Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja da Flor da Rosa (ruínas), compreendendo o túmulo de D. Álvaro Gonçalves Pereira
Designação
DesignaçãoIgreja da Flor da Rosa (ruínas), compreendendo o túmulo de D. Álvaro Gonçalves Pereira
Outras Designações / PesquisasMosteiro de Flor da Rosa / Igreja de Flor da Rosa / Paço de Flor da Rosa / Pousada da Flor da Rosa (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Mosteiro
TipologiaMosteiro
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPortalegre/Crato/Crato e Mártires, Flor da Rosa e Vale do Peso
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
- -Crato Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.30672-7.648
DistritoPortalegre
ConcelhoCrato
FreguesiaCrato e Mártires, Flor da Rosa e Vale do Peso
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPPortaria n.º 524/97, DR, I Série-B, n.º 167, de 22-07-1997 (sem restrições) (ver Portaria)
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913829
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaEste mosteiro hospitalário é um dos mais importantes monumentos góticos nacionais e foi já considerado a "mais importante igreja-fortaleza portuguesa" (PEREIRA, 1995, vol. I, p.389), tipologia assim designada por Mário Chicó para catalogar os templos trecentistas constituídos por "torres cruciformes" (CHICÓ, 1954, p.115). Não é só ao nível das características planimétricas e volumétricas que Flor da Rosa é importante; ele possui uma imensa carga simbólica, na medida em que foi concebido como igreja, mosteiro e paço, sede da Ordem do Hospital no nosso país, no seu percurso em direcção ao Sul.
O início da construção situa-se por volta de 1340, altura em que o então grão-prior do Hospital, D. Álvaro Gonçalves Pereira, determinou o arranque do estaleiro, eventualmente aproveitando as instalações de um anterior cenóbio no local (PEREIRA, 1995, p.389). A igreja é a mais importante peça, ocupando a metade nascente do monumento. Ela dispõe-se lateralmente em relação à fachada principal e tem acesso através de um átrio de abóbada abatida estrelada, reconstruída pela DGEMN na década de 40 do século XX. O templo apresenta planta em cruz grega, de braços desiguais (com capela-mor pouco profunda contrastante com o grande desenvolvimento dos braços do transepto), e impõe-se pela sua verticalidade, que é sublinhada pela robustez, despojamento e carácter maciço das paredes. O cruzeiro, coberto por abóbada de cruzaria de ogivas, é à mesma altura dos restantes espaços, o que reforça a unidade espacial da igreja.
Durante as épocas moderna e contemporânea, o conjunto perdeu uma significativa parte das suas características originais. Ainda assim, a reconstituição de alçados e de volumes executada por Jorge Rodrigues e Paulo Pereira prova como Flor da Rosa, mais que um mosteiro ou um paço, era "um autêntico castelo com altas torres ameadas coroadas por adarves e providas de dispositivos de protecção militar" (RODRIGUES e PEREIRA, 1986, p.83). Para a realização de uma obra assim singular, sem referentes no panorama gótico nacional, muito terão contribuído as determinantes cistercienses e mendicantes, no fundo realidades construtivas bem definidas cujos modelos foram tantas vezes seguidos durante a Baixa Idade Média. É à luz das determinantes cistercienses que se explicam a cabeceira quadrangular e a quase total ausência de decoração do interior, agravada pela inexistência de colunas ou de capitéis (IDEM, p.89).
O claustro foi substancialmente transformado no século XVI. Do período original, conserva ainda partes significativas, embora algo descontínuas (visíveis em alguns vãos desenhados mas nunca abertos), o que levou RODRIGUES e PEREIRA, 1987, p.194 a identificarem hesitações no programa. Uma das características mais importantes da quadra é a existência de pontos de apoio de uma galeria superior, em madeira, que, por sua vez, dava acesso a algumas dependências elevadas das alas monacais que rodeavam o claustro. Ao que tudo indica, este espaço não foi integralmente construído no século XIV e são vários os vestígios de uma posterior tentativa de "cobertura das alas (...) e de sustentação da galeria", obras provavelmente levadas a cabo no século XV (IDEM, pp.196-197).
As primeiras décadas do século XVI marcam uma importante fase na vida do Mosteiro. Para além da reformulação e conclusão das obras do claustro, realizaram-se numerosas outras no paço e na igreja, incluindo o túmulo de D. Diogo de Almeida. O facto de se cruzarem vocabulários artísticos manuelinos, mudéjares e renascentistas, faz supor da existência de várias campanhas, ao longo de praticamente toda a primeira metade do século.
Arruinado o paço em 1615, conforme nos descreve Pedro Nunes Tinoco, uma parte importante da igreja desabou em 1897. Entre os anos 40 e 60 do século XX, o monumento foi integralmente restaurado pela DGEMN e adquiriu a forma actual na década 90, altura em que o conjunto foi transformado em pousada, por projecto do Arq. Carrilho da Graça.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens8
Nº de Bibliografias20

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
A Arquitectura Gótica em PortugalCHICÓ, Mário TavaresEdição1981Lisboa
A arquitectura gótica portuguesaDIAS, PedroEdição1994Lisboa
"A Arquitectura (1250-1450)", História da Arte Portuguesa, dir. Paulo Pereira, vol. I, pp.335-433PEREIRA, PauloEdição1995Lisboa
Inventário Artístico de Portugal - vol. I (Distrito de Portalegre)KEIL, LuísEdição1943Lisboa
História da Arte em Portugal - o GóticoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2002Lisboa
História da Arte em Portugal - o GóticoBARROCA, Mário JorgeEdição2002Lisboa
Paços Medievais PortuguesesSILVA, José Custódio Vieira daEdição1995Lisboa Tipo : Colecção - Arte e Património
Castelos PortuguesesMONTEIRO, João GouveiaEdição2002LisboaLivro sem bibliografia Este guia propõe, para um vasto público, uma visão sintética da história da arquitectura militar portuguesa bem como um entendimento aprofundado dos elementos constituintes e funcionais dos castelos românico e gótico.
Castelos PortuguesesPONTES, Maria LeonorEdição2002LisboaLivro sem bibliografia Este guia propõe, para um vasto público, uma visão sintética da história da arquitectura militar portuguesa bem como um entendimento aprofundado dos elementos constituintes e funcionais dos castelos românico e gótico.
"O Mosteiro de Flor da Rosa", História, nº22/23, pp.81-91RODRIGUES, JorgeEdição1980Lisboa
"O Mosteiro de Flor da Rosa", História, nº22/23, pp.81-91PEREIRA, PauloEdição1980Lisboa
História da Arte em Portugal, vol. IV (O Gótico)DIAS, PedroEdição1986Lisboa
Amieira do antigo Priorado do Crato. Subsídios para uma monografia (1936)SOUSA, Tude Martins deEdição1982Lisboa
Amieira do antigo Priorado do Crato. Subsídios para uma monografia (1936)RASQUILHO, Francisco VieiraEdição1982Lisboa
"Algumas vilas, igrejas e castelos do antigo Priorado do Crato (Crato; Flor da Rosa; Amieira)", Arqueologia e História, vol. 8SOUSA, Tude Martins deEdição1930Lisboa
D. Nuno Álvares Pereira e o Mosteiro Fortaleza de Flor da RosaSALVADO, AntónioEdição1987Castelo Branco
Flor da Rosa e o Mosteiro. Catálogo da exposiçãoRODRIGUES, JorgeEdiçãoCrato
Flor da Rosa e o Mosteiro. Catálogo da exposiçãoPEREIRA, PauloEdiçãoCrato
"O Mosteiro da Flor da Rosa", Boletim Cultural da Câmara Municipal de Vila do Conde, nov. sér., vol. 14NEVES, Joaquim PachecoEdição1994Vila do Conde
Santa Maria da Flor da Rosa. Um estudo de História de ArteRODRIGUES, JorgeEdição1986Crato
Santa Maria da Flor da Rosa. Um estudo de História de ArtePEREIRA, PauloEdição1986Crato
A Flor da RosaJORGE, João Miguel FernandesEdição2000Lisboa
O Mosteiro da Flor da RosaPEREIRA, PauloEdição2008Lisboa
O Mosteiro da Flor da RosaRODRIGUES, JorgeEdição2008Lisboa
A arquitectura manuelinaDIAS, PedroEdição2009Vila Nova de Gaia
Pousada de Flor da RosaEdição1995Lisboa
Mosteiro de Flor da RosaEdição2009Lisboa

IMAGENS

Mosteiro da Flor da Rosa - Vista aérea do conjunto arquitectónico

Mosteiro da Flor da Rosa - Fachada principal (sul)

Mosteiro da Flor da Rosa - Vista geral de sudeste

Mosteiro da Flor da Rosa - Fachada principal: portal de acesso à igreja

Mosteiro da Flor da Rosa - Interior da igreja: abóbada manuelina do sub-coro e nave com o túmulo de D. Álvaro Gonçalves Pereira

Mosteiro da Flor da Rosa - Interior: abóbadas manuelinas de uma das dependências do claustro

Mosteiro da Flor da Rosa - Área a poente de articulação entre o mosteiro e a pousada

Mosteiro de Flor da Rosa - Portaria n.º 524/97, DR, I Série-B, n.º 167, de 22-07-1997 - Texto e planta do diploma

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