Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja e Claustro do extinto Convento de São Francisco
Designação
DesignaçãoIgreja e Claustro do extinto Convento de São Francisco
Outras Designações / PesquisasConvento de São Francisco (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Convento
TipologiaConvento
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaSantarém/Santarém/União de Freguesias da cidade de Santarém
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua 31 de JaneiroSantarém Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.239332-8.68451
DistritoSantarém
ConcelhoSantarém
FreguesiaUnião de Freguesias da cidade de Santarém
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 3 027, DG, I Série, n.º 38, de 14-03-1917 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 30-10-1946, publicada no DG, II Série, n.º 260, de 8-11-1946
Zona "non aedificandi"Portaria de 30-10-1946, publicada no DG, II Série, n.º 260, de 8-11-1946
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaInstalados em Santarém em 1240, num local privilegiado da cidade, os Franciscanos deram início à construção do seu convento dois anos depois, segundo uma tipologia austera que caracteriza todo o ciclo construtivo mendicante na Europa do século XIII. A opção pela severidade dos volumes, a preponderância das dominantes horizontais e rectas em detrimento da verticalidade e a ausência de qualquer tipo de decoração, para lá da sugestão natural dos elementos vegetalistas dos capitéis, são características adoptadas pelos mendicantes a partir da influência da arquitectura cisterciense, proposta como modelo a franciscanos e a dominicanos em 1215, no IV Concílio de Latrão (PRADALIÉ, 1972, publ. 1992, pp.70-75).
A igreja do convento de São Francisco de Santarém é o fiel exemplo desta tipologia, aliando um amplo corpo de três naves de cinco tramos com cobertura de madeira a um longo transepto saliente e a uma cabeceira bastante desenvolvida, de cinco capelas quadrangulares escalonadas.
Através da sistematização das cabeceiras góticas nacionais é possível verificar o grau de excepção que o programa construtivo de São Francisco representa no contexto da arquitectura gótica portuguesa. Pradalié tinha já notado as exageradas dimensões do templo - facto que atribuiu ao envolvimento pessoal do rei na construção dos conventos mendicantes escalabitanos (PRADALIÉ, 1972, publ. 1992, pp.77-79) - mas a circunstância de uma cabeceira com cinco capelas repete-se apenas em três igrejas do século XIII português, e todas mendicantes: Santa Clara de Santarém e possivelmente São Domingos de Santarém e São Francisco de Lisboa (PEREIRA, 1995, vol. I, p.374; PRADALIÉ, 1972, publ. 1972, p.65).
Um projecto assim ambicioso levou certamente algumas décadas a concluir-se, a que se juntaram as obras no próprio convento. Ainda que se desconheça uma data exacta, a conclusão da igreja deve situar-se já pela segunda metade do século, o mais tardar em 1282 (DIAS, 1994, p.73).
Ao longo dos primeiros séculos da sua história o convento acolheu numerosos enterramentos, seguindo o percurso da sociedade da Baixa Idade Média em relação à morte e ao papel dos mendicantes neste novo quadro mental. O caso mais excepcional foi o do próprio rei D. Fernando, que na segunda metade do século XIV patrocinou a construção de um coro-alto, nos três tramos médios da nave central, para nele ser sepultado.
Esta nova construção, considerada já como "a mais bela manifestação de arte gótica do país, antes da construção do Mosteiro da Batalha" (CHICÓ, 1954, p.83), não tem qualquer paralelo no contexto da arquitectura nacional - nem mesmo com o coro da igreja de Santa Clara-a-Velha de Coimbra, como pretendeu ver Pradalié (PRADALIÉ, 1972, publ. 1992, p.105) - e as analogias mais evidentes parecem situar-se em solo hoje espanhol, designadamente em obras da antiga coroa de Aragão (DIAS, 1994, p.103; CHARRÉU, 1995, vol. I, pp.149-152).
Idealizado como panteão régio, a escolha do rei por São Francisco significa também uma recusa óbvia do panteão alcobacense de seu pai, D. Pedro. Em 1376 ordenou a transferência das ossadas de sua mãe, D. Constança, para o coro-alto, espaço onde o seu escudo figura ao lado do dos Meneses, casa a que pertencia D. Leonor Teles.
Ao longo dos séculos o convento foi sucessivamente engrandecido por campanhas artísticas, como no claustro - ao que tudo indica construído em duas ou três fases (VILLAMARIZ, 1997, p.77) - e em diversas capelas do interior da igreja, de que restam elementos decorativos de grande qualidade, como o arco renascentista da Capela de Santa Ana ou o traçado maneirista da Capela das Almas, panteão dos Meneses e obra do arquitecto Pedro Nunes Tinoco.
Em ruína depois de um incêndio em 1940, as obras de restauro que a seguir tiveram lugar não foram concluídas e ainda hoje o monumento apresenta um aspecto desolador. Na última década houve um renovado interesse por este espaço e pela sua transformação em núcleo museológico.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens15
Nº de Bibliografias6

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Inventário Artístico de Portugal, Distrito de SantarémSEQUEIRA, Gustavo de MatosEdição1949LisboaLocal de Edição - Lisboa Publicado a 1949 Data do Editor : 1949
SantarémSERRÃO, VítorEdição1990Local de Edição - Lisboa
"V. Igreja e claustro do extinto Convento de São Francisco", Património monumental de SantarémCUSTÓDIO, JorgeEdição1996
História e Monumentos de SantarémSARMENTO, ZeferinoEdição1993Local de Edição - Santarém
A arquitectura gótica portuguesaDIAS, PedroEdição1994Lisboa
"A Arquitectura (1250-1450)", História da Arte Portuguesa, dir. Paulo Pereira, vol. I, pp.335-433PEREIRA, PauloEdição1995Lisboa

IMAGENS

Igreja e Convento de São Francisco - Fachada principal da igreja: portal. Paulo Fernandes, 2006.

Igreja e Convento de São Francisco - Fachada principal da igreja: arco do portal. Paulo Fernandes, 2006.

Igreja e Convento de São Francisco - Vista geral (fachada principal da igreja). Paulo Fernandes, 2006.

Igreja e Convento de São Francisco - Fachada lateral sul. Paulo Fernandes, 2006.

Igreja e Convento de São Francisco - Fachada lateral sul: portal do transepto. Paulo Fernandes, 2006.

Igreja e Convento de São Francisco - Fachada posterior da igreja: cabeceira. Paulo Fernandes, 2006.

Igreja e Convento de São Francisco - Vista geral posterior (vista a partir do adro do Convento de Santa Clara). Paulo Fernandes, 2006.

Igreja e Convento de São Francisco - Fachada principal da igreja: pormenor dos capitéis do portal. Paulo Fernandes, 2006.

Igreja e Convento de São Francisco - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 260, de 08-11-1946 - Planta do diploma

Convento de S. Francisco (Santarém) - portal no claustro. Maria Ramalho, 2010.

Convento de S. Francisco (Santarém) - claustro. Maria Ramalho, 2010.

Convento de S. Francisco (Santarém) - portal no claustro. Maria Ramalho, 2010.

Convento de S. Francisco (Santarém) - claustro. Maria Ramalho, 2010.

Convento de S. Francisco (Santarém) - vista de antigos espaços conventuais mais tarde utilizados como cozinha dos militares (a Noroeste da cabeceira da igreja). Maria Ramalho, 2010.

Convento de S. Francisco (Santarém) - claustro. Maria Ramalho, 2010.

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt