Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Castelo e muralhas de Monsanto
Designação
DesignaçãoCastelo e muralhas de Monsanto
Outras Designações / PesquisasCastelo e muralhas de Monsanto (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Castelo
TipologiaCastelo
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaCastelo Branco/Idanha-a-Nova/Monsanto e Idanha-a-Velha
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- Alto do Cabeço de Monsanto- Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
40.035834-7.114085
DistritoCastelo Branco
ConcelhoIdanha-a-Nova
FreguesiaMonsanto e Idanha-a-Velha
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 37 077, DG, I Série, n.º 228, de 29-09-1948 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 27-10-1950, publicada no DG, II Série, n.º 265, de 14-11-1950 (com ZNA)
Despacho de homologação de 16-10-1950
Parecer favorável de 13-10-1950 da 6.ª Secção da JNE
Proposta de 11-07-1950 da DGEMN
Zona "non aedificandi"Portaria de 27-10-1950, publicada no DG, II Série, n.º 265, de 14-11-1950
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913329
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaSabe-se muito pouco acerca das origens do castelo de Monsanto. Apesar de, durante muito tempo, se ter considerado a existência de um castro proto-histórico, posteriormente romanizado, a verdade é que, à excepção da villa de São Lourenço, no sopé do monte, nada mais apareceu que relacione esta fortaleza com um passado pré-medieval. De resto, as informações concretas só aparecem no reinado de D. Afonso Henriques, altura em que Monsanto desfrutou de uma posição privilegiada de fronteira. Face a Leão mas, principalmente, frente aos Almóadas (MARQUES, 1995, p.33), o nosso primeiro monarca passou-lhe foral em 1174, numa altura em que o retrocesso cristão se fazia já sentir.
Neste mesmo contexto, Monsanto e Idanha foram doados à Ordem dos Templários, encarregues de efectivar a defesa da capital do reino, Coimbra, pelo Sul e pelo Leste. A fortificação por eles erguida não chegou até aos nossos dias. Com certeza seria um castelo plenamente românico, com torre de menagem isolada no centro do recinto interior, como as fortalezas templárias contemporâneas de Tomar, Almourol ou Pombal.
Duarte de Armas, nos inícios do século XVI, desenhou um castelo com cinco torres, sendo uma, a central e mais alta, de menagem. Infelizmente, de todas essas, apenas uma (a Torre Atalaia, ou Torre do Pião) se mantém parcialmente, assim como modificada foi a estrutura que protegia a entrada principal, ao que tudo indica um cubelo redondo (GOMES, 1996, p.89). Também a cintura de muralhas foi bastante adulterada, não restando troços significativos da estrutura medieval.
Para estas alterações, muito contribuíram as guerras peninsulares, nos inícios do século XIX. Enquanto que a história da aldeia de Monsanto foi a de "uma descida persistente da população" (GOMES, 1996, p.89), em busca de melhores condições, o castelo permaneceu, durante largos séculos, como uma das mais impressionantes estruturas militares da Beira Interior, cuja relevância militar não passou despercebida a sucessivos exércitos.
Em 1813, o Major Eusébio Cândido Furtado deixou-nos uma relação dos trabalhos efectuados. Por ela apercebemo-nos da amplitude desta reforma: demolição de cinco torres; construção de três novas baterias para protecção da entrada; construção de um baluarte paralelo à muralha; aproveitamento da igreja do interior do recinto para armazém; etc. (publ. GOMES, 1996, pp.91-92). Anos depois, a explosão do paiol, no interior do castelo, e o desabamento de um rochedo granítico, que arrastou parte da muralha (GOMES, 1996, p.90), foram determinantes para a destruição da fortaleza templária.
Por esta caracterização sumária, facilmente se compreende como o aspecto actual do castelo pouco tem que ver com o período medieval. A fortaleza original, organizada em dois recintos (a alcáçova e a cerca que limitava o primitivo núcleo populacional) possuía outros tantos templos. No interior, a igreja de Santa Maria, edifício que chegou até nós como uma obra barroca demasiado adulterada. No exterior, perto da entrada principal, a pequena capela de São Miguel, modesto templo de nave única, que chegou até hoje como uma quase-ruína, destelhado e com acentuado desgaste de cunhais e de paredes. De um Românico tardio, já trecentista, é o mais eloquente testemunho do bairro residencial intra-muralhas, que Duarte de Armas desenhou, e que, no século XVIII, possuía ainda vinte fogos (MILHEIRO, 1972, p.99), mas que acabou por ser abandonado, por se situar demasiado longe dos locais de abastecimento. À entrada, e sem aparente relação com este templo, um conjunto de sepulturas escavadas na rocha, bastante destruído, poderá, um dia, vir a confirmar uma ocupação humana medieval anterior ao reinado de D. Afonso Henriques.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens13
Nº de Bibliografias9

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Castelos da Raia Vol. I: Beira, 2ªed.GOMES, Rita CostaEdição2002Lisboa Tipo : Colecção - Arte e Património Obra que identifica alguns dos monumentos relacionados com a história da defesa das fronteiras portuguesas na região da Beira oferecendo importantes leituras sobre as suas vivências e estabelecendo possíveis percursos de visita.
Castelos PortuguesesMONTEIRO, João GouveiaEdição2002LisboaLivro sem bibliografia Este guia propõe, para um vasto público, uma visão sintética da história da arquitectura militar portuguesa bem como um entendimento aprofundado dos elementos constituintes e funcionais dos castelos românico e gótico.
Castelos PortuguesesPONTES, Maria LeonorEdição2002LisboaLivro sem bibliografia Este guia propõe, para um vasto público, uma visão sintética da história da arquitectura militar portuguesa bem como um entendimento aprofundado dos elementos constituintes e funcionais dos castelos românico e gótico.
Archeologia do distrito de Castelo Branco. Uma contribuição para o seu estudo.PROENÇA JÚNIOR, Francisco TavaresEdição1910LeiriaPublicado a 1910
"São Miguel de Monsanto e São Pedro de Vira-Corça: derradeiros testemunhos do mundo românico em Portugal", A Raia, nº13, Junho 1999, pp.26-31FERNANDES, Paulo AlmeidaEdição
O castelo de MonsantoBARROS, Guilhermino deEdição1879Lisboa
O Castelo de Monsanto da Beira : cesto de gávea em nave de pedraNUNES, António PiresEdição2001Idanha-a-Nova
As aldeias históricas : conjuntos históricos a valorizarNEVES, Vítor PereiraEdição1996Lisboa
Monsanto, a aldeia mais portuguesa de Portugal : roteiro, 2ªed.CORREIA, Francisco BarbosaEdição1986Lisboa
A gloriosa história dos mais belos castelos de PortugalPERES, DamiãoEdição1969Barcelos

IMAGENS

Castelo e muralhas de Monsanto - Interior do recinto amuralhado

Castelo e muralhas de Monsanto - Vista parcial do recinto e porta de acesso

Castelo e muralhas de Monsanto - Interior do recinto e Capela de São Miguel

Castelo e muralhas de Monsanto - Igreja de São Miguel: vista geral

Castelo e muralhas de Monsanto - Campanário e igreja de São Miguel

Castelo e muralhas de Monsanto - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 265, de 14-11-1950

Castelo e muralhas de Monsanto - Igreja de São Miguel (DGEMN)

Castelo e muralhas de Monsanto - Porta de entrada da povoação (1951)

Castelo e muralhas de Monsanto - Porta da povoação com pedra de armas (1951)

Castelo e muralhas de Monsanto - Campanário da igreja de São Miguel (1951)

Castelo e muralhas de Monsanto - Porta de entrada na povoação (DGEMN, 1957)

Castelo e muralhas de Monsanto - Pano de muralha sobre afloramento rochoso (DGEMN)

Castelo e muralhas de Monsanto - Torre Atalaia ou do Pião (1951)

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