Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Capela de São Jorge (Aljubarrota)
Designação
DesignaçãoCapela de São Jorge (Aljubarrota)
Outras Designações / PesquisasCapela de São Jorge (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Capela
TipologiaCapela
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLeiria/Porto de Mós/Calvaria de Cima
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
EN 1, desvio a 3 km da BatalhaCalvaria de Cima Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.637788-8.84533
DistritoLeiria
ConcelhoPorto de Mós
FreguesiaCalvaria de Cima
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (então no concelho de Alcobaça) (ver Decreto)
ZEPPortaria n.º 708/77, DR, I Série, n.º 266, de 17-11-1977 (com ZNA) (ver Portaria)
Portaria de 21-04-1961, publicada no DG n.º 111, de 10-05-1961
Portaria de 1-07-1954, publicada no DG, n.º 170, de 21-07-1954
Zona "non aedificandi"Portaria n.º 708/77, DR, I Série, n.º 266, de 17-11-1977
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA capela de São Jorge, apesar das suas escassas dimensões e aparente simplicidade, é um dos monumentos mais emblemáticos da célebre batalha que abriu caminho, em Portugal, ao governo da dinastia de Avis e que teve lugar nos campos de Aljubarrota. Quer a sua origem, quer o local exacto onde foi construída, estão intimamente ligados a este episódio e à figura do Condestável D. Nuno Álvares Pereira.
Com efeito, é a este homem tornado mito, cujo poder chegou a ombrear com o do monarca (estatuto tão claramente demonstrado pela contraposição simbólica do seu Convento do Carmo, em Lisboa, com o paço real e castelo da capital), que se deve a construção da capela. Ela implantou-se no sítio onde, no dia da batalha, a 14 de Agosto de 1385, D. Nuno havia depositado o seu estandarte, conforme indica a lápide comemorativa da edificação do templo. O local escolhido não foi um acaso, pois nas manobras de posicionamento dos exércitos, a hoste comandada pelo Condestável havia encontrado esta "pequena elevação com visibilidade técnica sobre o campo de batalha" (PAÇO, 1965, p.8).
A data de arranque das obras é conhecida através daquela lápide. Por ela ficamos a saber que a construção se iniciou em 1393, sete anos após a batalha, sem que existam outras explicações para este distanciamento temporal. Por outro lado, na sua origem, a capela não foi dedicada a São Jorge, mas sim à Virgem (como D. João I havia feito em relação ao Mosteiro da Batalha, sintomaticamente dedicado a Santa Maria da Vitória). Daqui se depreende que o templo resulta de um voto do Condestável à protecção de Nossa Senhora, e mais estranho se torna explicar o porquê de terem decorrido sete anos entre a batalha e o arranque efectivo das obras.
A capela que hoje conhecemos não reflecte as dominantes estéticas da sua primeira forma, com certeza edificada de acordo com o Tardo-Gótico que então despontava no nosso país. Durante o século XV e, presumivelmente, nas primeiras décadas do século XVI, o monumento foi intervencionado, daí resultando uma obra relativamente ambígua nas suas opções estilísticas.
Estamos convencidos que, planimetricamente, o templo conserva o essencial da sua primitiva traça, com nave única rectangular e capela-mor quadrangular. Já o mesmo não podemos dizer a respeito dos vários elementos que o constituem. O arco triunfal (que não apresenta qualquer base saliente) é de volta perfeita e ostenta o brasão português. Na abóbada de cruzaria de ogivas que cobre a capela-mor, o bocete é decorado com o Pelicano, símbolo de D. João II. Exteriormente, a ábside contrafortada nos ângulos é encimada por uma linha contínua de merlões chanfrados, solução cenograficamente militar - tão "adequada à memória fundacional da ermida" (SILVA, 2003, p.2) - que é mais frequente encontrar no ciclo manuelino que, propriamente, no tardo-gótico inicial.
Na parede fundeira da capela-mor existem, ainda, os vestígios do retábulo original, nomeadamente o baldaquino flamejante de um nicho, onde, originalmente, estava colocada a imagem da Virgem com o Menino, ao que parece uma peça contemporânea da construção promovida pelo Condestável (SEQUEIRA, 1955).
Ao longo dos séculos, outras reformas tiveram lugar. Em 1872, uma gravura revela a fachada principal algo classicizante, com porta de verga recta encimada por óculo (como a que ainda vemos), e uma sugestão volumétrica tripartida, com adossamento de dois corpos às fachadas laterais da nave. Em 1928, Ernesto Korrodi construiu um alpendre rectangular adossado à fachada principal, posteriormente suprimido pela DGEMN, numa altura em que estava já em muito mau estado, "pois tornou-se logo asilo de indesejáveis que tudo destruíram" (PAÇO, 1965, p.16). As grandes obras de restauro, que eliminaram os múltiplos acrescentos verificados ao longo dos tempos, iniciaram-se em 1940. Nos trabalhos então efectuados, descobriu-se a porta lateral Norte, em arco quebrado, que se presume ser dos poucos elementos originais do conjunto.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra ClassificaçãoCampo Militar de Aljubarrota - núcleo 1, correspondente à 1.ª posição do exército português; núcleo 2, correspondente à 2.ª posição de defesa do exército português
Nº de Imagens10
Nº de Bibliografias6

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Epigrafia medieval portuguesa (862-1422)BARROCA, Mário JorgeEdição2000Lisboa
Inventário Artístico de Portugal, vol. V (Distrito de Leiria)SEQUEIRA, Gustavo de MatosEdição1955Lisboa
Capela de São Jorge de Aljubarrota, Boletim da DGEMN, nº120PAÇO, Manuel Afonso doEdição1965Lisboa
Capela de São Jorge de AljubarrotaSILVA, José Custódio Vieira daEdição2003Lisboa
"A inscrição da ermida de Aljubarrota", Revista de Guimarães, nº70, fasc. 3-4, pp.523-526SOUSA, J. M. Cordeiro deEdição1960Guimarães
"O desempenho dos revestimentos e acabamentos históricos na leitura do Património Monumental", Revista Estudos / Património, nº9, pp.100-108PROVIDÊNCIA, PedroEdição2006Lisboa

IMAGENS

Capela de São Jorge (Aljubarrota) - Fachada principal

Capela de São Jorge (Aljubarrota) - Vista geral (fachadas posterior e lateral direita a norte)

Capela de São Jorge (Aljubarrota) - Interior: imagem de São Jorge

Capela de São Jorge (Aljubarrota) - Interior: nave e capela-mor

Capela de São Jorge (Aljubarrota) - Interior: nave e capela-mor

Capela de São Jorge (Aljubarrota) - Interior da capela-mor: capitel "batalhino" da cabeceira

Capela de São Jorge (Aljubarrota) - Interior da capela-mor: fecho da abóbada representando o pelicano (emblema do rei D. João II)

Capela de São Jorge (Aljubarrota) - Fachada lateral direita: corpo da capela-mor

Capela de São Jorge (Aljubarrota) - Portaria n.º 708/77, DR, 1.ª Série, n.º 266, de 17-11-1977 - Texto e planta do diploma

Capela de São Jorge (Aljubarrota) - Portaria publicada no DG n.º 111, de 10-05-1961 - Texto e planta do diploma

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