Igreja de São Sebastião | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Igreja de São Sebastião | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Antiga Igreja de Nossa Senhora da Conceição / Igreja de Nossa Senhora da Conceição (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Igreja | ||||||||||||
Tipologia | Igreja | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Faro/Lagos/São Gonçalo de Lagos | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Faro | ||||||||||||
Concelho | Lagos | ||||||||||||
Freguesia | São Gonçalo de Lagos | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 9 842, DG, I Série, n.º 137, de 20-06-1924 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | Portaria de 30-10-1969, publicada no DG, II Série, n.º 275, de 24-11-1969 (sem restrições) (ZEP das igrejas de Santo António e São Sebastião e das muralhas e torreões de Lagos) | ||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 9913229 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | O templo tutelar da segunda freguesia urbana de Lagos é o edifício religioso de maior impacto visual em toda a cidade. Implantado num dos locais mais elevados, domina cenograficamente o casario, relacionando-se ainda com o Mercado, factos que fazem deste imóvel um dos mais importantes de todo o núcleo antigo. A primitiva construção deverá datar do século XIV, no âmbito do extraordinário crescimento da urbe nos séculos da Baixa Idade Média. Mais tarde, já na segunda metade do século XV, consta que o bispo D. João de Mello patrocinou a edificação de uma capela, que ficou, a partir de então, a servir de capela-mor à anterior igreja gótica, tendo esta, por sua vez, mudado de orago: de Nossa Senhora da Conceição para São Sebastião. A construção que hoje podemos observar é substancialmente diferente da que a Idade Média aqui ergueu. Ela representa um dos mais interessantes e relevantes exemplos da arte quinhentista na província do Algarve. José Eduardo Horta Correia referiu-se ao seu portal lateral (o mais decorado) como um dos primeiros testemunhos do Renascimento algarvio, não apenas em decoração, mas também em proporção, o que revela um certo eruditismo e um perfeito conhecimento dos cânones clássicos, por parte do arquitecto. É, em todo o caso, uma obra onde ainda se podem detectar alguns sinais de transição artística, conforme este autor sustenta, ao referir as figuras das cantoneiras do portal, "tipologicamente renascentistas, mas executadas por mãos manuelinas" (CORREIA, 1987, p.31). A profunda remodelação quinhentista deste espaço seguiu uma tipologia comum: três naves de cinco tramos, sem transepto, organizada internamente a partir de arcos de volta perfeita assentes em colunas de capitéis parcialmente jónicos. A intenção foi a de criar uma ampla igreja-salão, ainda que a cobertura tenha sido de madeira e exista uma ligeira diferença de altura entre a nave central e as laterais. O arrastamento das obras, contudo, determinou uma relativa heterogeneidade estilística. No termo da campanha, a fachada principal foi já concluída sob o signo do Maneirismo, assim como grande parte do interior. O portal axial, por exemplo, é já bastante diferente do da entrada lateral Sul, apresentando uma decoração muito contida, limitada a um rigoroso geometrismo das formas, como as colunas caneladas que delimitam a estrutura, ou os capitéis jónicos. Ao contrário do que anos antes se havia feito no portal lateral, não existe, na entrada principal, qualquer escultura figurativa, sinal claro de um outro tempo artístico. Infelizmente, a campanha maneirista do interior foi amplamente sacrificada nos séculos seguintes. Do retábulo-mor primitivo, executado por volta de 1570-1580, conhecem-se quatro tábuas, atribuíveis a um dos mais importantes pintores algarvios do século XVI: Álvaro Dias (SERRÃO, 1992, p.853) Em 1755, a igreja de São Sebastião não escapou à destruição provocada pelo terramoto. Consta que algumas partes ruíram, em particular a torre sineira e, eventualmente, algum sector do telhado. O registo superior da fachada principal, bem como a barroca torre sineira, devem datar do período pós-terramoto, mas esta igreja necessita ainda de um rigoroso estudo monográfico que esclareça alguns dos pontos mais problemáticos, em especial uma eventual (e parcial) reforma oitocentista. Do projecto barroco fazia parte um retábulo, executado pelo entalhador Francisco Xavier, de que resta uma pequena parte, mas que revela bem a sua qualidade, não se integrando, por exemplo, em nenhuma das tipologias definidas por Francisco Lameira para a grande produção barroca algarvia (LAMEIRA, 2000, p.218). Os grandes retábulos que hoje se conservam datam já do período neo-clássico e são obras maiores deste estilo no Algarve. O seu risco erudito, de corpo único e um só tramo, deve-se ao arquitecto Francisco Xavier Fabri, um nome marcante no século XIX algarvio, com actividade documentada um pouco por toda a província e na órbita do bispado. PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 8 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 8 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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História da Arte em Portugal - o Renascimento e o Maneirismo | SERRÃO, Vítor | Edição | 2002 | Lisboa | |
A pintura proto-barroca em Portugal (1612-1657), Coimbra, Dissertação de Doutoramento em História da Arte, 1992 | SERRÃO, Vítor | Obra | |||
A talha no Algarve durante o Antigo Regime | LAMEIRA, Francisco | Edição | 2000 | Faro | |
"Decoração arquitectónica manuelina na região de Silves (séculos XV-XVI)", Revista Xelb, nº3, 1996, pp.79-142 | RAMOS, Manuel Francisco Castelo | Edição | 1996 | Silves | |
A Arquitectura "ao Romano" | CRAVEIRO, Maria de Lurdes | Edição | 2009 | Vila Nova de Gaia | |
Lagos, Evolução Urbana e Património | PAULA, Rui Mendes | Edição | 1992 | Lagos | |
Monografia de Lagos | ROCHA, Manuel João Paulo | Edição | 1909 | Porto | |
A arquitectura religiosa do Algarve de 1520 a 1600 | CORREIA, José Eduardo Horta | Edição | 1987 | Lisboa |
Igreja de São Sebastião - Fachada principal
Igreja de São Sebastião - Fachada principal: portal
Igreja de São Sebastião - Fachada lateral sul: portal (porta travessa)
Igreja de São Sebastião - Fachada lateral sul: pormenor do portal
Igreja de São Sebastião - Interior: nave central e capela-mor
Igreja de São Sebastião - Interior: capela-mor
Igreja de São Sebastião - Interior: capela colateral do lado do Evangelho
Igreja de São Sebastião - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 275, de 24-11-1969 - Texto e planta do diploma
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