||
"Para a História da Igreja e Convento de Jesus de Setúbal", in Património, 2 e 3-4 | SILVA, José Custódio Vieira da | Edição | |||
Estudos das Argamassas de Reboco para o Convento de Jesus, em Setúbal | Ministério da Cultura e Instituto Português do Património Arquitectónico | Edição | 1997 | ||
Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, IPPAR, vol. III | LOPES, Flávio | Edição | 1993 | Lisboa | |
Convento de Jesus, 500 anos, Arqueologia e História | SILVA, Carlos Manuel Lindo Tavares da | Edição | 1989 | ||
Convento de Jesus, 500 anos, Arqueologia e História | PEREIRA, Fernando António Baptista | Edição | 1989 | ||
A Obra Silvestre e a Esfera do Rei | PEREIRA, Paulo | Edição | 1990 | Coimbra | |
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel I | DIAS, Pedro | Edição | 2002 | Lisboa | |
A arquitectura manuelina | DIAS, Pedro | Edição | 2009 | Vila Nova de Gaia | |
Museu de Setúbal e o seu fundador João Botelho Moniz Borba | OSÓRIO, António | Edição | 2010 | Setúbal | |
Museu de Setúbal e o seu fundador João Botelho Moniz Borba | BORBA, Francisco Moniz | Edição | 2010 | Setúbal | |
Museu de Setúbal e o seu fundador João Botelho Moniz Borba | SOARES, Maria Joaquina Coelho | Edição | 2010 | Setúbal |
Igreja do antigo Mosteiro de Jesus - Vista geral
Igreja do antigo Mosteiro de Jesus - Fachada principal
Igreja do antigo Mosteiro de Jesus - Fachada principal: portal
Igreja do antigo Mosteiro de Jesus - Cabeceira (capela-mor)
Igreja do antigo Mosteiro de Jesus - Portaria n.º 936/95, DR, I Série-B, de 25-07-1995 - Texto e planta do diploma
Igreja do antigo Mosteiro de Jesus - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 137, de 15-06-1946 - Planta do diploma
Igreja do antigo Mosteiro de Jesus - Claustro: arcaria
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