Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Trechos da Igreja de Paderne
Designação
DesignaçãoTrechos da Igreja de Paderne
Outras Designações / PesquisasTrechos da Igreja de São Salvador de Paderne / Igreja e Convento de Paderne / Igreja Paroquial de Paderne / Igreja do Divino Salvador (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViana do Castelo/Melgaço/Paderne
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Lugar do ConventoPaderne Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
42.08966-8.273944
DistritoViana do Castelo
ConcelhoMelgaço
FreguesiaPaderne
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9823125
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA história da igreja românica de Paderne é particularmente complexa, em especial a que se relaciona com as suas origens. Na primeira metade do século XII, o local foi sede de um mosteiro feminino, comunidade a que D. Afonso Henriques passou carta de couto (1141), em agradecimento pelo auxílio das monjas na tomada do castelo de Castro Laboreiro. Outras fontes asseguram que o primitivo cenóbio foi sagrado em 1130 (cf. ALVES, 1982, p.124), mas a verdade é que pouco ou nada sabemos acerca dessa primeira instalação.
Dois elementos em calcário - um fragmento de friso e um capitel - (que claramente nada têm que ver com a construção em granito do século XIII), parecem ser os únicos vestígios da igreja do século XII. Este último é especialmente importante, uma vez que se trata do único capitel historiado do conjunto. Representando a Descida de Cristo aos limbos, onde resgata um homem da boca de um monstro (RODRIGUES, 1995, p.194), seria "provavelmente a escultura mais representativa" dessa igreja, cuja relevância simbólica e artística fez com que fosse reaproveitado, em lugar de destaque, na construção do século XIII: o "ângulo nordeste do cruzeiro" (REAL e ALMEIDA, 1990, p.1487).
Se as origens de Paderne são, assim, uma enorme incógnita - existindo mesmo autores que negam a existência de vestígios materiais do século XII (ROSAS, 1987, vol.1, pp.55-57; ALMEIDA, 2001, p.89) -, o processo de transferência do mosteiro para as mãos dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho é igualmente enigmático. Sabemos que eles já habitavam o local em 1225 e que, anos mais tarde, a comunidade era orientada pelo prior D. João Pires, homem a quem se atribui um papel importante na construção da igreja que actualmente existe. Com efeito, foi no seu tempo que se concluíram as obras e se sagrou do novo templo, cerimónia que teve lugar em 1264, conforme inscrição colocada à esquerda do portal principal (BARROCA, 2000, p.920).
De um ponto de vista planimétrico, a solução empregue neste mosteiro é única entre nós, na medida em que, a uma cabeceira tripartida, quadrangular, corresponde apenas uma nave, relativamente curta; paralelamente, a noção de espaço longitudinal é quebrada pela existência de um desenvolvido transepto, cujo braço Norte integra um portal virado a poente. Praticamente todos os autores que se dedicaram a este conjunto manifestaram a sua estranheza quanto à existência deste portal e quanto às suas grandes dimensões. A semelhança desta opção para com a de outros mosteiros galegos foi já notada, mas a sua funcionalidade permanece por explicar. A hipótese mais consensual é a que o relaciona com um conteúdo funerário, pois diante de si, inscrita na parede virada para este recanto, existe a única inscrição funerária medieval do conjunto, identificadora de um enigmático R. Garcia, com grande probabilidade o mestre responsável pela reforma da igreja (ALMEIDA, 1986, p.55).
Do final dessa campanha data o portal principal, uma obra considerada já proto-gótica e realizada sob a distante influência da arte de Mestre Mateo de Compostela (ROSAS, 1987, p.58). Este facto, a par das características dominantes da escultura do interior - realizada à base de uma "decoração vegetal simplificada e pouco volumosa" (ALMEIDA, 2001, p.89) -, provam a construção tardia do monumento e o seu afastamento estilístico em relação ao rico foco de influência galega (em particular tudense) da segunda metade do século XII e primeiros anos do XIII, que tão bem caracteriza as igrejas de Ganfei, Longos Vales e Friestas.
Ao longo dos séculos, foram escassas as alterações por que o conjunto passou. A principal reforma aconteceu no século XVIII, numa empreitada modesta que pretendeu actualizar esteticamente o interior do templo, através da colocação de um retábulo-mor, de painéis de azulejos e de um órgão. No século XX, as diversas fases de restauro incidiram mais sobre os telhados e os pavimentos, sem alterarem significativamente a estrutura original medieval.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias20

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
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História da Arte em Portugal, vol. 3 (o Românico)ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1986Lisboa
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O Minho PittorescoVIEIRA, José AugustoEdição1887Lisboa
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Alto MinhoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1987Lisboa
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"O património cultural do Alto Minho (civil e eclesiástico). Sua defesa e protecção", Caminiana, ano IX, nº14, pp.9-80ALVES, LourençoEdição1987Caminha
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"Mosteiro de São Salvador de Paderne: Alto Minho", separata de Theologica, nº2PINTOR, Manuel BernardoEdição1957Braga
Epigrafia medieval portuguesa (862-1422)BARROCA, Mário JorgeEdição2000Lisboa
"Os azulejos do Mosteiro de Paderne, um revestimento integrado num monumento românico", MonumentosPINTO. Luís de Magalhães FernandesEdiçãoLisboa
A escultura românica das igrejas da margem esquerda do Rio Minho, 2 vols.ROSAS, Lúcia Maria CardosoEdição1987Porto
"Igrejas e capelas românicas da Ribeira Minho", Caminiana, ano IV, nº6, pp.105-152ALVES, LourençoEdição1982Caminha

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