Castelo de Penela | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Castelo de Penela | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Castelo de Penela (ruínas) (designação do diploma de classificação) (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Militar / Castelo | ||||||||||||
Tipologia | Castelo | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Militar | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Coimbra/Penela/São Miguel, Santa Eufémia e Rabaçal | ||||||||||||
Endereço / Local |
| ||||||||||||
Distrito | Coimbra | ||||||||||||
Concelho | Penela | ||||||||||||
Freguesia | São Miguel, Santa Eufémia e Rabaçal | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||
Cronologia | Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | Portaria de 22-04-1958, publicada no DG, II Série, n.º 208, de 5-09-1958 (sem restrições) | ||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 12707538 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | Tem-se discutido muito acerca da antiguidade do castelo de Penela, nomeadamente sobre uma possível "torre militar romana", cuja missão seria a de proteger a estrada Mérida-Conímbriga-Braga (GIL, 1986, p.84). A verdade, porém, é que os mais antigos trechos conservados datam de uma época bem avançada, já na segunda metade do século XI. Com a conquista definitiva de Coimbra, em 1064, Penela transformou-se num ponto fulcral na defesa meridional da cidade, estatuto a que não foi alheia a sua privilegiada localização na estrada que ligava o baixo-Mondego a Pombal e Santarém. Em 1087, na altura de fazer o seu testamento, o alvazil D. Sesnando declarava que havia povoado o local. Tal afirmação "não permite saber quando teria sido conquistado o castelo" (BARROCA, 1990/91, p.105), mas está também longe de confirmar a pré-existência de um reduto fortificado anterior ao governo sesnandino. A parcela mais antiga da actual fortaleza localiza-se no interior do recinto e é aquela que maiores problemas de caracterização tem motivado ao longo dos anos. Compõe-se de uma cerca que rodeia um "morro calcário (...) talhado artificialmente para dificultar o acesso, sendo criados desníveis virtualmente impossíveis" (IDEM, p.108). Vergílio Correia e António Nogueira Gonçalves (1952, p.206) atribuíram esta insólita solução (que apelidaram de "castelejo") ao século XV, perspectiva depois repetida por ARNAUT e DIAS, 1983, p.38. Este morro acabou por ser convertido em Torre de Menagem do castelo românico e, na Baixa Idade Média, foi objecto de várias reformulações, de que são exemplo as seteiras com troeiras, mas, na sua origem, pelas décadas de 70 e 80 do século XI, constituiu um castelo autónomo, de difícil acesso, tremendamente eficaz para tiro vertical (IDEM, p.108). Do período pré-românico restam ainda outros vestígios. Junto ao acesso do "castelejo" existem três sepulturas antropomórficas. Elas relacionam-se com outras localizadas no adro da igreja de São Miguel e testemunham a ancestralidade desta igreja (hoje materialmente não documentada pelas reformas posteriores) e da comunidade que aqui se estabeleceu. Na parte extra-muralhas, o actual Jardim da Quinta das Lapas conserva, ainda, restos de habitações rupestres desses primeiros povoadores (IDEM, p.110), resultado da autoridade da Coimbra reconquistada e pró-moçárabe comandada por D. Sesnando. As primeiras décadas do século XII asseguraram a passagem definitiva para um novo tipo de castelo: o Românico. Essa transformação está documentada em Penela, através de uma radical ampliação do espaço intra-muralhas, consequência da maior importância que a localidade assumiu no contexto de um Portugal independente. As frequentes razias muçulmanas no território a Sul de Coimbra determinaram a fragmentação em vários concelhos e Penela não foi excepção, tendo sido dotada de foral em 1137. Por essa altura, actualizou-se a configuração da fortaleza, que passou a estar cercada por uma dupla muralha, sendo o primitivo castelo transformado em torre de menagem, isolada no centro do recinto fortificado, à maneira românica. Este novo conjunto militar possuía três portas (da Vila, da Traição e do Relógio, esta demolida em 1760) e era protegido por vários torreões ora quadrangulares, ora semicirculares (IDEM, p.107). Na Baixa Idade Média, nos reinados de D. Dinis e, eventualmente, no de D. João I, registaram-se obras. Desconhecemos, ainda, a real extensão dos trabalhos então realizados, mas é de crer que a configuração geral da planta não tenha sido alterada. Ao invés, grande parte da cerca foi reconstruída, assim como a porta principal que passou a ostentar um arco quebrado. Na posse do regente D. Pedro, que aqui tinha paço, Penela viu a sua primeira igreja ser reconstruída, ao abrigo do tardo-gótico batalhino e novas obras tiveram lugar no reinado de D. Manuel. O castelo adquiriu a feição actual na década de 40 do século XX, altura em que se reconstruíram ameias e partes dos panos murários. PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 22 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 12 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
---|---|---|---|---|---|
Inventário Artístico de Portugal: distrito de Coimbra | GONCALVES, António Nogueira | Edição | 1952 | Lisboa | |
Penela: história e arte | DIAS, Pedro | Edição | 1983 | Penela | |
Castelos de Portugal. Distrito de Coimbra | LARCHER, Jorge das Neves | Edição | 1935 | ||
"Do Castelo da Reconquista ao Castelo Românico (Sec. IX a XII)", Portugália, nova série, vols. XI-XII, pp.89-136 | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 1991 | Porto | Publicado a 1994 |
Inventário Artístico de Portugal: distrito de Coimbra | CORREIA, Vergílio | Edição | 1952 | Lisboa | |
Castelos Portugueses | MONTEIRO, João Gouveia | Edição | 2002 | Lisboa | Livro sem bibliografia Este guia propõe, para um vasto público, uma visão sintética da história da arquitectura militar portuguesa bem como um entendimento aprofundado dos elementos constituintes e funcionais dos castelos românico e gótico. |
Castelos Portugueses | PONTES, Maria Leonor | Edição | 2002 | Lisboa | Livro sem bibliografia Este guia propõe, para um vasto público, uma visão sintética da história da arquitectura militar portuguesa bem como um entendimento aprofundado dos elementos constituintes e funcionais dos castelos românico e gótico. |
Os mais belos castelos e fortalezas de Portugal | GIL, Júlio | Edição | 1986 | Lisboa | |
Penela. Notas acerca dum centenário | ARNAUT, Salvador Dias | Edição | 1937 | Penela | |
"O Infante D. Pedro, senhor de Penela", Biblos, nº69, pp.173-217 | ARNAUT, Salvador Dias | Edição | 1993 | Coimbra | |
Penela na obra de dois escritores: Fernão Lopes e Eloy de Sá Sotto Maior | ARNAUT, Salvador Dias | Edição | 1966 | Penela | |
Penela: história e arte | ARNAUT, Salvador Dias | Edição | 1983 | Penela | |
Os mais belos castelos e fortalezas de Portugal | CABRITA, Augusto | Edição | 1986 | Lisboa | |
Notícias de Penella: apontamentos historicos e archeologicos. Additamento | OLIVEIRA, Delfim José de | Edição | 1886 | Penela | |
Historia. Archeologia e Critica Literaria. O Foral de Penella | REIS, Ricardo Simões dos | Edição | 1887 | Coimbra | |
Monografia do Municipio Penelense ou narração dos factos aqui decorridos desde os tempos primitivos até 1910 | ARNAULT, João Pedro | Edição | 1915 | Lisboa |
Castelo de Penela - Vista geral
Castelo de Penela - Porta de acesso
Castelo de Penela - Porta principal de entrada (com indicação da muralha reconstruída à esquerda, onde se localizava a torre do relógio)
Castelo de Penela - Interior do recinto: vista parcial do sistema defensivo voltado a poente
Castelo de Penela - Base poente do castelejo e vestígios de habitat
Castelo de Penela - Vista parcial do castelejo e relação vertical com o recinto inferior do castelo
Castelo de Penela - Sepultura escavada na rocha no acesso ao castelejo
Castelo de Penela - Penedo no topo nordeste do recinto inferior do castelo com vestígios de adossamento de uma estrutura alpendrada
Castelo de Penela - Porta gótica de acesso ao castelejo
Castelo de Penela - Linha de muralha que limita o castelo no sector Sudeste e relação urbanística com a parte meridional da vila
Castelo de Penela - Interior do castelejo: pormenor dos dispositivos defensivos no topo Sul
Castelo de Penela - Interior do castelejo: sector meridional
Castelo de Penela - Seteira que aproveita parte do embasamento natural
Castelo de Penela - Adarve que percorre a face Sul do castelo
Castelo de Penela - Muralha sul (aparelho construtivo)
Castelo de Penela - Fachada poente e porta principal de acesso ao recinto inferior
Castelo de Penela - Vista geral do Jardim da Quinta das Lapas, a nascente do castelejo
Castelo de Penela - Pormenor da cavidade de maiores dimensões no jardim da Quinta das Lapas
Castelo de Penela - Relação do sector setentrional do Jardim da Quinta das Lapas com o castelejo
Castelo de Penela - Fachada poente: acesso inferior ao recinto e cruzeiro no cruzamento de vias de acesso
Castelo de Penela - Vista geral
Castelo de Penela - Vista parcial da muralha