Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Capela da Boa Nova (Terena)
Designação
DesignaçãoCapela da Boa Nova (Terena)
Outras Designações / PesquisasCapela de Nossa Senhora da Boa Nova / Santuário de Nossa Senhora da Assunção da Boa Nova / Capela da Boa-Nova (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Capela
TipologiaCapela
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaÉvora/Alandroal/Terena (São Pedro)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- a cerca de 3 km de Terena- Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.616747-7.397413
DistritoÉvora
ConcelhoAlandroal
FreguesiaTerena (São Pedro)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12699926
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaApesar das múltiplas dúvidas que se colocam a respeito da origem, construção e funcionalidade da igreja da Boa Nova de Terena, está para além de qualquer dúvida o estatuto desta obra como uma das mais importantes de quantas se realizaram em Portugal durante o século XIV. Com o grande monumento de Flor da Rosa e, parcialmente, com a fase gótica da igreja de Vera Cruz de Marmelar, a Boa Nova integra a tipologia de "igrejas-fortalezas", categoria histórico-artística que pretende diferenciar entre as construções religiosas fortificadas (como Leça do Balio) e as verdadeiras fortalezas, cuja planimetria, volumetria e espacialidade obedece, em tudo, a pressupostos militares (CHICÓ, 1954, p.115).
O edifício que chegou até aos nossos dias data da primeira metade do século XIV - eventualmente do reinado de D. Afonso IV (DIAS, 1994, p.117) -, mas é de supor que tenha existido um outro, anterior, referido nas Cantigas de Santa Maria de Afonso X, o Sábio, e provavelmente edificado para igreja matriz da povoação de Terena (BRANCO, 1957, pp.12-14). Desconhece-se, todavia, qual a "data de fundação" do actual templo " e o respectivo fundador" (RODRIGUES e PEREIRA, 1986, p.85), factos que impedem uma mais rigorosa contextualização do projecto. O aspecto militar do conjunto e as múltiplas analogias para com a vizinha igreja de Flor da Rosa admitem a interpretação de a empreitada ter sido levado a cabo "dentro de uma ordem militar-religiosa, instituída em território a repovoar e com cunho defensivo acentuado" (IDEM, p.85).
As características militares do templo são bem visíveis pelo exterior, que parece uma verdadeira fortaleza. De planta em cruz grega, as quatro fachadas têm o mesmo aspecto e nelas se incluem alguns elementos típicos da arquitectura militar, como matacães sobre as três portas, a existência de estreitas frestas em vez de janelas, a utilização de merlões a toda a volta do edifício, com acesso por caminho de ronda, etc. No interior, manteve-se a mesma preocupação em transformar o templo numa verdadeira fortaleza. Já causou alguma estranheza a excessiva largura da nave e do transepto, disposição que se justifica pela fácil mobilidade de forças defensivas em caso de ataque de alguma destas partes do edifício (BRANCO, 1957, p.6). Nas abóbadas, foram rasgados alçapões para permitir a defesa do interior através dos telhados, em caso de invasão da igreja.
De um ponto de vista artístico, não se pode separar a obra de Terena da de Flor da Rosa, proximidade que levou Jorge RODRIGUES e Paulo PEREIRA, 1986, p.86, a equacionar a acção da "mão, senão do mesmo mestre, da mesma "escola" de canteiros artífices" que trabalhou em Flor da Rosa, visivelmente "mais apta a levantar robustos panos de muralha e altas torres". As analogias entre as duas igrejas manifestam-se também em outros aspectos, como os capitéis, muito rudimentares e com "crochets de estilo simplificado" (IDEM, p.85), sinal inequívoco das mais imediatas preocupações com a estrutura arquitectónica.
Na época moderna, a igreja foi alvo de beneficiações diversas, que incidiram preferentemente sobre o mobiliário litúrgico e devocional. No século XVI foi acrescentado o retábulo maneirista, de estrutura tripartida, e as pinturas murais da abóbada (alusivas ao Apocalipse de São João e a diversos reis da primeira dinastia). Por volta de 1700 temos notícia de novas obras, onde se inclui o campanário de sineira única que coroa o alçado principal e os dois retábulos laterais. Sujeita a um processo de restauro em 1947, foi de novo intervencionada nos anos 70 e 80 do século XX, campanhas consolidadoras que, felizmente, não desvirtuaram significativamente o aspecto original trecentista do conjunto.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens3
Nº de Bibliografias10

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
A Arquitectura Gótica em PortugalCHICÓ, Mário TavaresEdição1981Lisboa
A arquitectura gótica portuguesaDIAS, PedroEdição1994Lisboa
"A Arquitectura (1250-1450)", História da Arte Portuguesa, dir. Paulo Pereira, vol. I, pp.335-433PEREIRA, PauloEdição1995Lisboa
Inventário Artístico de Portugal - vol. IX (Distrito de Évora, Zona Sul, volume I)ESPANCA, TúlioEdição1978LisboaO vol. II é totalmente dedicado às ilustrações.
"A pintura maneirista em Portugal: das brandas «maneiras» ao reforço da propaganda", História da Arte Portuguesa, vol.IISERRÃO, VítorEdição1995Lisboa
História da Arte em Portugal - o GóticoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2002Lisboa
História da Arte em Portugal - o GóticoBARROCA, Mário JorgeEdição2002Lisboa
As mais belas igrejas de Portugal, vol. IIGIL, JúlioEdição1988Lisboa
História da Arte em Portugal, vol. IV (O Gótico)DIAS, PedroEdição1986Lisboa
"A igreja da Boa Nova de Terena", XXIII Congresso luso-espanhol, tomo X, pp.5-17CASTELO-BRANCO, FernandoEdição1957Coimbra
Santa Maria da Flor da Rosa. Um estudo de História de ArteRODRIGUES, JorgeEdição1986Crato
Santa Maria da Flor da Rosa. Um estudo de História de ArtePEREIRA, PauloEdição1986Crato

IMAGENS

Capela da Boa Nova - Campanário e matacães

Capela da Boa Nova - Fachada principal

Capela da Boa Nova - Fachada principal

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt