Ruínas da torre e honra de Vasconcelos | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Ruínas da torre e honra de Vasconcelos | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Casa dos Mouros / Ruínas da Torre e Honra de Vasconcelos / Casa dos Mouros (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Civil / Torre | ||||||||||||
Tipologia | Torre | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Civil | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Braga/Amares/Ferreiros, Prozelo e Besteiros | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Braga | ||||||||||||
Concelho | Amares | ||||||||||||
Freguesia | Ferreiros, Prozelo e Besteiros | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 37 077, DG, I Série, n.º 228, de 29-09-1948 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Conjunto | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 12707538 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | A mais antiga referência à honra de Vasconcelos data de 1258 e encontra-se nas Inquirições de D. Afonso III. Trinta anos depois, conhecemos os proprietários, os irmãos Rodrigo Anes e Pero Anes de Vasconcelos, mas uma testemunha então ouvida assegura que a torre (ou o edifício que então tutelava a honra) vinha já do tempo de D. Egas Fafes, no século XII. A configuração geral da torre, como chegou até nós, deve situar-se pela segunda metade do século XIII, ou inícios do seguinte, época em que a família Vasconcelos teve poder suficiente para desafiar a autoridade real. Com efeito, no conturbado reinado de D. Sancho II, João Peres de Vasconcelos recusou-se a comparecer perante o monarca para responder perante a acusação de assassinato de Aires Anes, sendo julgado à revelia. Seu filho actuou no Julgado de Entre-Homem-e-Cávado com total liberdade, impedindo, mesmo, que juízes, mordomos, porteiros e tabeliães reais entrassem na região. Ora, "se assim procediam os Vasconcelos é porque possuíam força e essa vinha-lhes por um lado pelo grande número de terras que possuíam e por outro, certamente, porque essas terras estavam fortificadas" (SOUSA, 1978, p.11). Desconhece-se, todavia, se a propriedade já tinha uma estrutura de cariz militar antes dos irmãos Vasconcelos entrarem na sua posse ou se, pelo contrário, terão sido eles a construir a primeira torre, como pensam ALMEIDA e BARROCA, 2002, p.107. O poderio dos Vasconcelos manteve-se durante os reinados de D. Sancho II e D. Afonso III. Com D. Dinis, o monarca procedeu à contra-ofensiva, proibindo a construção de torres senhoriais e permitindo a seu meirinho-mor no Julgado de Entre-Cávado-e-Homem a edificação da monumental torre de Penegate. O conjunto monumental constitui "exemplo mais completo e melhor preservado" de domus fortis com anexo residencial (IDEM, p.107). A torre implanta-se sobre saliente afloramento rochoso e é a parcela mais antiga, de planta quadrangular de mais de 6 metros de lado. Originalmente, teria um ou dois pisos sobradados, pelo menos, mas o actual estado de ruína revela somente a estrutura do andar térreo, cujo acesso se fazia por porta de arco de volta perfeita voltada a nascente. Ao contrário do que acontece com a generalidade das domus fortis dos séculos XIII e XIV, este acesso ao interior abre-se no piso térreo e não em posição elevada a necessitar de escada amovível, o que pode denunciar a época precoce da sua construção, ainda vinculada às dominantes românicas. Em época posterior, mas ainda na Idade Média (Mário Barroca aponta os inícios do século XIV), adossou-se um segundo corpo à face poente, que desempenhou as funções de residência. Este apresenta eixo longitudinal ligeiramente desviado em relação à torre, desenvolvendo-se em planta rectangular de aproximadamente 15 metros. Esta parcela do conjunto está também muito destruída, mas é de supor que tenha tido um segundo piso, devendo obedecer a uma diferenciação funcional entre andares. A cerca de 50 metros do conjunto existe a Capela de Santa Luzia, templo privado da propriedade cuja feição actual resulta de uma reforma empreendida pelos séculos XVII-XVIII. A sua origem é, todavia, igualmente medieval, como o atesta a inscrição sobre o portal principal e a imagem tardo-gótica de Santa Luzia que, segundo SOUSA, 1978, p.7, terá substituído uma outra, consagrada a Nossa Senhora com o Menino. A ruína do conjunto iniciou-se no século XVI. José Custódio Vieira da SILVA, 1995, p.57 equaciona ainda uma reforma por essa época, mas a verdade é que não restam hoje vestígios aparentes dessa eventual empreitada. Em 1638, uma informação documental certifica que a torre era mais alta do que na actualidade se vê, em mais de 5 metros (SOUSA, 1978, p.8), mas os últimos séculos foram de inexorável abandono. Em 1988 e 1989, Mário Barroca procedeu a investigações arqueológicas, que não lograram identificar outras estruturas anexas. PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 2 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 5 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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Paços Medievais Portugueses | SILVA, José Custódio Vieira da | Edição | 1995 | Lisboa | Tipo : Colecção - Arte e Património |
História da Arte em Portugal - o Gótico | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 2002 | Lisboa | |
"Em torno da residência senhorial fortificada. Quatro torres medievais da região de Amares", Lucerna, 2ª série, vol. 3, pp.281-335 | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 1993 | Porto | |
História da Arte em Portugal - o Gótico | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 2002 | Lisboa | |
Monografia do Concelho de Amares e Terras do Bouro | SILVA, Domingos M. da | Edição | 1959 | Amares | |
"Casas-Torre ainda existentes nos arredores de Braga", O Distrito de Braga, 2ª sér., vol. III, pp.5-28 | SOUSA, José João Rigaud de | Edição | 1978 | Braga |
Ruínas da torre e honra de Vasconcelos - Panorâmica
Ruínas da torre e honra de Vasconcelos - Porta ainda preservada
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