Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Ermida de Santo André
Designação
DesignaçãoErmida de Santo André
Outras Designações / PesquisasErmida de Santo André (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Ermida
TipologiaErmida
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBeja/Beja/Beja (Santiago Maior e São João Baptista)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Estrada Nacional 121, à saída de Beja- Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.019999-7.870286
DistritoBeja
ConcelhoBeja
FreguesiaBeja (Santiago Maior e São João Baptista)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 1-03-1961, publicada no DG, II Série, n.º 82, de 6-04-1961 (com ZNA)
Zona "non aedificandi"Portaria de 1-03-1961, publicada no DG, II Série, n.º 82, de 6-04-1961
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9914629
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaReza a tradição que a Ermida de Santo André foi fundada pelo rei D. Sancho I, aquando da primeira conquista da cidade aos mouros, em 1162; esta é, no entanto, uma data sem suporte histórico, uma vez que só em 1232, já no tempo de D. Sancho II, o burgo entrou definitivamente em posse cristã. Ainda assim, esta lenda inspirou ao longo dos tempos várias manifestações de devoção, e encontrou eco na obra de mais de um autor; a igreja conserva uma inscrição, datada de 1902, reproduzindo a lenda da fundação medieval, onde se lê ERMIDA DE S.to ANDRÉ / MANDADA EDIFICAR P.r D. SANCHO I.º / EM HONRA DA TOMADA DE BEJA AOS MOUROS / PELO CAPITÃO GENERAL FERNÃO GONÇALVES / NA MADRUGADA DE 30 DE NOVEMBRO DE 1162 / RECONSTRUÇÃO OGIVAL DO SÉCULO XV (ESPANCA, Túlio, 1966). De qualquer forma, o edifício existente nada tem a ver com a eventual construção dos séculos XII ou XIII, por ser o templo actual obra gótico-mudéjar do final do século XV ou do início do século XVI, talvez atribuível à acção mecenática de D. Manuel, possivelmente enquanto duque de Beja. Nitidamente inspirado no modelo eborense de S. Brás, de encomenda joanina, a ermida foi considerada por Túlio Espanca como enquadrável na órbita construtiva do mestre do Mosteiro da Batalha João de Arruda, arquitecto de Évora que, na qualidade de avaliador das obras do paço da infanta D. Brites, mãe de D. Manuel, e a sugestão do rei D. João II, se havia deslocado a Beja no ano de 1485 (ESPANCA, Túlio, 1966).
A ermida inscreve-se assim no tipo muito regional dos pequenos templos ameiados, com robustos contrafortes cilíndricos e coruchéus cónicos, erguidos extra-muros, perto das cinturas defensivas dos burgos; esta localização, aliás, justifica a proximidade de uma gafaria que aí existiu. Exteriormente, desenvolve-se em sucessão de volumes escalonados, sendo o corpo da igreja, inteiramente caiada, todo envolvido por doze botaréus cilíndricos mais elevados nas fachadas laterais, e coroado por um friso de merlões chanfrados que se prolonga pelo remate da ábside, um corpo cúbico rebaixado e perfurado por gárgulas de figuração zoomórfica. Na fachada principal destaca-se o nártex, com cobertura de cruzaria de ogivas, aberto em três arcos de volta inteira, para onde deita um pequeno campanário assente no frontão triangular da fachada, mais elevado. Os botaréus do nártex são iguais aos da igreja bejense de Santa Maria, com os coruchéus rodeados por uma cinta de merlões semelhantes aos do corpo principal.
De planta longitudinal, o interior é de nave única, com abóbada de berço quebrado e quatro tramos de arcos torais assentes sobre mísulas. As paredes conservam vestígios de pinturas murais quinhentistas, quase totalmente destruídos por uma intervenção de meados do século XIX, que as revestiu com azulejos polícromos, do tipo de maçaroca de milho e faixas naturalistas, recolhidos do demolido convento de Santa Clara (ESPANCA, Túlio, 1966). A capela-mor, aberta por arco ogival, é iluminada por uma estreita fresta, e as paredes são totalmente revestidas a azulejos. No frontal do altar existe ainda uma pintura a fresco do ciclo manuelino, representando dois anjos tenentes a sustentar o escudo de Portugal. O retábulo, de talha maneirista tardia e com empena triangular, enquadra dois quadros de pintura mural a fresco, figurando uma cena do martírio de Santo André e um Calvário, obras de factura tardo-quinhentista que ladeiam um nicho com uma imagem estofada do padroeiro, peça de factura regional datável de c. 1600. O templo guarda ainda um grande capitel coríntio em mármore, que serve de pia de água benta.
A igreja foi destinada a capela do Cemitério Público em 1939, embora por pouco tempo, após intervenções de natureza arqueológica. SML
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens10
Nº de Bibliografias5

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
El mudejarismo en la arquitectura portuguesa de la epoca manuelinaPEREZ EMBID, FlorentinoEdição1955Madrid
Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Beja, Vol. XIIESPANCA, TúlioEdição1992Lisboa
"A Ermida de Santo André", in Boletim oficial da Junta da Província do Baixo AlentejoBRITO, Diogo de Castro eEdição1937
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel IDIAS, PedroEdição2002Lisboa
A arquitectura manuelinaDIAS, PedroEdição2009Vila Nova de Gaia

IMAGENS

Ermida de Santo André - Vista geral (fachadas lateral esquerda e principal)

Ermida de Santo André - Fachada principal

Ermida de Santo André - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 82, de 06-04-1961 - Texto e planta do diploma

Ermida de Santo André - Fachada principal (DGEMN 1959)

Ermida de Santo André - Fachada lateral direita (DGEMN)

Ermida de Santo André - Fachada lateral esquerda (DGEMN)

Ermida de Santo André - Vista geral (DGEMN 1970)

Ermida de Santo André - Fachada lateral direita (DGEMN)

Ermida de Santo André - Fachada principal (DGEMN)

Ermida de Santo André - Fachada lateal direita (DGEMN 1970)

MAPA

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