Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Ruínas do Teatro Romano
Designação
DesignaçãoRuínas do Teatro Romano
Outras Designações / PesquisasMuseu do Teatro Romano / Ruínas do Teatro Romano dedicado a Nero (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Teatro
TipologiaTeatro
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Lisboa/Santa Maria Maior
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Pátio do AljubeLisboa Número de Polícia: 5
LATITUDE LONGITUDE
38.7106-9.132496
DistritoLisboa
ConcelhoLisboa
FreguesiaSanta Maria Maior
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaAnúncio n.º 18/2022, DR, 2.ª série, n.º 29, de 10-02-2022 (ver Anúncio)
Despacho de concordância de 15-12-2021 do diretor-geral da DGPC
Parecer favorável de 22-09-2021 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura
Proposta de 13-11-2020 do Departamento dos Bens Culturais da DGPC para a alteração dos limites da classificação e a reclassificação como MN
Anúncio n.º 216/2019, DR, 2.ª série, n.º 243, de 18-12-2019 (ver Anúncio)
Despacho de abertura de 12-06-2019 da diretora-geral da DGPC
Proposta de 23-03-2019 do Departamento dos Bens Culturais para a abertura de procedimento de ampliação e reclassificação como MN
Em 9-08-2018 o requerente enviou nova documentação
Em 5-07-2018 foi solicitado ao requerente o envio de elementos adicionais e uma melhor explicitação do requerido
Requerimento de 18-05-2018 do Museu de Lisboa/Teatro Romano para a classificação do Museu de Lisboa - Teatro Romano
Decreto n.º 47 984, DG, I Série, n.º 233, de 6-10-1967 (ver Decreto)
Despacho de homologação de 1-09-1967
Parecer den21-07-1967 da 1.ª Subsecção da 2.ª Secção da JNE a propor a classificação como IIP
Proposta de 8-06-1967 da CM de Lisboa para a classificação como VC
ZEPAnúncio n.º 18/2022, DR, 2.ª série, n.º 29, de 10-02-2022 (ver Anúncio)
Despacho de concordância de 15-12-2021 do diretor-geral da DGPC
Parecer favorável de 22-09-2021 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura
Proposta de 13-11-2020 do Departamento dos Bens Culturais da DGPC para que se mantenha a ZEP existente
Despacho de 18-10-2011 do diretor do IGESPAR, I.P. a concordar com o parecer e a devolver o processo à DRC de Lisboa e Vale do Tejo para apresentar propostas de ZEP individuais, ou conjuntas nos casos em que tal se justifique
Parecer de 10-10-2011 da SPA do Conselho Nacional de Cultura a propor o arquivamento
Proposta de 22-08-2006 da DR de Lisboa para a ZEP conjunta do Castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa, Baixa Pombalina e imóveis classificados na sua área envolvente
Portaria de 28-02-1969, publicada no DG, II Série, n.º 71, de 25-03-1969 (com restrição)
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12737527
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaSítio
As ruínas do teatro romano de Lisboa situam-se no centro histórico da cidade, na encosta do Castelo de S. Jorge, surgindo semi-soterradas a cerca de 8 metros de profundidade. As construções à cota mais baixa correspondem, também, às áreas que melhor se conservaram por terem sido escavadas nos afloramentos da colina, ao mesmo tempo que aproveitaram o seu declive natural.
Construído no período do Imperador Augusto, nos primeiros anos do século I, restam dessa fase vários elementos decorativos (capitéis, cornijas, bases, fustes) e parte da sua estrutura. Durante a época de Nero, nomeadamente em 57 d. C., o teatro sofre uma remodelação, essencialmente ornamental, sendo marmorizada a sua parte central com a repavimentação da orchaestra e renovação do proscaenium e do pulpitum calculando-se que teria tido capacidade para cerca de 4000 espectadores. Hoje é possível ver a orchestra de planta semicircular, ainda com alguns vestígios do antigo pavimento em mosaico e toda a infra-estrutura do palco observando-se, igualmente, o piso em opus signinum do hyposcaenium, assim como os pilares paralelepipédicos sobre os quais assentavam as traves de madeira que suportavam o pulpitum. Com as obras de remodelação em 57 d. C., dá-se também a renovação da decoração com um embelezamento geral do teatro, mas mantendo a ordem decorativa original jónica da qual ainda hoje se podem ver algumas colunas, fustes e capiteis.
O teatro começa a ser desmantelado no século V/VI, sucedendo-se a este abandono, e durante os séculos seguintes, uma progressiva ocultação das estruturas.
Importa ainda referir as imponentes estruturas identificadas no interior do atual museu, correspondentes ao porticus post scaenam do teatro. O espólio encontrado neste importante sítio arqueológico indicam uma ocupação continuada do local não só durante o período romano. Entre o espólio exumado destacam-se as lucernas, os vários tipos de ânforas, fragmentos de sigillatas tardias, loiça de cozinha em cerâmica comum e vidrada, loiça brunida, fragmentos de majólica, azulejos, vidros e porcelana do século XVIII.

História
O Teatro Romano de Lisboa foi descoberto por volta de 1798 quando, um pouco por toda a cidade, se procedia à abertura de caboucos com o objetivo de reconstruir a cidade duramente afetada pelo terramoto de 1755. O arquiteto Francisco Xavier Fabri, responsável por várias obras na cidade, ao ficar ao corrente desta descoberta, procedeu a escavações no local efetuando, simultaneamente, um levantamento gráfico pormenorizado do estado de conservação do teatro de Olisipo. Este registo, de uma importância extraordinária, mostra algumas áreas do monumento que, na altura, estavam praticamente intactas como o muro do proscaenium bem como outras estruturas que foram depois destruídas sendo as suas pedras reaproveitadas para a construção de novos edifícios, nomeadamente os que se ergueram por cima das ruínas, resultando no desaparecimento progressivo do monumento. Apenas em 1964 o teatro voltará a ser descoberto por Fernando de Almeida, procedendo Irisalva Moita às primeiras escavações com fins científicos na área entre o hyposcaenium e a imma cavea . Nos anos 80 o local é novamente alvo de escavações arqueológicas tendo Câmara Municipal de Lisboa criado, em 1989, o "Gabinete Técnico do Teatro Romano", dando seguimento a diversas campanhas arqueológicas que permitiram determinar, com maior rigor, a área de ocupação do teatro. Mais tarde foi também desenvolvido um extenso projeto de valorização e musealização do espaço, resultando hoje no mais importante "Museu de Sítio" da cidade, núcleo este que integra exposições distribuídas por dois edifícios de distintas épocas, um setecentista e outro já dos finais do séc. XIX .

Maria Ramalho/DGPC/2019.
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPCasa de Brás de Albuquerque (casa dos Bicos), fachadaCastelo de São Jorge e resto das cercas de LisboaIgreja da Conceição VelhaIgreja de Santo António de Lisboa e sacristiaLisboa PombalinaLápides das Pedras NegrasPortal principal da Igreja da MadalenaSé de Lisboa
Outra Classificação
Nº de Imagens18
Nº de Bibliografias15

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Os Capitéis Romanos do Teatro de Olisipo", Miscellanea em Homenagem ao Professor Bairrão OleiroRIBEIRO, Maria Antonieta Brandão S.Edição1996Lisboapp. 477-484
"Notícia sobre o teatro de Nero, em Lisboa".vol. 5, p. 561ALMEIDA, D. Fernando deEdição1966Porto
Dissertação Crítico-Filológico-Histórica Sobre o verdadeiro anno, manifestas causas, e attendiveis circumstancias da erecção do Tablado e Orquestra do antigo Theatro Romano, descoberto na excavação da Rua de São Mamede perto do Castelo desta Cidade,AZEVEDO, Luís AntónioEdição1815Lisboa
"Escavando entre papéis: sobre a descoberta, primeiros desaterros e destino das ruínas do teatro romano de Lisboa".Vir bonus peritissimus aeque. Estudos de homenagem a Arnaldo do Espírito Santo. p. 389-409.FABIÃO, Carlos Jorge SoaresEdição2013Lisboa
"O teatro de Lisboa: intervenção arqueológica de 2001". In MÁRQUEZ MORENO, Carlos; VENTURA VILLANUEVA, Ángel, eds. - Jornadas sobre teatros romanos en Hispania. Actas del Congreso Internacional de Cordoba, 12 a 15 de nov. de 2002. p. 181-204.FERNANDES, LídiaEdição2006Cordoba
"Teatro romano de Lisboa: os caminhos da descoberta e os percursos da investigação arqueológica". Revista Al-Madan, Vol. 15, p. 27-39.FERNANDES, LídiaEdição2007Almada
"O museu do teatro romano (Lisboa): um teatro, um museu e um projecto de investigação". Arqueologia & História, vol. 64-65, p. 109-123.FERNANDES, LídiaEdição2013Lisboa
"Museu do Teatro Romano (2001-2013): Balanço de uma década de intervenção e novos projectos para o espaço museológico". Revista Al-Madan, IIª série, p. 51-62.FERNANDES, LídiaEdição2013Almada
"Teatro romano de Olisipo: a marca do novo poder romano". In Arqueologia em Portugal - 150 anos, p. 765-773.FERNANDES, LídiaEdição2013Lisboa
"Museu de Lisboa - Teatro Romano: um museu e um monumento romano na cidade." In I Encontro de Arqueologia Urbana: uma cidade em escavação (Teatro Aberto, 26-28 novembro 2015), p. 193-211.FERNANDES, LídiaEdição2017Lisboa
"Ocupação baixo medieval do teatro romano de Lisboa: a propósito de uma estrutura hidráulica cerâmicas vidradas e esmaltadas", vol. 10, p. 159-183.FERNANDES, LídiaEdição2008Porto
"Ocupação baixo medieval do teatro romano de Lisboa: a propósito de uma estrutura hidráulica cerâmicas vidradas e esmaltadas", vol. 10, p. 159-183.MARQUES, AntónioEdição2008Porto
"Ocupação baixo medieval do teatro romano de Lisboa: a propósito de uma estrutura hidráulica cerâmicas vidradas e esmaltadas", vol. 10, p. 159-183.TORRES, AndreiaEdição2008Porto
"Entre o teatro romano e a Sé de Lisboa: evolução urbanística e marcos arquitectónicos da antiguidade à reconstrução pombalina". In Revista de História de Arte, Volume 11, p. 19-33.FERNANDES, LídiaEdição2014Lisboa
"Entre o teatro romano e a Sé de Lisboa: evolução urbanística e marcos arquitectónicos da antiguidade à reconstrução pombalina". In Revista de História de Arte, Volume 11, p. 19-33.ALMEIDA, Rita FragosoEdição2014Lisboa
"Entre o teatro romano e a Sé de Lisboa: evolução urbanística e marcos arquitectónicos da antiguidade à reconstrução pombalina". In Revista de História de Arte, Volume 11, p. 19-33.LOUREIRO, José CarlosEdição2014Lisboa
"Entre a Antiguidade Tardia e a Época Visigótica: novos dados sobre a decoração arquitectónica na cidade de Lisboa". In Revista Portuguesa de Arqueologia, nº 17, p. 225-243.FERNANDES, LídiaEdição2014Lisboa
"Entre a Antiguidade Tardia e a Época Visigótica: novos dados sobre a decoração arquitectónica na cidade de Lisboa". In Revista Portuguesa de Arqueologia, nº 17, p. 225-243.FERNANDES, Paulo AlmeidaEdição2014Lisboa
"Museu de Lisboa - Teatro Romano: um equipamento dedicado à História da cidade". In Revista Al-Madan, II série (20), p. 229-231.FERNANDES, Paulo AlmeidaEdição2016Almada
"Museu de Lisboa - Teatro Romano: um equipamento dedicado à História da cidade". In Revista Al-Madan, II série (20), p. 229-231.MONTEIRO, Joana SousaEdição2016Almada
"Relatório dos trabalhos arqueológicos no teatro romano 1967-1969"MOITA, Irisalva NóbregaEdição1969Lisboa

IMAGENS

Ruínas do Teatro Romano - Vista geral da escavação (1995?).

Ruínas do Teatro Romano - Vista parcial de uma das zonas intervencionadas

Ruínas do Teatro Romano - Vista parcial de uma das zonas intervencionadas

Ruínas do Teatro Romano - Vista parcial de uma das zonas intervencionadas

Ruínas do Teatro Romano - Vista parcial de uma das zonas intervencionadas

Ruínas do Teatro Romano - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 71, de 25-03-1969 - Texto e planta do diploma

Ruínas do Teatro Romano - Planta relativa ao anúncio de abertura do procedimento de ampliação e reclassificação como MN

Museu de Lisboa-Ruínas do Teatro Romano - sítio arqueológico numa perspetiva de poente para nascente. Em primeiro plano a área do hyposcaenium (parte inferior ao palco). José Avelar, EGEAC-CML, 2015.

Ruínas do Teatro Romano - Sítio arqueológico numa perspetiva de nascente para poente da área inferior ao palco: zona do hyposcaenium. Em primeiro plano uma bacia revestida a opus signinum (cimento romano impermeabilizador), destinada a recolha de água. José Avelar, EGEAC-CML, 2015.

Museu de Lisboa - Teatro Romano - Fachada norte com frente para a Rua de São Mamede. Do lado esquerdo o sítio arqueológico. José Avelar, EGEAC. CML.2015.

Museu de Lisboa - Teatro Romano - Área inferior à receção do museu, onde se localiza o interior de uma habitação do séc. XVII. José Avelar, EGEAC. CML.2016.

Museu de Lisboa - Teatro Romano - Fachada do museu junto à Rua de Augusto Rosa. José Avelar, EGEAC-CML. 2015.

Museu de Lisboa - Teatro Romano - Sítio arqueológico numa perspetiva de nascente para poente. Em primeiro plano o corredor do Aditus Maximus e, ao fundo, a área semicircular da orchestra. José Avelar, EGEAC. CML, 2016.

Museu de Lisboa - Teatro Romano - aspeto geral das estruturas do sítio arqueológico tendo ao fundo a tela que apresenta a reconstituição provável da imma cavea do teatro (nível inferior de bancadas). José Avelar, EGEAC-CML.2016.

Museu de Lisboa - Teatro Romano - Interior da área expositiva, perspetiva de nascente para poente. José Avelar, EGEAC- CML.2016.

Museu de Lisboa - Teatro Romano. José Avelar, EGEAC. CML.2016.

Museu de Lisboa - Teatro Romano - Área inferior à receção do museu e interior de habitação do séc. XVII que aproveitou as estruturas romanas do porticus post scaenam . Ao fundo, arco estrutural do séc. XIX e, do lado esquerdo, passadiço metálico que permite a ligação ao piso do mezanino do museu, assim como à plataforma elevatória. José Avelar, EGEAC- CML, 2016.

Museu de Lisboa - Teatro Romano. José Avelar, EGEAC. CML.2016.

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