Igreja de Águas Santas | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Igreja de Águas Santas | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Igreja de Nossa Senhora do Ó, de Águas Santas / Mosteiro de Águas Santas / Igreja Paroquial de Águas Santas / Igreja de Nossa Senhora do Ó (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Igreja | ||||||||||||
Tipologia | Igreja | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Porto/Maia/Águas Santas | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Porto | ||||||||||||
Concelho | Maia | ||||||||||||
Freguesia | Águas Santas | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||
Cronologia | Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | Portaria de 23-01-1974, publicada no DG, II Série, n.º 46, de 23-02-1974 (com ZNA) | ||||||||||||
Zona "non aedificandi" | Portaria de 23-01-1974, publicada no DG, II Série, n.º 46, de 23-02-1974 | ||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 9823125 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | Santa Maria de Águas Santas é um dos mais insólitos monumentos românicos portugueses, uma vez que a sua forma final, no século XIII, apresentava duas naves, desiguais entre si, caso único no contexto da arte nacional. A sua história é a de uma constante ampliação do espaço religioso, com sucessivas fases construtivas ainda não devidamente esclarecidas cronologicamente, existindo autores que ora avançaram ora recuaram a datação das partes, em momentos diferentes das suas abordagens ao monumento. Ao que tudo indica, aqui terá existido um primitivo mosteiro paleocristão ou pré-românico (GRAF, 1986, vol.1, p.339), de que provêm dois capitéis tardo-romanos decorados com folhas de acanto, e posteriormente reutilizados no arco triunfal da capela-mor do século XII. O primeiro projecto (realizado entre o final do século XI e as primeiras décadas da centúria seguinte) contemplou uma única nave e uma capela-mor semicircular, iluminada por frestas de "colunelos estriados ou cobertos de uma decoração vegetalista trepanada", de que ainda restam alguns elementos (RODRIGUES, 1995, p.193). Nesta fase, reaproveitaram-se os capitéis altimedievais e fizeram-se dois novos que tentaram copiar o modelo de acanto daqueles (ALMEIDA, 1978, vol. II, p.177). Pelos finais desse século XII, registou-se uma nova ampliação. Do lado Sul da igreja, abriu-se uma nova nave, igualmente curta, mas associou-se-lhe uma capela-mor quadrangular de dois tramos (actual capela-mor). Paralelamente, construiu-se uma torre sineira, de secção quadrangular, anexa à antiga fachada principal, e uma arcaria longitudinal de dois arcos apontados fazia a comunicação entre as naves. Desta fase, os melhores testemunhos artísticos são dados pelas duas janelas sobreviventes do alçado Sul da capela-mor: "de volta inteira, assente sobre pequenas colunas", os seus capitéis são decorados com "uma delicada renda de hexágonos englobando rosetas quadrifólias", uma solução considerada, por vários autores, como de tradição mudéjar (OLIVEIRA, 1957, p.13). A decoração deste alçado é ainda reforçada por um friso de "bilhetes", que corria a toda a volta da capela. A cronologia que apontámos para esta cabeceira não é, todavia, pacífica. Uma inscrição de 1218, de carácter funerário ou construtivo (BARROCA, 2000, pp.693-695) e embutida numa fresta da capela-mor, pode referir-se à conclusão desta obra, embora Carlos Alberto Ferreira de Almeida tenha situado a nova nave central e capela-mor nos finais do século XIII, e ao abrigo da expansão do chamado românico portuense, com os seus toros diédricos (ALMEIDA, 1986, pp.86-88). O que parece certo é que as obras continuaram pelo século XIII, pois é já da viragem para o seguinte que data o portal principal, de quatro arquivoltas apontadas, com impostas que correm ao longo da parede e capitéis de decoração vegetalista. O portal lateral Norte é igualmente de perfil apontado, ostentando, o seu tímpano, uma cruz de oito pontas (cruz da Ordem do Hospital) inscrita num círculo protector, elemento alusivo aos proprietários da igreja. Durante vários séculos, o templo manteve a fisionomia assimétrica de duas naves, até que, em 1874 (conforme inscrição no lado Sul da igreja) o cura de então, António de Ascensão Oliveira, promoveu a construção de uma terceira nave, meridional em relação às restantes. Ela foi dotada de um curto absidíolo quadrangular e o seu alçado ocidental de um coroamento de ameias, semelhante ao da torre sineira, numa clara intenção de dotar o conjunto de simetria, ao nível do espaço e da função cenográfica da frontaria. No interior, a arcada longitudinal desapareceu, para dar lugar a duas arcarias de arco único abatido, que reforçam igualmente a unificação espacial. Com uma história assim atribulada, a igreja de Águas Santas permanece como um caso singular na nossa História da Arte, constituindo um dos poucos exemplos de justaposição de épocas construtivas, por adição de corpos e não pela supressão das partes mais antigas. PAF | ||||||||||||
Processo | Lugar do Mosteiro, junto da E.N. 208 | ||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 3 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 15 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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"A Arquitectura (1250-1450)", História da Arte Portuguesa, dir. Paulo Pereira, vol. I, pp.335-433 | PEREIRA, Paulo | Edição | 1995 | Lisboa | |
História da Arte em Portugal, vol. 3 (o Românico) | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1986 | Lisboa | |
Arquitectura Românica de Entre Douro e Minho | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1978 | Porto | |
História da Arte em Portugal - O Românico | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 2001 | Lisboa | |
Igrejas medievais do Porto | MONTEIRO, Manuel | Edição | 1954 | Porto | |
Portugal roman, vol. I | GRAF, Gerhard N. | Edição | 1986 | ||
O Grande Porto | PACHECO, Helder | Edição | 1986 | Lisboa | |
Epigrafia medieval portuguesa (862-1422) | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 2000 | Lisboa | |
"O mundo românico (séculos XI-XIII)", História da Arte Portuguesa, vol.1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.180-331 | RODRIGUES, Jorge | Edição | 1995 | Lisboa | |
"Águas Santas", O Arqueólogo Português, vol. XX | VITORINO, Pedro | Edição | 1915 | Lisboa | |
"Santa Maria de Águas Santas, igreja de duas naves", Boletim dos Amigos do Porto, vol.2, nº4, pp.3-21 | OLIVEIRA, António de Sousa (Júnior) | Edição | 1957 | Porto | |
Águas Santas, Maia. Descrição geográfica, apontamento histórico, toponímia e algumas curiosidades. Esboço para uma monografia | CORREIA, Manuel | Edição | 1990 | Águas Santas | |
"A igreja de Águas Santas no concelho da Maia", O Tripeiro, nº1 e 2 | FRONTEIRA, Joaquim | Edição | 1945 | Porto | |
"La decoración zoomórfica en el románico de la diócesis de Porto: aproximación a un bestiario", I Congresso sobre a Diocese do Porto. Tempos e lugares de memória, vol.1, pp.163-182 | FERRÍN GONZÁLEZ, J. Ramón | Edição | 2002 | Porto | |
"Águas Santas", Grande Enciclopédia Luso-Brasileira, vol. I, pp.639-641 | Edição | Lisboa |
Igreja de Nossa Senhora do Ó, de Águas Santas - Vista parcial da fachada e pórtico
Igreja de Nossa Senhora do Ó, de Águas Santas - Fachada lateral
Portaria publicada no DG, II Série, n.º 46, de 23-02-1974 - Texto e planta do diploma
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