Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de São Tiago
Designação
DesignaçãoIgreja de São Tiago
Outras Designações / PesquisasIgreja de Santiago / Igreja Paroquial de Santiago (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaCoimbra/Coimbra/Coimbra (Sé Nova, Santa Cruz, Almedina e São Bartolomeu); Santo António dos Olivais
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Praça do ComércioCoimbra Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
40.209496-8.429248
DistritoCoimbra
ConcelhoCoimbra
FreguesiaCoimbra (Sé Nova, Santa Cruz, Almedina e São Bartolomeu); Santo António dos Olivais
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
Decreto de 2-07-1908, DG, n.º 150, de 9-07-1908
ZEPPortaria de 14-10-1950, publicada no DG, II Série, n.º 6, de 8-01-1960 (sem restrições)
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913929
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA cronologia da construção românica da igreja de Santiago de Coimbra é, ainda hoje, objecto de discussão. O templo foi solenemente sagrado em 1206, mas parece certo que as obras se prolongaram para cá dessa data, como realçou Gerhard Graf a propósito dos elementos estilisticamente tardios da rosácea e de alguns capitéis das janelas da fachada principal (GRAF, 1986, vol. 1, pp.191-192). Mais difícil de definir é a data de arranque deste projecto. Depois de Manuel Monteiro ter avançado várias datas, as conclusões de Manuel Luís Real apontam para o terceiro quartel do século XII (REAL, 1974).
Em termos decorativos, a igreja de Santiago constitui um exemplo fiel do Românico coimbrão na sequência da construção da Sé Velha de Coimbra. Aqui encontram-se os mesmos modelos escultóricos e temáticos que caracterizam a maior obra românica da cidade, como os animais afrontados, as aves debicantes, etc. No entanto, a forçada paralisação das obras em finais do século XII (REAL, 1986, 57) determinou a alteração do projecto original e até a substituição dos artistas.
É desta forma que a igreja de Santiago encerra, pelo menos duas fases construtivas distintas (que António Nogueira Gonçalves considerou três, vislumbrando uma campanha mais na cabeceira (GONÇALVES, republ. 1980, p.78)). O portal Sul, com as suas três arquivoltas sem decoração, sublinhadas exteriormente por uma moldura de videira, constitui um bom exemplo das opções do Românico coimbrão de finais do século XII. A composição dos capitéis aprofunda os motivos vegetalistas ensaiados anteriormente na Sé Velha, assim como a decoração dos fustes das colunas, profusamente ornamentados com motivos geométricos e florais.
Diferente é o caso do portal principal, construído em época mais tardia, e composto por quatro arquivoltas. Como acentuou Manuel Luís Real, coexistem nesta parte do edifício verdadeiras obras primas da escultura românica coimbrã e capitéis de muito menor qualidade, fruto certamente de artistas de inferior formação (REAL, 1986, p.57). Por seu lado, Gerhard Graf realçou as ligações estilísticas dos fustes das colunas deste portal com a realização das janelas da Fachada das Platerías da Catedral de Santiago de Compostela (GRAF, 1986, vol. 1, p.190).
Um dos grandes motivos para a indecisão que hoje se sente em relação à cronologia desta igreja, e à originalidade de muitas das suas partes, consiste nos vários acrescentos que foram feitos ao longo dos tempos e no radical processo de restauro a que o templo foi sujeito na primeira metade do século XX.
Do século XV data a capela lateral quadrangular, que ainda se mantém do lado Norte, construída em estilo gótico flamejante, com algumas influências mudejares (DIAS, 2003, p.97). No início do século XVI, aqui instalada a Misericórdia da cidade, procedeu-se à construção de um dos mais insólitos templos portugueses de todos os tempos: uma igreja alta sobre a estrutura românica. Esta campanha decorreu em escassos três anos (de 1546 a 1549) e terá tido como arquitecto responsável João de Ruão, documentado em processos relativos à Misericórdia em 1549 (CORREIA, 1943, republ. 1949, p.57). Alguns séculos mais tarde, em 1861, a Câmara decidiu alargar a via pública a nascente da igreja, subtraindo-se, então, uma parte significativa da sua cabeceira. Finalmente, entre 1908 e 1932, num processo bastante moroso, procedeu-se ao restauro do edifício. As obras foram então conduzidas por António Augusto Gonçalves, fiel a um certo entendimento da "unidade de estilo" que preconizava devolver os imóveis à sua pureza original. O resultado foi a demolição de tudo quanto fosse posterior à Idade Média e a refeitura de alguns materiais complementares, tendo por modelo a muito próxima igreja de São Salvador.
Interiormente, a igreja conserva parte da sua estrutura original em três naves, com falso transepto e cabeceira tripartida, com capela-mor de dois andares de arcaturas cegas.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPCerca de Coimbra, designadamente o Arco de AlmedinaUniversidade de Coimbra - Alta e Sofia
Outra Classificação
Nº de Imagens14
Nº de Bibliografias12

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Inventario Artistico de Portugal - Cidade de Coimbra.GONCALVES, António NogueiraEdição1947LisboaPublicado a 1947
Novas Hipóteses acerca da Arquitectura Românica de CoimbraGONCALVES, António NogueiraEdição1938Coimbra
Coimbra - guia para uma visitaDIAS, PedroEdição2003Coimbra
"La sculpture figurative dans l'art roman du Portugal", Portugal roman, vol. I, pp.33-75REAL, Manuel LuísEdição1986
História da Arte em Portugal - O RomânicoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2001Lisboa
Coimbra e RegiãoBORGES, Nelson CorreiaEdição1987Lisboa
Inventario Artistico de Portugal - Cidade de Coimbra.CORREIA, VergílioEdição1947LisboaPublicado a 1947
"A igreja de São Tiago de Coimbra. Notícias topográficas e históricas", Mvsev, vol.2CORREIA, VergílioEdição1943
"O mundo românico (séculos XI-XIII)", História da Arte Portuguesa, vol.1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.180-331RODRIGUES, JorgeEdição1995Lisboa
Relíquias da Architectura Romano-Byzantina em PortugalSIMÔES, Augusto FilipeEdição1870Lisboa
Portugal roman, vol. IGRAF, Gerhard N.Edição1986
Património Edificado com Interesse Cultural - Concelho de CoimbraCâmara Municipal de Coimbra - Departamento de CulturaEdição2009Coimbra
Igreja de Santiago. Boletim da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, nº28Edição1942

IMAGENS

Igreja de São Tiago ou Igreja de Santiago - Interior: retábulo da capela-mor

Igreja de São Tiago ou Igreja de Santiago - Interior: capela gótica na nave lateral a norte

Igreja de São Tiago ou Igreja de Santiago - Fachada principal

Igreja de São Tiago ou Igreja de Santiago - Fachada principal: portal

Igreja de São Tiago ou Igreja de Santiago - Fachada lateral sul

Igreja de São Tiago ou Igreja de Santiago - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 6, de 08-01-1960 - Texto e planta do diploma

Igreja de São Tiago ou Igreja de Santiago - Fachada principal (DGEMN)

Igreja de São Tiago ou Igreja de Santiago - Fachada principal: capitéis decorados do portal (lado norte) (DGEMN, 1939)

Igreja de São Tiago ou Igreja de Santiago - Interior: naves e portal (DGEMN)

Igreja de São Tiago ou Igreja de Santiago - Fachada principal: portal e rosácea

Igreja de São Tiago ou Igreja de Santiago - Fachada principal

Igreja de São Tiago ou Igreja de Santiago - Vista geral (fachadas principal e lateral sul)

Igreja de São Tiago ou Igreja de Santiago - Fachada principal: rosácea e cruz de remate

Igreja de São Tiago ou Igreja de Santiago - Fachada principal

MAPA

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