Memorial da Ermida | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Memorial da Ermida | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Memorial da Ermida (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Ermida | ||||||||||||
Tipologia | Ermida | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Porto/Penafiel/Paço de Sousa | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Porto | ||||||||||||
Concelho | Penafiel | ||||||||||||
Freguesia | Paço de Sousa | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||
Cronologia | Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | Portaria n.º 647/2014, DR, 2.ª série, n.º 148, de 4-08-2014 (sem restrições) (ver Portaria) Despacho de homologação de 2-09-2009 do Ministro da Cultura Parecer favorável de 16-05-2007 do Conselho Consultivo do IPPAR Proposta de 20-03-2007 da DR do Porto | ||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 9914630 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | O Memorial da Ermida integra-se num insólito conjunto de construções românicas, aparentemente celebrativas, cuja explicação formal e simbólica tem sido alvo de numerosas tentativas, mas que, em boa verdade, motiva ainda múltiplas interrogações. Depois de alguns autores o terem considerado obra da primeira metade do século XII, em associação com a figura de D. Souzinho Álvares, outros estudos (entre os quais os mais recentes) situaram-no nos meados do século XIII, com base quer em argumentos históricos, quer artísticos. A opinião actualmente mais consensual é a que relaciona este monumento com o cortejo fúnebre da rainha Santa Mafalda, falecida em 1256 e cujo féretro foi solenemente transportado do Porto para Arouca, onde recebeu sepultura. As analogias estilísticas da obra, em particular as semelhanças da sua decoração para com o Mosteiro de Paço de Sousa, confirmam esta datação tardia, ao mesmo tempo que integram o Memorial no amplo processo de implantação do Românico ao longo dos rios Sousa e Tâmega. A estrutura do monumento é muito simples. De perfil rectangular, compõe-se de um arco único levemente apontado, assente sobre embasamento de quatro fiadas escalonadas, sendo a superior decorada por um friso de linhas sobrepostas horizontais. Na base do arco, dois blocos parcialmente embebidos na caixa murária e ornamentados com dois pares de capitéis (onde se esculpiram faces humanas e elementos vegetalistas de desenho pouco mais que sumário) suportam uma tampa sepulcral, cuja cavidade seria antropomórfica (BARROCA, 1987, p.449, cit. Abílio Miranda, 1943). Esta informação carece, contudo, de confirmação, uma vez que, como esclarece António Pinto da Silva, o antropomorfismo da cavidade foi comunicado pelos pedreiros que, na década de 40, procederam ao restauro do monumento, sendo possível que tal contorno da sepultura pudesse, antes, localizar-se no solo e não à altura da base do arco (SILVA, 1987, p.94). O arco propriamente dito é decorado com pérolas ou meias esferas, tanto no intradorso, como na secção exterior das aduelas, solução que lhe confere um ritmo característico e que, por outro lado, se integra perfeitamente nas dominantes estéticas do Românico tardio do Norte do país. O conjunto é rematado por uma cornija pouco saliente, sobre a qual se erguem dois pináculos prismáticos nos ângulos, e cuja parte inferior é decorada por um friso vegetalista, de "folhas tratadas a bisel, segundo a técnica do atelier de pedreiros que em meados da centúria de duzentos trabalhava na fábrica de Paço de Sousa" (BARROCA, 1987, p.449). De acordo com estes dados, possuímos, hoje, uma base sólida de catalogação funcional e estilística do Memorial da Ermida, mas este é um ponto de chegada que está longe de esgotar todas as questões em seu redor. O topónimo "Ermida" não deixa de ser estranho, num local onde, aparentemente, nenhuma outra construção religiosa existiu. Monteiro de Aguiar referia, em 1933, que a memória popular associava o conceito de "Ermida" ao próprio Memorial, facto que lhe atribui um conteúdo devocional, diferente da função estrita de "memória", ou de "memória funerária" (SILVA, 1987, p.95). Outros autores, por exemplo, negam a relação funerária da obra, afirmando que nunca poderia ser local de enterramento, mas apenas uma alusão simbólica desse sepulcro, facto que, a seu tempo, ditaria ao esquecimento do objectivo para o qual havia sido erigido. À semelhança do Memorial de D. Dinis, em Odivelas, também o homogéneo conjunto nortenho do Douro Litoral necessita de melhores indicadores de caracterização e de contextualização, por forma a melhor se entender estes monumentos no contexto medieval europeu. PAF | ||||||||||||
Processo | Lugar da Ermida | ||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 8 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 12 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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A terra de Penafiel | AGUIAR, José Monteiro de | Edição | 1943 | Porto | |
Necrópoles e sepulturas medievais de Entre-Douro-e-Minho: séculos V a XV | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 1987 | Porto | Tese de aptidão pedagogica Publicado a 1987 |
O Minho Pittoresco | VIEIRA, José Augusto | Edição | 1887 | Lisboa | |
"Acêrca dos marmoriais", Douro Litoral, vol. VI, pp.10-11 | VITORINO, Pedro | Edição | 1943 | Porto | |
"Os marmoriais", Douro Litoral, vol.V, separata | VITORINO, Pedro | Edição | 1942 | Porto | |
"Os Marmoirais", Douro Litoral, 1ª. série, nº 5, pp.10-11 | VITORINO, Pedro | Edição | 1942 | Porto | |
Românico do Vale do Sousa | AA. VV. | Edição | 2008 | Lousada | |
"Cidade de Penafiel IV: o marmoiral da Ermida", O Commercio do Porto, ano XX, nº120, 24/5 | BARBOSA, Inácio de Vilhena | Edição | 1873 | Porto | |
"O memorial de Santo António (Sta. Eulália, Arouca) e os "marmoirais" medievais : uma revisão da sua problemática e propostas para uma análise globalizante", Actas das I Jornadas de História e Arqueologia do Concelho de Arouca, pp.77-100 | SILVA, António Manuel dos Santos Pinto | Edição | 1987 | Arouca | |
"Marmoirais", Novidades, 19/5 | AZEVEDO, Agostinho de | Edição | 1940 | Lisboa | |
"Marmoiral", Penafiel - Boletim da Comissão Municipal de Cultura da Câmara Municipal de Penafiel, vol.1, pp.9-11 | MIRANDA, Abílio | Edição | 1947 | Penafiel | |
"Sepulturas medievais", Terras de Penafiel, vol.1 | MIRANDA, Abílio | Edição | 1937 | Penafiel |
Memorial da Ermida - Vista geral
Memorial da Ermida - Enquadramento geral
Memorial da Ermida - Pormenor da base
Memorial da Ermida - Vista da lateral
Memorial da Ermida - Pormenor do intradorso do arco
Memorial da Ermida - Planta com a delimitação, a ZGP anterior e a ZEP em vigor
Memorial da Ermida - Planta com a delimitação e a ZEP homologada pelo MC (já foi publicada)
Memorial da Ermida - Planta com a delimitação e a ZEP em vigor
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