Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Ruínas de Tróia
Designação
DesignaçãoRuínas de Tróia
Outras Designações / PesquisasRuínas romanas de Tróia / Povoado romano de Tróia (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Conjunto
TipologiaConjunto
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaSetúbal/Grândola/Carvalhal
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Península de Tróia- Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.486283-8.884651
DistritoSetúbal
ConcelhoGrândola
FreguesiaCarvalhal
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPDeclaração de rectificação n.º 1699/2010, DR, 2.ª Série, n.º 164, de 4-08-2010 (corrige a planta anteriormente publicada, sem alterar a delimitação) (ver Declaração)
Portaria n.º 1170/2009, de 5-11-2009 (com ZNA)
Despacho de homologação de 22-09-2009 do Ministro da Cultura
Parecer favorável de 12-11-2008 do Conselho Consultivo do IGESPAR, I.P.
Proposta de alteração de 25-07-2008 da Sonae Turismo
Portaria n.º 40/92, DR, I Série-B, n.º 18, de 22-01-1992
Portaria publicada no DG, II Série, n.º 155, de 02-07-1968
Zona "non aedificandi"Declaração de rectificação n.º 1699/2010, DR, 2.ª Série, n.º 164, de 24-08-2010 (corrige a planta)
Portaria n.º 1170/2009, de 5-11-2009
Portaria n.º 40/92, DR, I Série-B, n.º 18, de 22-01-1992
DG, II Série, n.º 155, de 02-07-1968
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9914630
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaSítio
O sítio arqueológico de Tróia localiza-se na península com o mesmo nome, numa restinga de areia que separa o estuário do Sado do Oceano Atlântico justificando-se assim esta implantação pela riqueza de recursos marinhos e fluviais existentes. A área integra-se numa paisagem dunar que sofreu profundas alterações ao longo do tempo sendo provável que, durante o período romano, este território possuísse um carácter insular.
As ruínas identificadas, entre as mais relevantes existentes no País, referem-se a um aglomerado urbano-industrial, integrando um grande complexo de produção de preparados de peixe distribuído por diferentes núcleos de oficinas, tendo até ao momento sido referenciadas 25 com os seus tanques (cetárias) num total de 182, bem como as respetivas estruturas hidráulicas associadas. Estas oficinas destinavam-se a produzir diferentes preparados de peixe (destacando-se o célebre garum), produtos estes que depois eram exportados para todo o Império Romano no interior de ânforas especialmente concebidas para o efeito. Uma destas oficinas, a oficina 1, é considerada uma das maiores existentes em todo o mundo.
Perto da oficina 2 foi construído um mausoléu datado dos finais do séc. II, inícios do séc. III d. C com uma planta quase quadrangular de 7,40m por 7,00m. Nas paredes deste edifício é visível o columbarium, conjunto de nichos destinados a albergar as urnas com as cinzas dos defuntos mas, ao nível do solo, surgem já sepulturas de inumação, uma prática introduzida em Tróia no séc. II d. C, reforçando assim o interesse arqueológico deste espaço. Também no exterior do mausoléu, por vezes mesmo sobre tanques de salga, subsistem sepulturas tardias já com uma orientação cristã (cabeça para noroeste) que deverão datar da segunda metade do século V d. C.
Do complexo arqueológico faz ainda parte uma basílica paleocristã dos finais do século IV, inícios do V, correspondendo a um edifício de grandes dimensões (21,7 x 11,5m) construído sobre uma oficina abandonada. Ostenta uma planta retangular com vestígios de 8 bases de colunas e arranques de 3 arcadas que segmentam o espaço interior em naves e cujas paredes da abside, localizada a Oeste, são pintadas a fresco com motivos vegetalistas e geométricos. Um relevo em mármore dedicado ao Deus Mitra descoberto neste espaço, parece indicar que este culto terá precedido o cristão.
O sítio arqueológico de Tróia conserva ainda as estruturas do aglomerado urbano com uma ocupação que se estende desde o século I ao VI d. C, com áreas residenciais destinadas certamente aos trabalhadores e proprietários da fábrica.
Junto à oficina de maiores dimensões subsiste um núcleo termal com as suas diferentes áreas de utilização.
Dentro do conjunto de materiais arqueológicos identificados, destacam-se os recipientes de armazenamento (dolium e ânforas) assim como as cerâmicas finas (terra sigillata).

História
Os vestígios arqueológicos de Tróia são conhecidos pelo menos desde o séc. XVI, tendo a primeira intervenção arqueológica sido realizado no século XVIII pela mão da futura rainha D. Maria I. Nos anos quarenta do século XIX, a investigação do sítio esteve a cargo da Sociedade Arqueológica Lusitana e, nas décadas de quarenta até aos anos 90 do século XX, pelo Museu Nacional de Arqueologia e pelo IPPAR respetivamente. Os trabalhos arqueológicos mais recentes inserem-se num projeto de valorização das ruínas promovido pela empresa Troia Resort, sendo a responsabilidade científica da arqueóloga Inês Vaz Pinto que conta ainda com uma equipa em permanência no terreno.

Maria Ramalho/DGPC/2019.
ProcessoAcede-se à península de Tróia por barco ou por Estrada, através de Alcácer do Sal, Grândola ou, ainda, Santiago do Cacém.
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens37
Nº de Bibliografias9

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Possidónio da Silva e a Memória Histórica. Um Percurso na Arqueologia Portuguesa de OitocentosMARTINS, Ana Cristina N.Edição1999LisboaData do Editor : 1999
Possidónio da Silva (1806-1896) e o Elogio da Memória. Um Percurso na Arqueologia de OitocentosMARTINS, Ana CristinaEdição2003LisboaData do Editor : 2003
"Estudos sobre Tróia de Setúbal", O Arqueólogo PortuguêsAPOLLINARIO, MaximianoEdição1897Data do Editor : 1897
"Estudos sobre algumas estações da época luso-romana nos arredores de Setúbal", O Arqueólogo PortuguêsCOSTA, António Inácio Marques daEdição1924
"O problema da destruição da povoação romana de Tróia de Setúbal", Revista de GuimarãesSILVA, Carlos Manuel Lindo Tavares daEdição1966Data do Editor : 1966
"O problema da destruição da povoação romana de Tróia de Setúbal", Revista de GuimarãesCABRITA, Mateus GoncalvesEdição1966Data do Editor : 1966
"Frescos da Capela Visigótica de Tróia, Setúbal", Actas do 2.º Congresso Nacional de ArqueologiaALMEIDA, Fernando deEdição1971
"Frescos da Capela Visigótica de Tróia, Setúbal", Actas do 2.º Congresso Nacional de ArqueologiaMATOS, José Luís Martins deEdição1971
Estação Romana de TróiaSOARES, Maria Joaquina CoelhoEdição1980Data do Editor : 1980
"Arte paleo-cristã da época das invasões", História da ArteALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1986Data do Editor : 1986
Portugal RomanoALARCÃO, Jorge Manuel N. L.Edição1988LisboaLisboa Data do Editor : 1988

IMAGENS

Ruínas de Tróia - Vista parcial. IPPAR, 2006.

Ruínas de Tróia - Vista parcial. IPPAR, 2006.

Ruínas de Tróia - Vista parcial. IPPAR, 2006.

Ruínas de Tróia - Cetárias. IPPAR, 2006.

Ruínas de Tróia - Cetárias. IPPAR, 2006.

Ruínas de Tróia - Pormenor da pintura na Basílica. IPPAR, 2006.

Ruínas de Tróia - Pormenor de pintura na Basílica. IPPAR, 2006.

Ruínas de Tróia - Interior: pormenor de pintura na BasílicaI. PPAR, 2006.

Ruínas de Tróia - Interior: vista parcial de um dos enterramentos no Mausoléu. IPPAR, 2006.

Ruínas de Tróia - Mó. IPPAR, 2006.

Ruínas de Tróia - Planta com a ZEP em vigor

Ruínas de Tróia - Planta com a ZEP em vigor

Ruínas de Tróia - Portaria n.º 40/92, DR, I Série-B, n.º 18, de 22-01-1992 - Texto do diploma

Ruínas de Tróia - Portaria n.º 1170/2009, de 5-11-2009 - Texto e planta do diploma.

Ruínas de Tróia - Declaração de rectificação n.º 1699/2010, DR, 2.ª Série, n.º 164, de 24-08-2010 (corrige a planta anteriormente publicada, sem alterar a delimitação)

Ruínas de Tróia (Setúbal). Espaço de apoio às atividades pedagógicas. Maria Ramalho, 2019.

Ruínas de Tróia (Setúbal). Antiga área habitacional na designada Rua da Princesa. Maria Ramalho, 2019.

Ruínas de Tróia (Setúbal). Vista da parte aquecida das termas e oficina 1. Maria Ramalho, 2019.

Ruínas de Tróia (Setúbal). Vista do Mausoléu ao fundo e sistema de visita do sítio por passadeiras elevadas. Maria Ramalho, 2019.

Ruínas de Tróia (Setúbal). Pormenor das termas - zona da palaestra. Maria Ramalho, 2019.

Ruínas de Tróia (Setúbal). Fachada lateral do Mausoléu. Maria Ramalho, 2019.

Ruínas de Tróia (Setúbal).Sepulturas no interior do Mausoléu. Maria Ramalho, 2019.

Ruínas de Tróia (Setúbal). Pormenor do apoio da estrutura de cobertura das oficinas. Maria Ramalho, 2019.

Ruínas de Tróia (Setúbal). Panorâmica das cetárias da oficina 1 e respetivo corredor. Maria Ramalho, 2019.

DG, II Série, n.º 155, de 02-07-1968. Classificação das Ruínas de Tróia e respetiva planta com o desenho dos limite da Zona de Proteção e Zona Non Aedificandi.

Ruínas de Tróia (Setúbal). Maria Ramalho, 2019.

Ruínas de Tróia (Setúbal). Interior do Mausoléu, pormenor da cobertura de uma sepultura. Maria Ramalho, 2019.

Ruínas de Tróia (Setúbal) - Vista geral da área de implantação do sítio arqueológico com a igreja de N. S.ª do Rosário à esquerda e Palácio Sotto Mayor em ruinas à direita. Maria Ramalho, 2019.

Ruínas de Tróia (Setúbal). Parte aquecida das termas (caldarium). Maria Ramalho, 2019.

Ruínas de Tróia (Setúbal). Necrópole a Norte do Mausoléu. Maria Ramalho, 2019.

Ruínas de Tróia (Setúbal). Pormenor da parte superior do poço e tanque na zona da oficina 1. Maria Ramalho, 2019.

Ruínas de Tróia (Setúbal). Sepulturas no interior do Mausoléu. Maria Ramalho, 2019.

Ruínas de Tróia (Setúbal). Sepulturas no interior do Mausoléu. Maria Ramalho, 2019.

Ruínas de Tróia (Setúbal). Columbarium no interior do Mausoléu. Maria Ramalho, 2019.

Ruínas de Tróia (Setúbal). Pormenor das cetárias da oficina 1. Maria Ramalho, 2019.

Ruínas de Tróia (Setúbal). Pormenor da estratigrafia murária do Mausoléu e sepultura em primeiro plano. Maria Ramalho, 2019.

Ruínas de Tróia (Setúbal). Vista da entrada do poço na zona da oficina 1. Maria Ramalho, 2019.

MAPA

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