Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Construção conhecida por Piscina de D. Afonso Henriques
Designação
DesignaçãoConstrução conhecida por Piscina de D. Afonso Henriques
Outras Designações / PesquisasPiscina de D. Afonso Henriques / Caldas de Lafões / Banho / Termas Romanas de São Pedro do Sul / Piscina de D. Afonso Henriques das Caldas de Lafões / Termas Romanas (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Termas
TipologiaTermas
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViseu/São Pedro do Sul/São Pedro do Sul, Várzea e Baiões
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Antigas Caldas de Lafões Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
40.73933-8.090954
DistritoViseu
ConcelhoSão Pedro do Sul
FreguesiaSão Pedro do Sul, Várzea e Baiões
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 28 536, DG, I Série, n.º 66, de 22-03-1938 (ver Decreto)
ZEPParecer favorável de 11-06-2008 do Conselho Consultivo do IGESPAR, I.P. (em vigor só após publicação no DR)
Proposta de 14-12-2007 da DRC do Centro
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913329
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaMais conhecida por "Banho", ou "Caldas de Lafões", esta construção localiza-se no epicentro das actuais Termas de São Pedro do Sul, cujas nascentes de água se situam na margem esquerda do rio Vouga.
Conhecido desde longa data, o sítio motivou especial interesse de estudiodos locais numa época em que tomavam maior feição e força no âmbito das análises históricas, artísticas e arqueológicas conduzidas um pouco por todo o território português, não poucas vezes patrocinadas por associações de índole local e/ou regional, à semelhança de todo um movimento registado no restante continente europeu desde, pelo menos, o dealbar do século XIX. Não surpreende, por conseguinte, que aquele que poderá ser considerado como o primeiro grande estudo sobre o assunto viesse a lume ainda em finais da mesma centúria, por mão do escritor e periodista Joaquim Augusto de Oliveira Mascarenhas (1847-1918), numa época particularmente pontuada pela frequência termal, não apenas na sequência das mais recentes descobertas científicas no domínio da Medicina, como na esteira das práticas nobiliárquicas e da alta burguesia observadas além-fronteiras.
Constituindo um dos complexos termais de origem romana mais bem conservados dos existentes no actual território nacional, as termas de São Pedro do Sul (possivelmente correspondendo à romana Aquae Sulis, evocativa de Sulis, deusa da Cura relacionada com as fontes de água quente) ostentam uma monumentalidade compreensível à luz, tanto da qualidade das nascentes de águas sulfurosas e radioactivas (DIONÍSIO, Sant'Ana, 1984, p. 757), quanto da posição que deteria no sistema de rede viária. "[...] e se o sítio das termas não corresponde a um aglomerado urbano, este poderá ter sido o vizinho castro do Banho, distante escassas centenas de metros." (ALARCÃO, Jorge, 1990, p. 380).
Entretanto, a designação de "Piscina de D. Afonso Henriques" (assente em estruturas romanas preexistentes) relacionar-se-á com uma certa tradição secular, segundo a qual o monarca teria frequentado as termas pelas capacidades das suas águas, neste caso essenciais à cura do sofrimento que lhe causava a fractura sofrida após a retirada precipitada da malograda Batalha de Badajoz. A excelência termal revelou-se, em todo o caso, suficiente para que a estância fosse frequentada por outros soberanos portugueses, a exemplo de D. Manuel I (1469- 1521), o Venturoso. Mas foi também o caso da Rainha D. Amélia (1865-1951), já em finais de oitocentos, razão pela qual as termas ficariam conhecidas por "Caldas da Rainhas", pelo menos até 1910, ano da implantação da República (DIONÍSIO, Sant'Ana, Idem, p. 758).
O interesse arqueológico pelo sítio teve sobretudo lugar a partir de meados dos anos cinquenta do século passado, por mão de Fernando Russell Cortez, que veio a ser director do Museu de Grão Vasco, em Viseu.
As escavações foram retomadas volvidas três décadas, decorrendo essencialmente ao longo da segunda metade dos anos oitenta.
As investigações então conduzidas determinaram que a piscina romana fora revestida a opus signinum, correspondendo, muito provavelmente, à zona de banhos frios - frigidarium -, uma vez que parece encontrar-se destituída de vestígios da cobertura essencial no caso de se tratar da sala destinada à água tépida - tepidarium - ou quente - caldarium. É possível, no entanto, que se tratasse do natatio, tanque de grandes dimensões tradicionalmente rasgado a céu aberto, cujas águas eram, neste caso, escoadas para o rio Vouga através do esgoto ainda visível na actualidade.
A análise dos aparelhos utilizados no levantamento dos alçados permite apontar o princípio do século I d. C. para um primeiro momento construtivo, e finais do século I/inícios do II para um segundo momento, dos quais se podem ainda observar elementos tão característicos desta tipologia arqueológica, como fustes, capitéis e lápides epigrafadas.
[AMartins]
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens10
Nº de Bibliografias13

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Antiguidades Pré-históricas de Lafões. Contribuição para o estudo da Arqueologia de PortugalGIRÃO, Aristides de AmorimEdição1921Coimbrap. 68
"O Reordenamento Territorial", Nova História de Portugal: Portugal das origens à romanizaçãoALARCÃO, Jorge Manuel N. L.Edição1990LisboaNova Historia de Portugal, 1, pp. 352-382
A Arquitectura das Termas Romanas de São Pedro do SulMOREIRA, José BelezaEdição1993São Pedro do Sul
Guia de Portugal, Beira II - Beira Baixa e Beira AltaDIONÍSIO, Sant'AnaEdição1984Lisboa
Notícias Archeologicas Extrahidas do «Portugal Antigo e Moderno» de Pinho Leal, com algumas notas e indicações bibliographicasDIAS, Eduardo RochaEdição1903Lisboa
A Arquitectura das Termas Romanas de São Pedro do SulFRADE, Maria Helena SimõesEdição1993São Pedro do Sul
"300 Sítios arqueológicos visitáveis em Portugal", Al-madanRAPOSO, JorgeEdição2001Almada2.ª série, n. º10, pp.100-157
"Arqueologia Lafonense. Inscrições romanas do balneum de Lafões", Beira AltaBRANDÃO, Domingos de PinhoEdição1959Viseuvol. 19, fasc. 3-4, pp. 227-264
"Antiguidades do banho de S. Pedro do Sul", Beira AltaVALE, Alexandre de Lucena eEdição1949Viseuvol. 8, fasc. 4, pp. 435-437
Memórias da Antiga Villa do Banho e Caldas de S. Pedro do SulMASCARENHAS, Augusto d' OliveiraEdição1885Viseu
Thermas de S. Pedro do Sul (Caldas de Lafões)ALMEIDA, F. FerreiraEdição1930Porto
"As termas de S. Pedro do Sul. Elementos para uma história", Beira AltaSANTOS, Eduardo dosEdição1972Viseuvol. 30, fasc. 4, pp. 445-497
"Subsídios para o estudo da viação romana das Beiras", Beira AltaFIGUEIREDO, Cristóvão Moreira deEdição1952Viseuvol 11, fasc. 4, pp. 271-330
"Arqueologia lafonense", Beira AltaFIGUEIREDO, Cristóvão Moreira deEdição1958Viseuvol. 18, fasc. 4, pp. 351-388

IMAGENS

Piscina de D. Afonso Henriques - Planta com a delimitação e a ZEP proposta (só en vigor após publicação no DR)

Piscina de D. Afonso Henriques - Vista geral das ruínas da piscina romana

Piscina de D. Afonso Henriques - Fachada norte: vista geral do conjunto edificado (1990)

Piscina de D. Afonso Henriques - Interior da sala das banheiras (1990)

Piscina de D. Afonso Henriques - Pormenor dos contrafortes romanos exteriores (1990)

Piscina de D. Afonso Henriques - Pormenor da canalização (1990)

Piscina de D. Afonso Henriques - Vista geral do conjunto edificado (1989)

Piscina de D. Afonso Henriques - Fachada lateral: porta romana

Piscina de D. Afonso Henriques - Interior: fundo da piscina afonsina (1986)

Piscina de D. Afonso Henriques - Vestígios da piscina romana (1986)

MAPA

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