Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de Santa Maria
Designação
DesignaçãoIgreja de Santa Maria
Outras Designações / PesquisasIgreja Matriz de Santa Maria de Sintra / Igreja de Santa Maria e São Miguel (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Sintra/Sintra (Santa Maria e São Miguel, São Martinho e São Pedro de Penaferrim)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Calçada de Santa MariaSintra Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.793827-9.384786
DistritoLisboa
ConcelhoSintra
FreguesiaSintra (Santa Maria e São Miguel, São Martinho e São Pedro de Penaferrim)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 8 218, DG, I Série, n.º 130, de 29-06-1922 (ver Decreto)
ZEPPortaria n.º 670/99, DR, 2.ª Série, n.º 150, de 30-06-1999 (com ZNA) (ZEP do Castelo dos Mouros e da Igreja de Santa Maria)
Edital N.º 14/98 de 9-01-1998 da CM de Sintra
Portaria n.º 1067//97, DR, I Série-B, n.º 244, de 21-10-1997 (revogou a portaria anterior, por não incluir a ZNA, e represtinou a de 1946)
Portaria n.º 523/97, DR, I Série-B, n.º 167, de 22-07-1997 (ZEP do Castelo dos Mouros e da Igreja de Santa Maria)
Edital N.º 283 de 30-10-1996 da CM de Sintra
Despacho de autorização de 26-06-1996 do Ministro da Cultura
Parecer de 11-04-1996 do Conselho Consultivo do IPPAR a propor a delimitação da ZEP da Igreja de Santa Maria e do Castelo dos Mouros
Portaria de 24-09-1946, publicada no DG, n.º 264, de 13-11-1946
Zona "non aedificandi"Portaria n.º 670/99, DR, 2.ª Série, n.º 150, de 30-06-1999
CLASS_NAMEMonumento
Património MundialAbrangido pela "Paisagem Cultural e Natural de Sintra", incluída na Lista de Património Mundial - MN (nº 7 do art.º 15.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro)
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913929
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA igreja de Santa Maria de Sintra é a principal construção religiosa gótica da vila, testemunhando, pela sua cronologia e estilo, o lento abandono do castelo e a progressiva instalação serra abaixo. A construção inicial deve remontar à segunda metade do século XII, altura em que o bairro que a igreja servia era o principal arrabalde da vila (SERRÃO, 1989, p.35). No entanto, pelos finais do século XIII ou, mais provavelmente, nos meados do século XIV (DIAS, 1994, p.103), deu-se uma total reforma do edifício, responsável pelo aspecto geral que o templo ainda hoje possui.
Esta campanha gótica, estilisticamente conotada ainda com o ciclo dionisino, dotou a igreja de uma espacialidade comum ao que então se fazia: interior de três naves, escalonadas, de quatro tramos, separadas por arcadas quebradas; capela-mor de dois tramos, sendo o primeiro recto e o segundo, a nascente, poligonal, em cujo alçado se rasgam grandes janelas verticais; fachada principal ad triangulum, com três panos, sendo o central mais elevado e organizado em dois registos, rasgando-se, no primeiro, o portal (de arco quebrado com arquivoltas e inscrito num gablete) e, no segundo, uma janela (que deverá ter sido, originalmente, uma rosácea). Desde os estudos de Mário Chicó que se tem vindo a caracterizar este modelo planimétrico e volumétrico como uma tipologia específica de arquitectura religiosa gótica, conhecida como paroquial. As suas origens entroncam nos projectos pioneiros de arquitectura gótica dos mendicantes, mas depressa passou à realidade paroquial, monopolizando praticamente todos os ensaios construtivos das principais vilas do reino. Com efeito, desde Caminha a Tavira é possível identificar um numeroso grupo de igrejas paroquiais dos séculos XIII a XV que seguem este mesmo modelo (FERNANDES, 2003, pp.17-28). No caso de Santa Maria de Sintra, o templo relaciona-se, de perto, com as "vizinhas" igrejas de Santo André de Mafra e de São Leonardo de Atouguia da Baleia; no entanto, apresenta alguns aspectos mais eruditos, como o maior adelgaçamento dos suportes ou o acentuado naturalismo dos capitéis, sintoma provável da sua avançada cronologia em relação aos anteriores templos.
Numerosas obras aconteceram neste espaço ao longo de mais de quinhentos anos. Logo no século XV, há notícias de uma campanha na capela-mor, por iniciativa de Luís Pires, capelão de D. Afonso V. Ainda quatrocentista é o sino, datado de 1468. Mais importante foi a reforma do tempo de D. Manuel, mandada fazer pelo bispo de Tânger, D. João Lopo. O portal principal foi substancialmente alterado, dotando-o de arcos canopiais, um elegante mainel e um gablete curvo, mais monumental do que aquele que certamente existia. Para além disso, o tecto de madeira da nave, posteriormente suprimido, ostentava as armas da rainha, casa a que pertencia a igreja, e ainda subsistem alguns azulejos hispano-árabes, próprios da decoração de altares desses inícios do século XVI.
A última grande campanha de obras aconteceu no século XVIII. Em consequência dos estragos provocados pelo Terramoto de 1755, houve a necessidade de se reconstruir partes consideráveis do templo, projecto que decorreu entre 1757 e 1760. Data dessa altura o remate da fachada principal, em frontão irregular decorado com volutas, bem como o janelão sobre o portal, que substituiu a antiga rosácea gótica. No interior, renovou-se a decoração e os lugares-chave de devoção, com uma grande encomenda de retábulos de talha dourada.
Infelizmente, grande parte deste projecto barroco foi sacrificado aquando do restauro, na década de 30 do século XX, em particular os altares que ocultavam as portas laterais. Dos trabalhos então efectuados, que pretenderam reverter o edifício à sua pureza original gótica, conta-se a substituição do tecto de madeira e do pavimento, assim como o apeamento de numerosas obras da época moderna, facto que está na origem do interior aparentemente "despido" que a igreja ostenta na actualidade.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens9
Nº de Bibliografias10

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
A arquitectura gótica portuguesaDIAS, PedroEdição1994Lisboa
SintraSERRÃO, VítorEdição1989Lisboa
"A Arquitectura (1250-1450)", História da Arte Portuguesa, dir. Paulo Pereira, vol. I, pp.335-433PEREIRA, PauloEdição1995Lisboa
Sintra Património da HumanidadeRIBEIRO, José CardimEdição1998Sintra
História da Arte em Portugal - o GóticoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2002Lisboa
A Arquitectura Gótica em PortugalCHICÓ, Mário TavaresEdição1981Lisboa
História da Arte em Portugal - o GóticoBARROCA, Mário JorgeEdição2002Lisboa
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, volume IIAZEVEDO, Carlos deEdição1975Lisboa
"O claustro da Sé de Lisboa: uma arquitectura «cheia de imperfeições»?", Murphy, nº1, pp.18-69FERNANDES, Paulo AlmeidaEdição2006Coimbra
"A arquitectura e a escultura aplicada", Igreja de São João Baptista de Alcochete, coord. Isabel Fernandes, pp.13-75FERNANDES, Paulo AlmeidaEdição2003Alcochete
"Levantamento epigráfico da Igreja Matriz de Santa Maria de Sintra (séculos XV-XVII)", Revista da Assembleia Distrital de Lisboa, nº3, pp.89-108ALVES, Teresa MarquesEdição1997Lisboa
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, volume IIFERRÃO, JulietaEdição1975Lisboa
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, volume IIGUSMÃO, Adriano deEdição1975Lisboa

IMAGENS

Igreja de Santa Maria - Fachada principal: portal

Igreja de Santa Maria - Fachada principal: registo superior

Igreja de Santa Maria - Fachada principal: pormenor do capitel do mainel do portal e data inscrita nas portadas de madeira (1711)

Igreja de Santa Maria - Fachada principal: capitéis do portal (lado Norte)

Igreja de Santa Maria - Fachada lateral Sul: porta travessa

Igreja de Santa Maria - Fachada lateral Sul: coluna oriental da porta travessa

Igreja de Santa Maria - Fachada lateral Norte: porta travessa e escadas de acesso

Igreja de Santa Maria - Portaria n.º 670/99, DR, 2.ª Série, n.º 150, de 30-06-1999 - Texto e planta do diploma

Igreja de Santa Maria - Portaria n.º 523/97, DR, I Série-B, n.º 167, de 22-07-1997 - Texto e planta do diploma

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