Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Palácio e Quinta da Bacalhoa
Designação
DesignaçãoPalácio e Quinta da Bacalhoa
Outras Designações / PesquisasPalácio dos Albuquerques
Quinta do Bacalhau
Quinta da Condestablessa
Villa Feyxe, Vila Fraiche, Fréche ou Fresca
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Quinta
TipologiaQuinta
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaSetúbal/Setúbal/Azeitão (São Lourenço e São Simão)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
EN 10Vila Fresca de Azeitão Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.525152-8.992889
DistritoSetúbal
ConcelhoSetúbal
FreguesiaAzeitão (São Lourenço e São Simão)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDeclaração de Rectificação n.º 10-E/96, DR, I Série-B, n.º 127, de 31-05-1996 (rectificou o distrito indicado no diploma anterior, de Lisboa para Setúbal) (ver Declaração)
Decreto n.º 2/96, DR, I Série-B, n.º 56, de 6-03-1996 (alterou para "Palácio e Quinta da Bacalhoa") (ver Decreto)
Edital N.º 150/92 de 19-06-1992 da CM de Setúbal
Despacho de homologação de 4-01-1979 do Secretário de Estado da Cultura
Parecer favorável de 4-01-1979 da COISPCN
Proposta de 23-11-1978 da DGEMN para alargamento da classificação a toda a quinta
Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (classificou o Palácio da Bacalhoa) (ver Decreto)
ZEPPortaria n.º 255/96, DR, II Série, n.º 263, de 13-11-1996 (com ZNA)
Edital N.º 105/81 de 3-09-1981 da CM de Setúbal
Em 13-09-1979 foi enviada à CM de Setúbal proposta de nova delimitação
Portaria de 15-07-1949, publicada no DG, II Série, n.º 174, de 29-07-1949
Zona "non aedificandi"Portaria n.º 255/96, DR, II Série, n.º 263, de 13-11-1996
Portaria de 15-07-1949, publicada no DG, II Série, n.º 174, de 29-07-1949
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181505
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaFoi em 1427 que o infante D. João, mestre da Ordem de Santiago e Condestável do Reino, mandou erguer numa grande propriedade de Azeitão umas casas de que restam hoje, como únicos vestígios, algumas abóbadas ogivais (CALADO, 1993, p. 73). Herdou a quinta a sua filha D. Brites e o marido, o infante D. Fernando, pais do futuro rei D. Manuel, e por cuja iniciativa se remodelou a casa de acordo com um gosto mais moderno, certamente típico da arquitectura residencial de transição de finais do século XV e inícios do XVI, incluindo a cerca torreada e alguns revestimentos azulejares quatrocentistas de modelo levantino que ainda se podem apreciar numa dependência. A quinta, então conhecida por "Villa Feyxe" ou Vila Fresca, foi vendida em 1528 a Brás de Albuquerque, filho do Vice-rei da Índia Afonso de Albuquerque e proprietário da Casa dos Bicos, em Lisboa.
É a Brás de Albuquerque que se deve a maioria da construção que podemos admirar actualmente, sendo no entanto difícil determinar com exactidão a parte que já estaria edificada até à sua intervenção. Entre 1528 e 1554, data na qual a obra principal estaria terminada, conforme consta de inscrição numa porta, foram realizadas as remodelações de gosto erudito e claássico que fazem da Bacalhoa um dos primeiros e mais belos exemplares de arquitectura civil renascentista do país, tal como a vizinha Quinta das Torres. A planta em L, representando uma inovação que faria escola na arquitectura posterior, afirma-se como uma das novidades importadas por Albuquerque aquando da sua deslocação a Itália, em 1521-22. A regularidade da planta, a preocupação de simetria no rasgamento dos vãos, as escalas e a espacialidade, e ainda elementos clássicos como galerias, colunatas, pavilhões e tondi decorativos, fazem do Palácio uma obra notável, a ponto de ter já sido atribuída a Andrea Sansovino, sendo mais plausível no entanto imaginá-la no círculo de Francisco de Arruda (RASTEIRO, 1898). Características arquitectónicas de tipo militar, aliás perfeitamente quinhentistas, como são a cerca torreada, os robustos torreões cilíndricos com cúpulas de gomos que rematam as extremidades e o ângulo das fachadas, e os cubelos com coroamentos piramidais da "casa de fresco", parecem apontar para a intervenção do arquitecto das fortalezas da Índia; de qualquer forma, é impossível não imaginar os melhores artista do reino contribuindo para o esplendor da propriedade, onde se destacam os medalhões dos Della Robbia com bustos relevados no muro do tanque, ou outros atribuídos a Nicolau de Chanterene (RASTEIRO, 1898) na galeria norte, ou ainda o magnífico revestimento azulejar do pavilhão, incluindo um painel datado de 1565 e assinado por Eneas Vito, artista que trabalhou em Fontainebleau (AZEVEDO, 1969, p. 113).
Acede-se à casa por um pátio quadrangular murado, diante do qual se ergue a fachada principal, com uma galeria de treze arcos sobre colunas lisas. A construção distribui-se em torno do jardim que ocupa o interior do L, abrindo para um labirinto de buxo; encostado ao muro, a Sul, ergue-se a Casa de Fresco, composta por três torreões ligados entre si por galerias de arcadas que deitam para o grande tanque. Ainda adossados ao muro, a meio da quinta, erguem-se dois pavilhões de recreio, a Casa da Índia e a Casa das Pombas, decoradas com belíssimos azulejos quinhentistas. No edifício principal destacam-se as proporções e regularidade dos alçados renascentistas, com profusão de arcarias e uma loggia perfeitamente italianizante, sendo as várias fenestrações decoradas com nichos e medalhões com bustos. Os temas iconográficos de toda a decoração são essencialmente de cariz clássico, bem adequados ao gosto humanista e à figura de Albuquerque, exibindo heróis da Antiguidade e outras referências mitológicas. Por último, saliente-se que o nome de Bacalhoa resulta certamente da corrupção de Bacalhau, apelido de D. Jerónimo Manuel, um dos seus proprietários em finais do século XVI. SML
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens11
Nº de Bibliografias14

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
História da Arte em Portugal - o Renascimento e o ManeirismoSERRÃO, VítorEdição2002Lisboa
Notícia dos monumentos nacionaes e edificios e logares notaveis do concelho de SetubalPORTELA, Manuel MariaEdição1882
A Arquitectura "ao Romano"CRAVEIRO, Maria de LurdesEdição2009Vila Nova de Gaia
Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, IPPAR, vol. IIILOPES, FlávioEdição1993Lisboa
Palácios e solares portuguezes (Col. Encyclopedia pela imagem)SEQUEIRA, Gustavo de MatosEdição1900Porto
Solares PortuguesesAZEVEDO, Carlos deEdição1988Lisboa
"O Paraíso de Albuquerque", in Revista Grande ReportagemJARDIM, RitaEdição1991
Arte paisagista e arte dos jardins em PortugalARAÚJO, Ilídio deEdição1962
Quinta e palácio da Bacalhoa em Azeitão: monografia histórico-artisticaRASTEIRO, JoaquimEdição1895
L'art de vivre au PortugalSTOOP, Anne deEdição1994
Quintas e palácios nos arredores de LisboaSTOOP, Anne deEdição1986Lisboa
Azulejaria em Portugal nos séculos XV e XVI: introdução geralSIMÕES, J. M. dos SantosEdição1969Lisboa
Cidades e Vilas de Portugal - AzeitãoCALADO, MariaEdição1993Lisboa
"Quinta da Bacalhoa" (artigo on-line), in www.azeitão.ptEdição

IMAGENS

Palácio e Quinta da Bacalhoa - Pavilhão de Recreio ou Casa de Fresco

Palácio e Quinta da Bacalhoa - Vista lateral e loggia

Palácio e Quinta da Bacalhoa - Azulejos do Pavilhão de Recreio representando Susana no Banho (1565)

Palácio e Quinta da Bacalhoa - Viata parcial da loggia

Palácio e Quinta da Bacalhoa - Interior do Pavilhão de Recreio

Palácio e Quinta da Bacalhoa - Escadaria de acesso ao jardim

Palácio e Quinta da Bacalhoa - Labirinto de buxo do jardim

Palácio e Quinta da Bacalhoa - Labirinto de buxo e vista sobre o pomar

Palácio e Quinta da Bacalhoa - Pavilhão de Recreio e tanque

Palácio e Quinta da Bacalhoa - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 174, de 29-07-1949 - Planta do diploma

Palácio e Quinta da Bacalhoa - Portaria n.º 263/96, DR, II Série, n.º 272, de 23-11-1996 - Texto e planta do diploma

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