Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de São Francisco, compreendendo o túmulo de Esteves da Gata (século xv)
Designação
DesignaçãoIgreja de São Francisco, compreendendo o túmulo de Esteves da Gata (século xv)
Outras Designações / PesquisasIgreja de São Francisco, compreendendo o túmulo de Esteves Gatuz / Convento de São Francisco de Estremoz (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaÉvora/Estremoz/Estremoz (Santa Maria e Santo André)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo dos Combatentes da Grande GuerraEstremoz Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.843784-7.586412
DistritoÉvora
ConcelhoEstremoz
FreguesiaEstremoz (Santa Maria e Santo André)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 9 842, DG, I Série, n.º 137, de 20-06-1924 (classificou a igreja) (ver Decreto)
Decreto n.º 8 228, DG, I Série, n.º 133, de 4-07-1922 (classificou o túmulo de Esteves da Gata) (ver Decreto)
ZEPPortaria de 23-03-1962, publicada no DG, II Série, n.º 83, de 7-04-1962 (sem restrições)
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaDesconhece-se, ainda, quando foi fundada a comunidade franciscana de Estremoz. A opinião mais consensual é a que situa esse facto pelos reinados de D. Sancho II ou D. Afonso III, um dos períodos de maior tensão no nascente reino de Portugal. Mais seguro é a intervenção da rainha D. Beatriz, mulher de Afonso III, na construção da igreja do convento, como se depreende pela inclusão das suas armas na chave de abóbada do cruzeiro. Em 1255 já o edifício devia estar minimamente definido, uma vez que data desse ano o primeiro enterramento no claustro, do cavaleiro Nuno Martins.
Desse período de vida da comunidade restam abundantes vestígios materiais, em particular o corpo do templo, que obedece ao esquema mendicante vigente em Portugal nesse século XIII e que tanto marcou a arquitectura religiosa gótica nacional. Três longas naves escalonadas, cobertas com tecto de madeira e suportadas por arcos formeiros de perfil apontado marcam simetricamente o espaço. Paralelamente, abre-se um clerestório ao nível das enjuntas dos arcos e os suportes contêm capitéis de um vegetalismo ainda esquemático, com grandes espaços do campo escultórico por preencher. A cabeceira, para além da estrutura do transepto, conserva os absidíolos góticos, com abóbadas de cruzaria de ogivas, de nervuras e cadeia central, estruturalmente desproporcionadas em relação ao exíguo espaço que pretendem cobrir.
Ainda do período gótico é o túmulo de D. Vasco Esteves Gatuz, cavaleiro de D. Afonso III falecido em 1363 e senhor de Sousel. Em monumental trabalho escultórico, o nobre é retratado em posição majestática, pronto para ressuscitar no dia do Juízo Final e desembainhar a espada para imediatamente lutar em nome da Cristandade. É amparado por um anjo e por um fiel lebreu, aos pés. Na face maior da arca ilustra-se uma cena de caçada, iconografia tipicamente nacional destinada a glorificar o carácter nobre do tumulado. Pensa-se que o monumento funerário foi mandado fazer pela sua viúva, D. Margarida Vicente, que instituiu capela no interior do convento e que também aí se fez sepultar. O túmulo foi concebido para uma edícula contígua à capela de Santo António, onde permaneceu até 1760, ano em que foi trasladado para o actual local, no segundo tramo da nave lateral Sul.
Desde o reinado de D. Manuel até à segunda metade do século XVIII o conjunto foi objecto de múltiplas reformas artísticas, que lhe conferem o aspecto híbrido em termos estilísticos. A mais importante obra de Quinhentos é a Capela de D. Fradique de Portugal (objecto de classificação autónoma), mas outros elementos subsistem, como o púlpito e o cruzeiro do adro da igreja.
Bastante mais importantes foram as obras da segunda metade do século XVII, iniciadas por Fr. Jerónimo do Rosário. Na primeira etapa construiu-se o coro-alto, estrutura que ocupa o primeiro tramo das naves e que é suportada por abóbadas quase planas, de nervuras com o símbolo da Ordem de Cristo. De 1652 é a capela de Nossa Senhora do Rosário, onde se observa uma impressionante figuração escultórica consagrada à Árvore de Jessé, obra do reinado de D. João IV, em talha dourada e com inclusão de algumas esculturas já do século XVIII. Em 1666 edificou-se a capela de Nossa Senhora do Amparo, com retábulo posterior (de c. 1720) e, do final do século é o retábulo de Santo António (com obra de douramento já setecentista). Pouco depois, entre 1700 e 1705 edificou-se o actual retábulo-mor de talha dourada e, algumas décadas mais tarde, o absidíolo Sul foi transformado em Capela do Santíssimo Sacramento. O grande projecto barroco foi concluído já sob o signo do Neoclássico, por volta de 1770, com a reconstrução integral da nova fachada principal.
Em 1834, o convento foi extinto, dando-se início à separação entre a igreja (que ficou à guarda da Irmandade de São Francisco) e a área conventual (entregue ao exército). Passados mais de século e meio sobre a lei dos mata-frades, esta diferenciação ainda se mantém.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens4
Nº de Bibliografias7

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
A Arquitectura Gótica em PortugalCHICÓ, Mário TavaresEdição1981Lisboa
A arquitectura gótica portuguesaDIAS, PedroEdição1994Lisboa
Inventário Artístico de Portugal - vol. VIII (Distrito de Évora, Zona Norte, volume I)ESPANCA, TúlioEdição1975LisboaO vol. II é totalmente dedicado às ilustrações.
Estremoz e o seu termo regionalCRESPO, MarquesEdição1950Estremoz
História da Arte em Portugal - o GóticoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2002Lisboa
História da Arte em Portugal - o GóticoBARROCA, Mário JorgeEdição2002Lisboa
História da Arte em Portugal, vol. IV (O Gótico)DIAS, PedroEdição1986Lisboa
A arquitectura manuelinaDIAS, PedroEdição2009Vila Nova de Gaia

IMAGENS

Igreja de São Francisco, em Estremoz - Interior: arcaria das naves

Igreja de São Francisco, em Estremoz - Interior: nave e coro-alto

Igreja de São Francisco, em Estremoz - Interior: arca tumular com jacente (túmulo) de D. Esteves Gatuz (ou da Gata)

Igreja de São Francisco, em Estremoz - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 83, de 07-04-1962 - Texto e planta do diploma

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