Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Capela de Nossa Senhora do Desterro
Designação
DesignaçãoCapela de Nossa Senhora do Desterro
Outras Designações / PesquisasCapela de Nossa Senhora do Desterro (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Capela
TipologiaCapela
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLeiria/Alcobaça/Alcobaça e Vestiaria
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Jardim das Murtas, cerca do Mosteiro de AlcobaçaAlcobaça Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.547808-8.978521
DistritoLeiria
ConcelhoAlcobaça
FreguesiaAlcobaça e Vestiaria
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 11-05-1957, publicada no DG, II Série, n.º 190, de 16-08-1957 (com ZNA) (ZEP conjunta do Mosteiro de Alcobaça e da Capela de Nossa Senhora do Desterro)
Zona "non aedificandi"Portaria de 11-05-1957, publicada no DG, II Série, n.º 190, de 16-08-1957
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaEdificada na cerca do Mosteiro de Alcobaça muito próxima da sacristia da igreja cisterciense, a ermida de Nossa Senhora do Desterro destaca-se pela sua imponente fachada-retábulo barroca, característica de um período em que as fachadas assumem importância extrema enquanto elementos primordiais da arquitectura, intervindo directamente na dinamização do espaço urbano (PEREIRA, 1986, p. 36).
Desenhada em 1716 pelo Padre Frei Luís de São José, arquitecto ainda pouco estudado mas com obra de grande interesse, esta ermida representa um dos trabalhos mais significativos do artista, muito celebrado pelas fachadas-retábulo que concebeu, entre as quais se destacam a da presente igreja ou a da igreja de São Vicente em Braga, de 1713 (SERRÃO, 2003, p. 178).
A nível estrutural, o projecto revela-se pouco inovador, inscrevendo-se ainda numa tradição seiscentista, ao justapôr dois espaços rectangulares correspondentes à nave e capela-mor. A grande novidade reside na fachada que denuncia um forte dinamismo, tirando partido da escultura volumosa, patente nas colunas pseudo-salomónicas que ladeiam o portal principal, e no frontão interrompido que integra o óculo, a que se sobrepõe um nicho com frontão e cruz. Esta profusa decoração, de forte efeito cenográfico, que impera sobre a estrutura arquitectónica, transforma o alçado principal da ermida num grandioso retábulo passado à pedra e transportado do interior para o exterior (PEREIRA, 1986, p. 36).
Numa época em que um mesmo artista se ocupava de diferentes categorias artísticas, esta proximidade entre arquitectura e retabulística é facilmente compreendida, ainda que eivada de forte pendor experimentalista.
No interior da ermida os espaços são cobertos por abóbadas de berço, sendo que a da capela-mor é decorada com pintura mural de albarradas e volutas que envolvem um medalhão central. O retábulo-mor é de talha dourada no Estilo Nacional, e as paredes são revestidas por painéis de azulejo azuis e brancos, representando cenas da Fuga para o Egipto, uma iconografia do Desterro, muito própria das igrejas cistercienses (SOBRAL, 2000, pp. 407-424). As cercaduras de motivos arquitectónicos constituem argumento para integrar este conjunto de azulejos na denominada "Grande Produção Joanina". Santos Simões, no seu Corpus da Azujejaria Portuguesa relativa ao século XVIII datou os painéis de 1740 (SIMÕES, 1979, p. 160), mas estudos mais recentes permitem concluir que em 1723 já se colocavam azulejos no interior da ermida (SERRÃO, 2003, p. 178).
(Rosário Carvalho)
ProcessoJardim das Murtas, cerca do Mosteiro de Alcobaça
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens14
Nº de Bibliografias4

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Azulejaria em Portugal no século XVIIISIMÕES, J. M. dos SantosEdição1979Lisboa
"Resistências e aceitação do espaço barroco: a arquitectura religiosa e civil", História da Arte em Portugal, vol. 8PEREIRA, José FernandesEdição1986LisboaVolume 8
"A capela do Desterro de Alcabaça: estilo, narração e simbolismo", Actas Cister, Espaços, Territórios, Paisagens colóquio Internacional,SOBRAL, Luís de MouraEdição2000Lisboavol. II, pp. 407-424.
O BarrocoSERRÃO, VítorEdição2003Lisboa

IMAGENS

Capela de Nossa Senhora do Desterro - Fachada principal

Capela de Nossa Senhora do Desterro - Vista geral
Autor: David Machado, em colaboração com Wiki Loves Monuments

Capela de Nossa Senhora do Desterro - Vista geral (fachada principal)

Capela de Nossa Senhora do Desterro - Interior: nave e capela-mor

Capela de Nossa Senhora do Desterro - Interior: nave e capela-mor

Capela de Nossa Senhora do Desterro - Interior: painel de azulejos na parede lateral do lado do Evangelho

Capela de Nossa Senhora do Desterro - Interior: capela-mor

Capela de Nossa Senhora do Desterro - Interior: painel de azulejos na parede lateral do lado da Epístola

Capela de Nossa Senhora do Desterro - Interior: painel de azulejos representando o Descanso na Fuga para o Egipto

Capela de Nossa Senhora do Desterro - Interior: painel de azulejos representando a Fuga para o Egipto

Capela de Nossa Senhora do Desterro - Interior: painel de azulejos representando a Natividade

Capela de Nossa Senhora do Desterro - Interior: painel de azulejos representando o Descanso na Fuga para o Egipto (nave do lado do Evangelho)

Capela de Nossa Senhora do Desterro - Interior da capela-mor: retábulo-mor

Capela de Nossa Senhora do Desterro - Fachada principal

MAPA

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