Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Castelo de Montalegre
Designação
DesignaçãoCastelo de Montalegre
Outras Designações / PesquisasCastelo de Montalegre (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Castelo
TipologiaCastelo
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaVila Real/Montalegre/Montalegre e Padroso
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Montalegre Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.8259-7.791113
DistritoVila Real
ConcelhoMontalegre
FreguesiaMontalegre e Padroso
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 21-09-1957, publicada no DG, II Série, n.º 272, de 22-11-1957 (com ZNA)
Zona "non aedificandi"Portaria de 21-09-1957, publicada no DG, II Série, n.º 272, de 22-11-1957
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12736127
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO castelo de Montalegre é uma estrutura militar medieval de construção relativamente tardia. Ele insere-se no movimento de "reorganização dos espaços fronteiriços a Este e a Oeste de Chaves", empreendido por D. Afonso III (GOMES, 1993, p.183), uma iniciativa que visou dotar a fronteira transmontana setentrional de uma efectiva ordem territorial e jurídica dependente da autoridade régia, mas cujos resultados ficaram aquém do esperado. Efectivamente, ainda antes de terminar o século XIII, D. Dinis viu-se obrigado a doar nova carta de foral a Montalegre (1289) e a entregar a tarefa de povoamento a Pedro Anes, esclarecendo ainda que, por esses anos, a póvoa se encontrava erma (IDEM, p.188, nota 25).
O castelo propriamente dito reflecte, em parte, essas dificuldades de povoamento e os relativamente escassos recursos económicos colocados à disposição da empreitada. O projecto inicial deveria incluir as três torres remanescentes integradas no perímetro muralhado oval: a Torre Furada é a única de planta quadrangular e encontra-se encimada por ameias, fazendo-se o acesso ao interior através de duas portas, uma ao nível do pátio, e outra à altura do caminho de ronda, sendo esta última de maior impacto visual, com arco de volta perfeita e tímpano decorado com a cruz da Ordem de Cristo. As outras duas torres, a Pequena e a do Relógio, são de planta rectangular e de menor altura que a anterior.
Apesar da exiguidade do recinto, com um pequeno pátio muralhado dotado de cisterna, o castelo conserva as principais características da fortaleza gótica, com a sua planta ovalada, os panos de muralha entrecortados por torres quadrangulares e rectangulares e uma torre de menagem associada à cerca e não isolada no centro do pátio. O castelo incluía, ainda, duas portas, de que resta apenas a do lado nascente. A entrada principal localizava-se do lado Norte, protegida pela poderosa torre de menagem.
Esta é a principal peça do conjunto e, sintomaticamente, a sua construção não corresponde ao primeiro período de obras. Ela data do reinado de D. Afonso IV e estaria concluída por 1331. De maior altura e secção que as restantes torres, assume-se como a principal marca de poder do castelo e da vila, aliando o impacto cenográfico da sua silhueta ao aspecto robusto e inexpugnável da sua técnica construtiva.
Com efeito, é a imponência militar da estrutura que se salienta numa abordagem imediata ao conjunto. Dotada de embasamento escalonado e saliente, possui quatro pisos escassamente denunciados pelo exterior por frestas e balcões de matacães. A sua organização revela uma complexa preocupação funcional, com espaços abobadados, sistemas de escoamento de águas e, no último piso, as espessas paredes são rasgadas por estreitos corredores que dão acesso aos balcões (DGEMN, on-line, 2004). Em todo o seu perímetro, é encimada por ameias pentagonais, solução que se repete nos próprios balcões e que acentua a procurada imagem de inexpugnabilidade. O acesso ao interior é feito por uma única porta elevada (ao nível do caminho de ronda e voltada para o interior do pátio), o que torna esta torre numa unidade independente do restante reduto em caso de invasão.
A última grande campanha medieval aconteceu no reinado de D. João II, informação fornecida por Duarte d'Armas nos inícios do século XVI. Os trabalhos então realizados tiveram como objectivo o reforço da entrada principal, que passou a estar protegida por um reduto de torres circulares, dotadas de "troneiras com dois níveis de tiro" (GOMES, 2003, p.185), de que restam apenas os níveis inferiores. Findas estas obras, o castelo só voltou a ser intervencionado no século XVII, no âmbito das Guerras da Restauração. Datam dessa altura diversos baluartes e revelins, de panos em ponta de estrela, característicos deste período. Foi este o conjunto que chegou até aos nossos dias e que, em 1990, albergou um núcleo museológico, tendo-se desenvolvido, nos últimos anos, algumas escavações exploratórias do local.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens9
Nº de Bibliografias9

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Castelos da Raia Vol. II:Trás-os-MontesGOMES, Rita CostaEdição2003Lisboa Tipo : Colecção - Arte e Património Roteiro sistemático das fortalezas raianas do Nordeste português e das circunstâncias da sua construção, análise enriquecida pelo cotejo como seu registo gráfico quinhentista, realizado por Duarte de Armas. O processo de destruição de muitos destes castelos de que Herculano deixou revoltado testemunho, e que se tem prolongado até tempos recentes, faz também parte das reflexões desenvolvidas nesta obra.
Os mais belos castelos e fortalezas de PortugalCABRITA, AugustoEdição1986Lisboa
Os mais belos castelos e fortalezas de PortugalGIL, JúlioEdição1986Lisboa
"O povoamento medieval em Trás-os-Montes e no Alto Douro. Primeiras impressões e hipóteses de trabalho", Arqueologia Medieval, nº2, pp.171-190GOMES, Paulo José Antunes DórdioEdição1993Porto
Montalegre e Terras do Barroso.Notas Históricas sobre Montalegre freguesias do concelho e região do BarrosoCOSTA, João Gonçalves daEdição1987vol. 1
Montalegre e Terras de BarrosoCOSTA, João Gonçalves daEdição1968Montalegrep. 43
A gloriosa história dos mais belos castelos de PortugalPERES, DamiãoEdição1969Barcelos
Roteiro dos castelos de Trás-os-MontesVERDELHO, PedroEdição2000Chaves
O Castelo de MontalegreBAPTISTA, José DiasEdição1996Montalegre
Montalegre. Terras de BarrosoDIAS, Manuel Artur SantosEdição2002Montalegre

IMAGENS

Castelo de Montalegre - Vista geral

Castelo de Montalegre - Vista geral e implantação geográfica em relação com a vila

Castelo de Montalegre - Vista aérea

Castelo de Montalegre - Escada de acesso à torre

Castelo de Montalegre - Torre de menagem: portal do registo superior

Castelo de Montalegre - Interior do recinto: porta de acesso

Castelo de Montalegre - Torre de menagem: vista lateral

Castelo de Montalegre - Muralha: marca de canteiro numa das pedras do paramento

Castelo de Montalegre - Torre de menagem: vista lateral a partir da cerca

MAPA

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