Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Túmulo de Damião de Góis
Designação
DesignaçãoTúmulo de Damião de Góis
Outras Designações / PesquisasTúmulo de Damião de Góis na Capela da Igreja de São Pedro / Igreja Paroquial de São Pedro / Igreja de São Pedro (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Túmulo
TipologiaTúmulo
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Alenquer/ Alenquer (Santo Estêvão e Triana)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo de São PedroCapela da Igreja de São Pedro Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.054591-9.010543
DistritoLisboa
ConcelhoAlenquer
Freguesia Alenquer (Santo Estêvão e Triana)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12737527
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaNascido em Alenquer em 1502, Damião de Góis foi um dos maiores humanistas portugueses. A sua formação foi feita na corte de D. Manuel, a qual integrou como pagem aos nove anos, onde contactou com figuras como Cataldo Sículo. Em 1523 foi nomeado secretário da Casa da Índia de Antuérpia por D. João III, iniciando então um período de contactos diplomáticos que lhe permitiram alargar a sua dimensão intelectual. Realizou diversas viagens pela Europa do Norte e contactou com eminentes humanistas e reformadores, conhecendo pessoalmente Lutero, Melanchthon, professor universitário considerado o grande pedagogo da Reforma, e Erasmo de Roterdão, de quem se tornou amigo. Foi nesta época que Damião de Góis se afirmou como humanista; homem versátil e culto, o diplomata português tornou-se escritor, músico, compositor, coleccionador de arte e mecenas.
Entretanto publicou diversas obras humanistas e historiográficas, que lhe valeram a perseguição de alguns elementos do clero português. Quando regressou definitivamente a Portugal, em 1545, foram-lhe movidos dois processos no Tribunal do Santo Ofício, iniciados por Simão Rodrigues, um dos fundadores da Companhia de Jesus. Arquivados os mesmos, o humanista era nomeado guarda-mor da Torre do Tombo em 1548.
O cardeal D. Henrique encomendou-lhe a Crónica de D. Manuel, que apesar do rigor historiográfico não agradou aos círculos da corte, e foi motivo para se iniciar um novo processo na Inquisição contra Damião de Góis, em 1571. Já sem a protecção do cardeal-regente, desagradado com a obra que encomendara, o humanista era preso e condenado a prisão perpétua no mosteiro da Batalha, acabando por morrer em 1574, possivelmente assassinado.
A actual capela tumular de Damião de Góis era a capela-mor da igreja da Várzea em Alenquer, igreja que o escritor mandou restaurar em 1560. No entanto, devido à ruína desta, toda a capela, que incluí o túmulo de Damião de Góis e de sua mulher, Joana van Hargen, foi trasladada em 1940 para a igreja de São Pedro, da mesma vila, onde se encontra até hoje.
A capela, coberta com abóbada de nervuras, cujos bocetes são decorados por florões, mantém o pavimento original da igreja da Várzea, em lajes de mármore branco e vermelho. No centro foi edificado um pequeno altar com uma imagem policroma do "Ecce Homo", proveniente da Flandres. Numa das paredes laterais foi inserida numa cartela a pedra com as armas de Damião de Góis, dadas ao escritor pelo imperador Carlos V, e as de Joana van Hargen. O conjunto é decorado por motivos grotescos e rematado por uma cabeça alada.
Na parede fronteira foi colocado o curioso epitáfio tumular de Damião de Góis, escrito pelo próprio em 1560, cerca de quinze anos antes da sua morte, pelo que a data inscrita não corresponde à data de óbito. Encimado por um tondi com o busto do humanista, nele se inscreve o seguinte texto em latim: "Ao maior e óptimo Deus. Damião de Goes, cavaleiro lusitano fui em tempos; corri toda a Europa em negócios públicos; sofri vários trabalhos de Marte; as musas, os príncipes e os varões doutos amaram-me com razão; descanso neste túmulo em Alenquer, aonde nasci, até que aquele dia acorde estas cinzas. Morreu no ano da salvação, 1560. Este jazigo não passa a herdeiros." (BARRETO, Luís F.,2002,p.123). A laje sepulcral foi colocada no chão, no espaço fronteiro ao epitáfio.
Catarina Oliveira
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPCapela da Igreja de São Pedro (e recheio)
Outra Classificação
Nº de Imagens4
Nº de Bibliografias4

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Damião de Góis e a igreja de Nossa Senhora da Várzea", in A Damião de Góis no IV centenário da sua morte, 1574-1974MARKL, DagobertoEdição1974Alenquer
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaAZEVEDO, Carlos deEdição1963LisboaLisboa Data do Editor : 1973
Damião de Goes - os caminhos de um humanistaBARRETO, Luís FilipeEdição2002Lisboa
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaFERRÃO, JulietaEdição1963LisboaLisboa Data do Editor : 1973
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaGUSMÃO, Adriano deEdição1963LisboaLisboa Data do Editor : 1973
O concelho de Alenquer - subsídios para um roteiro de arte e etnografiaMELO, António de OliveiraEdição1989Alenquer
O concelho de Alenquer - subsídios para um roteiro de arte e etnografiaGUAPO, António RodriguesEdição1989Alenquer

IMAGENS

Túmulo de Damião de Góis - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 297, de 19-12-1963 - Texto e planta do diploma

Capela da Igreja de São Pedro, túmulo de Damião de Góis

Capela da Igreja de São Pedro, epitáfio de Damião de Góis

Capela da Igreja de São Pedro, brasão de Damião de Góis

MAPA

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