Palácio e Quinta da Bacalhoa | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Palácio e Quinta da Bacalhoa | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Palácio dos Albuquerques Quinta do Bacalhau Quinta da Condestablessa Villa Feyxe, Vila Fraiche, Fréche ou Fresca | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Civil / Quinta | ||||||||||||
Tipologia | Quinta | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Civil | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Setúbal/Setúbal/Azeitão (São Lourenço e São Simão) | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Setúbal | ||||||||||||
Concelho | Setúbal | ||||||||||||
Freguesia | Azeitão (São Lourenço e São Simão) | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||
Cronologia | Declaração de Rectificação n.º 10-E/96, DR, I Série-B, n.º 127, de 31-05-1996 (rectificou o distrito indicado no diploma anterior, de Lisboa para Setúbal) (ver Declaração) Decreto n.º 2/96, DR, I Série-B, n.º 56, de 6-03-1996 (alterou para "Palácio e Quinta da Bacalhoa") (ver Decreto) Edital N.º 150/92 de 19-06-1992 da CM de Setúbal Despacho de homologação de 4-01-1979 do Secretário de Estado da Cultura Parecer favorável de 4-01-1979 da COISPCN Proposta de 23-11-1978 da DGEMN para alargamento da classificação a toda a quinta Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (classificou o Palácio da Bacalhoa) (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | Portaria n.º 255/96, DR, II Série, n.º 263, de 13-11-1996 (com ZNA) Edital N.º 105/81 de 3-09-1981 da CM de Setúbal Em 13-09-1979 foi enviada à CM de Setúbal proposta de nova delimitação Portaria de 15-07-1949, publicada no DG, II Série, n.º 174, de 29-07-1949 | ||||||||||||
Zona "non aedificandi" | Portaria n.º 255/96, DR, II Série, n.º 263, de 13-11-1996 Portaria de 15-07-1949, publicada no DG, II Série, n.º 174, de 29-07-1949 | ||||||||||||
CLASS_NAME | Conjunto | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 181505 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | Foi em 1427 que o infante D. João, mestre da Ordem de Santiago e Condestável do Reino, mandou erguer numa grande propriedade de Azeitão umas casas de que restam hoje, como únicos vestígios, algumas abóbadas ogivais (CALADO, 1993, p. 73). Herdou a quinta a sua filha D. Brites e o marido, o infante D. Fernando, pais do futuro rei D. Manuel, e por cuja iniciativa se remodelou a casa de acordo com um gosto mais moderno, certamente típico da arquitectura residencial de transição de finais do século XV e inícios do XVI, incluindo a cerca torreada e alguns revestimentos azulejares quatrocentistas de modelo levantino que ainda se podem apreciar numa dependência. A quinta, então conhecida por "Villa Feyxe" ou Vila Fresca, foi vendida em 1528 a Brás de Albuquerque, filho do Vice-rei da Índia Afonso de Albuquerque e proprietário da Casa dos Bicos, em Lisboa. É a Brás de Albuquerque que se deve a maioria da construção que podemos admirar actualmente, sendo no entanto difícil determinar com exactidão a parte que já estaria edificada até à sua intervenção. Entre 1528 e 1554, data na qual a obra principal estaria terminada, conforme consta de inscrição numa porta, foram realizadas as remodelações de gosto erudito e claássico que fazem da Bacalhoa um dos primeiros e mais belos exemplares de arquitectura civil renascentista do país, tal como a vizinha Quinta das Torres. A planta em L, representando uma inovação que faria escola na arquitectura posterior, afirma-se como uma das novidades importadas por Albuquerque aquando da sua deslocação a Itália, em 1521-22. A regularidade da planta, a preocupação de simetria no rasgamento dos vãos, as escalas e a espacialidade, e ainda elementos clássicos como galerias, colunatas, pavilhões e tondi decorativos, fazem do Palácio uma obra notável, a ponto de ter já sido atribuída a Andrea Sansovino, sendo mais plausível no entanto imaginá-la no círculo de Francisco de Arruda (RASTEIRO, 1898). Características arquitectónicas de tipo militar, aliás perfeitamente quinhentistas, como são a cerca torreada, os robustos torreões cilíndricos com cúpulas de gomos que rematam as extremidades e o ângulo das fachadas, e os cubelos com coroamentos piramidais da "casa de fresco", parecem apontar para a intervenção do arquitecto das fortalezas da Índia; de qualquer forma, é impossível não imaginar os melhores artista do reino contribuindo para o esplendor da propriedade, onde se destacam os medalhões dos Della Robbia com bustos relevados no muro do tanque, ou outros atribuídos a Nicolau de Chanterene (RASTEIRO, 1898) na galeria norte, ou ainda o magnífico revestimento azulejar do pavilhão, incluindo um painel datado de 1565 e assinado por Eneas Vito, artista que trabalhou em Fontainebleau (AZEVEDO, 1969, p. 113). Acede-se à casa por um pátio quadrangular murado, diante do qual se ergue a fachada principal, com uma galeria de treze arcos sobre colunas lisas. A construção distribui-se em torno do jardim que ocupa o interior do L, abrindo para um labirinto de buxo; encostado ao muro, a Sul, ergue-se a Casa de Fresco, composta por três torreões ligados entre si por galerias de arcadas que deitam para o grande tanque. Ainda adossados ao muro, a meio da quinta, erguem-se dois pavilhões de recreio, a Casa da Índia e a Casa das Pombas, decoradas com belíssimos azulejos quinhentistas. No edifício principal destacam-se as proporções e regularidade dos alçados renascentistas, com profusão de arcarias e uma loggia perfeitamente italianizante, sendo as várias fenestrações decoradas com nichos e medalhões com bustos. Os temas iconográficos de toda a decoração são essencialmente de cariz clássico, bem adequados ao gosto humanista e à figura de Albuquerque, exibindo heróis da Antiguidade e outras referências mitológicas. Por último, saliente-se que o nome de Bacalhoa resulta certamente da corrupção de Bacalhau, apelido de D. Jerónimo Manuel, um dos seus proprietários em finais do século XVI. SML | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 11 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 14 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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História da Arte em Portugal - o Renascimento e o Maneirismo | SERRÃO, Vítor | Edição | 2002 | Lisboa | |
Notícia dos monumentos nacionaes e edificios e logares notaveis do concelho de Setubal | PORTELA, Manuel Maria | Edição | 1882 | ||
A Arquitectura "ao Romano" | CRAVEIRO, Maria de Lurdes | Edição | 2009 | Vila Nova de Gaia | |
Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, IPPAR, vol. III | LOPES, Flávio | Edição | 1993 | Lisboa | |
Palácios e solares portuguezes (Col. Encyclopedia pela imagem) | SEQUEIRA, Gustavo de Matos | Edição | 1900 | Porto | |
Solares Portugueses | AZEVEDO, Carlos de | Edição | 1988 | Lisboa | |
"O Paraíso de Albuquerque", in Revista Grande Reportagem | JARDIM, Rita | Edição | 1991 | ||
Arte paisagista e arte dos jardins em Portugal | ARAÚJO, Ilídio de | Edição | 1962 | ||
Quinta e palácio da Bacalhoa em Azeitão: monografia histórico-artistica | RASTEIRO, Joaquim | Edição | 1895 | ||
L'art de vivre au Portugal | STOOP, Anne de | Edição | 1994 | ||
Quintas e palácios nos arredores de Lisboa | STOOP, Anne de | Edição | 1986 | Lisboa | |
Azulejaria em Portugal nos séculos XV e XVI: introdução geral | SIMÕES, J. M. dos Santos | Edição | 1969 | Lisboa | |
Cidades e Vilas de Portugal - Azeitão | CALADO, Maria | Edição | 1993 | Lisboa | |
"Quinta da Bacalhoa" (artigo on-line), in www.azeitão.pt | Edição |
Palácio e Quinta da Bacalhoa - Pavilhão de Recreio ou Casa de Fresco
Palácio e Quinta da Bacalhoa - Vista lateral e loggia
Palácio e Quinta da Bacalhoa - Azulejos do Pavilhão de Recreio representando Susana no Banho (1565)
Palácio e Quinta da Bacalhoa - Viata parcial da loggia
Palácio e Quinta da Bacalhoa - Interior do Pavilhão de Recreio
Palácio e Quinta da Bacalhoa - Escadaria de acesso ao jardim
Palácio e Quinta da Bacalhoa - Labirinto de buxo do jardim
Palácio e Quinta da Bacalhoa - Labirinto de buxo e vista sobre o pomar
Palácio e Quinta da Bacalhoa - Pavilhão de Recreio e tanque
Palácio e Quinta da Bacalhoa - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 174, de 29-07-1949 - Planta do diploma
Palácio e Quinta da Bacalhoa - Portaria n.º 263/96, DR, II Série, n.º 272, de 23-11-1996 - Texto e planta do diploma
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