Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Fortaleza da Torre Velha, também designada por Torre de São Sebastião da Caparica
Designação
DesignaçãoFortaleza da Torre Velha, também designada por Torre de São Sebastião da Caparica
Outras Designações / PesquisasFortaleza da Torre Velha / Torre de São Sebastião de Caparica (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Fortaleza
TipologiaFortaleza
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaSetúbal/Almada/Caparica e Trafaria
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Porto Brandão Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.676466-9.211585
DistritoSetúbal
ConcelhoAlmada
FreguesiaCaparica e Trafaria
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 11/2012, DR, 1.ª série, n.º 104, de 29-05-2012 (ver Decreto)
Despacho de 27-02-2012 do diretor-geral da DGPC a determinar a alteração da designação do procedimento para "Fortaleza da Torre Velha, também designada por Torre de São Sebastião da Caparica"
Procedimento prorrogado até 31-12-2012 pelo Decreto-Lei n.º 115/2011, DR, 1.ª série, n.º 232, de 5-12-2011 (ver Diploma)
Relatório final do procedimento elaborado em 19-10-2011
Procedimento prorrogado pelo Despacho n.º 19338/2010, DR, 2.ª série, n.º 252, de 30-12-2010 (ver Despacho)
Despacho de concordância de 3-04-2007 do presidente do IPPAR
Parecer favorável de 19-03-2007 do Conselho Consultivo do IPPAR
Proposta de 23-02-2007 da DR de Lisboa do IPPAR para a alteração da delimitação
Edital N.º 39/96 de 10-05-1996 da CM de Almada
Despacho de autorização de 12-04-1996 do Ministro da Cultura
Parecer de 24-01-1995 do Conselho Consultivo do IPPAR a propor a classificação como MN
Proposta de classificação de 16-12-1994 da DR de Lisboa do IPPAR
Despacho de abertura de 5-12-1991 do presidente do IPPC
Proposta de 15-09-1991 do IPPC para a abertura da instrução do processo de classificação
Proposta de classificação de 10-09-1982 da CM de Almada
ZEPPortaria n.º 934/2013, DR, 2.ª série, n.º 252, de 30-12-2013 (sem restrições) (ver Portaria)
Relatório final do procedimento aprovado por desoacho de 3-10-2013 da diretora-geral da DGPC
Anúncio n.º 208/2013, DR, 2.ª série, n.º 110, de 7-06-2013 (ver Anúncio)
Novo parecer de 23-04-2008 do Conselho Consultivo do IPPAR
Despacho de concordância de 3-04-2007 do presidente do IPPAR
Parecer favorável de 19-03-2007 do Conselho Consultivo do IPPAR
Proposta de 23-02-2007 da DR de Lisboa
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181501
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaImóvel
Implantada na margem sul do rio Tejo, entre as enseadas de Porto Brandão e da Paulina, a Fortaleza da Torre Velha é uma fortificação de planta em U que resulta de várias épocas construtivas, que mantém as partes fundamentais existentes em meados do século XVII, como comprova uma planta de 1692 depositada na Torre do Tombo.
O núcleo principal corresponde ao baluarte com torre de vigia, localizado a sudoeste, e aos corpos implantados a sul, dois deles que servem para delimitar a esplanada da bateria junto à arriba e o terceiro que unifica os anteriores. O corpo central do baluarte, a torre, desenvolve-se em planta quadrangular rebaixada com porta e janelão e vestígios de um piso superior com cobertura em abóbada de berço sobre a qual se estende um terraço com escada exterior. A casa do governador adossa-se também ao torreão principal. O conjunto central é ainda integrado por três baluartes com casernas, situados a noroeste, sudoeste e sul. Sobre a muralha encontram-se as canhoeiras e ao longo da cortina nascente foi edificado um fosso. A antiga porta da praça ostenta escudo com as armas de Portugal; junto a esta ergue-se a antiga capela, dedicada a São Sebastião.
História
A Fortaleza da Torre Velha, também conhecida como Torre de São Sebastião da Caparica, é um dos mais importantes exemplares da arquitectura militar renascentista portuguesa. A fortificação teve como núcleo primitivo uma torre erigida no final do século XV com o objetivo de defender a barra do Tejo. É Garcia de Resende, na Crónica de D. João II, quem dá "o relato mais coerente e circunstanciado do projecto de D. João II para a defesa da barra" de Lisboa, descrevendo com precisão a fortaleza que o rei mandou edificar na "Caparica defronte de Belem" (CID, 1998, p. 196).
Este projecto defensivo terá sido o primeiro sistema integrado de artilharia de defesa de um estuário construído em Portugal. Desenvolvido entre os finais do século XV e o início do século XVI, o sistema formou uma "defesa tripartida" da barra do Tejo entre os pontos de Caparica, Belém e Cascais, passando a desempenhar "a defesa bélica (material) e a defesa religiosa (simbólica) do porto" e da cidade de Lisboa, "formando uma triangulação de protecção com os três santos lisboetas: São Sebastião (Caparica), São Vicente (Belém) e Santo António (Cascais)" (SANTOS, 2012, p. 103). A Torre Velha correspondia a uma maciça torre quadrangular com baluarte, semelhante à Torre de Belém.
Com o saque da ilha da Madeira por corsários franceses em 1566, ficava exposta "a extrema fragilidade das posições portuguesas" (MOREIRA, 1986, p. 146), pelo que D. Sebastião ordenou um levantamento cartográfico dos locais mais ameaçados e o desenho de novas fortificações para a defesa dos mesmos. A obra de reforma do forte da Caparica, terminada em 1575, foi entregue ao arquitecto Afonso Álvares, numa obra que ampliou as dimensões do complexo. A partir de então passou a denominar-se Fortaleza de São Sebastião da Caparica.
Durante a dinastia filipina a defesa costeira portuguesa tornou-se novamente essencial, pelo que a Torre Velha voltou a ser modernizada, tornando-se conhecida como Torre dos Castelhanos neste período.
No final do século XVIII a fortaleza recebeu obras de consolidação da estrutura, numa campanha dirigida pelo coronel Francisco D'Alincourt. Em 1801 as fortalezas da margem sul do Tejo eram desactivadas, e alguns anos depois a torre foi transformada em lazareto, destinado a abrigar passageiros e tripulantes que necessitassem ficar em quarentena ao aportarem em Lisboa. No ano de 1832 voltou a ser reactivada para uso militar, mas no final do século XIX servia apenas como depósito e alojamento.
Atendendo à sua importância e singularidade na história da arquitetura militar portuguesa, a Fortaleza da Torre Velha foi classificada como monumento nacional em 2012.
Catarina Oliveira
DGPC, 2020
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens46
Nº de Bibliografias7

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Fortificações da foz do TejoSANTOS, Cristina Próspero dosEdição2012Lisboa
A Torre de S. Sebastião da Caparica e a arquitectura militar do tempo de D. João IICID, PedroEdição1998Lisboa
Guia de Inventário - Fortificações medievais e modernasNOÉ, PaulaEdição2015
Pequena história da Torre VelhaSOUSA, Raul Henrique Pereira deEdição1997Almada
Fortalezas de Almada e seu termoSOUSA, Raul Henrique Pereira deEdição1981Almada
Villa e termo de Almada : apontamentos antigos e modernos para a historia do concelhoVIEIRA JÚNIOR, Duarte JoaquimEdição1896Lisboa
À Descoberta das Sentinelas - Roteiro das Fortalezas da Região de Lisboa e Vale do TejoEdição1998

IMAGENS

Fortaleza da Torre Velha - Vista geral

Fortaleza da Torre Velha - Pano de muralha Norte

Fortaleza da Torre Velha - Interior da capela: pormenor do tecto

Fortaleza da Torre Velha - Pano lateral poente e caminho de acesso

Fortaleza da Torre Velha - Baluarte poente

Fortaleza da Torre Velha - Pano lateral poente da muralha e caminho de acesso

Fortaleza da Torre Velha - Patamares do lado poente

Fortaleza da Torre Velha - Terraço superior do baluarte a Norte

Fortaleza da Torre Velha - Torre de vigia

Fortaleza da Torre Velha - Muralha poente: escadas de acesso

Fortaleza da Torre Velha - Casa do Governador: fachada Norte

Fortaleza da Torre Velha - Baluarte poente: escadas de acesso ao terraço

Fortaleza da Torre Velha - Baluarte poente: escadas de acesso ao terraço

Fortaleza da Torre Velha - Interior: sala abobadada

Fortaleza da Torre Velha - Escadas de acesso à esplanada da bateria

Fortaleza da Torre Velha - Pano de muralha poente

Fortaleza da Torre Velha - Edifício principal: pormenor de óculo

Fortaleza da Torre Velha - Torre: vista parcial

Fortaleza da Torre Velha - Portal de acesso ao interior da torre

Fortaleza da Torre Velha - Fosso

Fortaleza da Torre Velha - Baluarte poente

Fortaleza da Torre Velha - Rio Tejo: vista do alcance de fogo sobre Lisboa

Fortaleza da Torre Velha - Parapeito das escadas

Fortaleza da Torre Velha - Interior: pormenor da abóbada da passagem

Fortaleza da Torre Velha - Caminho de acesso

Fortaleza da Torre Velha - Escadaria de acesso ao terraço

Fortaleza da Torre Velha - Fosso

Fortaleza da Torre Velha - Pormenor do pano de muralha

Fortaleza da Torre Velha - Porta de armas

Fortaleza da Torre Velha - Interior do recinto: casa do governador

Fortaleza da Torre Velha - Interior: seteira

Fortaleza da Torre Velha - Interior do recinto da praça de armas

Fortaleza da Torre Velha - Esplanada da bateria: vista parcial

Fortaleza da Torre Velha - Pano de muralha: vista parcial

Fortaleza da Torre Velha - Muralha e baluarte: vista parcial

Fortaleza da Torre Velha - Escada de acesso ao terraço

Fortaleza da Torre Velha - Panorâmica a Norte a partir do terraço

Fortaleza da Torre Velha - Interior da torre: escadas

Fortaleza da Torre Velha - Casa do governador: vista parcial

Fortaleza da Torre Velha - Baluarte poente

Fortaleza da Torre Velha - Pormenor do interior da torre

Fortaleza da Torre Velha - Escudo de armas de Portugal

Fortaleza da Torre Velha - Casa do governador

Fortaleza da Torre Velha - Planta com a delimitação e a ZP que esteve em vigor até ser fixada a ZEP

Fortaleza da Torre Velha - Planta com a delimitação e a proposta de ZEP da DRCLVT e da SPAA do CNC (a ZEP só entra em vigor após publicação da portaria no DR)

Planta com a delimitação e a ZEP em vigor

MAPA

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