Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Monumento pré-histórico da Praia das Maçãs
Designação
DesignaçãoMonumento pré-histórico da Praia das Maçãs
Outras Designações / PesquisasTholos do Outeiro das Mós / Tholos da Praia das Maçãs (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Tholos
TipologiaTholos
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Sintra/Colares
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
- -Outeiro das Mós Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.826382-9.46634
DistritoLisboa
ConcelhoSintra
FreguesiaColares
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 735/74, DG, I Série, n.º 297, de 21-12-1974 (ver Decreto)
Despacho de homologação de 22-11-1971 do Secretário de Estado da Administração Escolar
Novo parecer de 12-11-19871 da 1.ª Subsecção da 2.ª Secção da JNE Edital N.º 45/71 da CM de Sintra
Despacho de homologação de 27-10-1970 do Subsecretário de Estado da Administração Escolar
Parecer de 16-10-1970 da 1.ª Subsecção da 2.ª Secção da JNE a propor a classificação como MN
ZEPPortaria n.º 49/2014, DR, 2.ª série, n.º 14, de 21-01-2014 (com ZNA) (ver Portaria)
Edital N.º 185 de 30-05-1996 da CM de Sintra
Despacho de homologação de 7-09-1995 do Subsecretário de Estado da Cultura
Parecer de 3-07-1995 do Conselho Consultivo do IPPAR a propor a fixação de uma ZEP
Despacho de concordância de 22-07-1993 do vice-presidente do IPPAR
Proposta de 22-07-1993 do IPPAR para a fixação de uma ZEP
Zona "non aedificandi"Portaria n.º 49/2014, DR, 2.ª série, n.º 14, de 21-01-2014
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181502
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaOs estudos desenvolvidos na península de Lisboa têm demonstrado, depois da actividade precursora do engenheiro militar e geólogo Carlos Ribeiro (1813-1882), a riqueza arqueológica das suas regiões, com realce para a sintrense, como comprova o número de arqueosítios já identificado e escavado. Uma presença humana bem patente nos diferentes testemunhos megalíticos aí existentes, acentuados por um marcado poliformismo denunciador da diversidade de influências culturais diacrónicas e sincrónicas observadas na actual península de Lisboa. Tipologia esta que, também, na região de Sintra, se encontra bem representada por alguns exemplares, como no caso dos tholoi, essencialmente destinados a inumações colectivas.
Data de 1929 a primeira referência ao "Monumento pré-histórico da Praia das Maçãs", descoberto no decorrer de trabalhos agrícolas. Mas apesar da sua importância, parece não ter despertado a atenção dos responsáveis pelos destinos da Arqueologia no país. Foi necessário esperar para que, já no início dos anos sessenta, os arqueólogos Vera Leisner, pelo Instituto Arqueológico Alemão, Georges Zbyszewski (1909-1998) e Octávio da Veiga Ferreira (1917-?), em representação dos Serviços Geológicos de Portugal, localizassem, no âmbito de um projecto centrado nos sepulcros pré-históricos dos arredores de Lisboa, os artefactos recolhidos por um particular ainda na década de trinta (GONÇALVES, J. L. M., 1988, pp. 29-33). A sua análise despertou-lhes de imediato o maior interesse, acabando por visitar o sítio e decidir escavá-lo nos anos seguintes, num esforço retomado já em finais dos anos setenta, dessa feita sob orientação de João Ludgero Marques Gonçalves.
Em termos estruturais, estamos em presença de um tholos, "[...] cujas afinidades morfológicas mediterrânicas são bastante incisivas [...]." (JORGE, S. de O., 1990, p. 126).
Escavado na rocha durante o Calcolítico (Id., Idem, p. 186), este monumento megalítico apresenta uma estrutura bastante complexa. Era a partir de uma câmara situada a Ocidente de planta subcircular com cerca de dois metros de diâmetro máximo e eventualmente revestida, na origem, por esteios pétreos, que se acedia, através de um pequeno corredor, a uma estrutura de igual modo escavada na rocha, embora disposta transversalmente e dividida em três sectores funcionais: "[...] um sector central, com abertura para a tholos, e duas câmaras laterais revestidas de esteios." (GONÇALVES, J. L. M., Idem, p. 33). Uma distribuição espacial assaz peculiar que parece acentuar o seu carácter híbrido, possivelmente decorrente do reaproveitamente de um hipogeu erguido entre o Neolítico Médio e o Neolítico Recente, numa clara demonstração de reutilização e reapropriação de lugares simbólicos por parte de comunidades apartadas entre si no tempo.
Quanto à tholos, propriamente dita, composta de câmara circular com um diâmetro de aproximadamente cinco metros e meio, ela destaca-se pelo facto de as paredes terem sido construídas com muros formados por lajes calcárias colocadas horizontalmente. E é no centro do seu solo argiloso aplanado que se anotou a presença de uma cavidade para colocação de um pilar de sustentação da cobertura, de "falsa cúpula", tipo "clarabóia". No lado oposto à entrada da câmara ocidental abre-se o corredor de acesso ao exterior da tholos, com cerca de três metros e meio de comprimento, que conduzia a um átrio (Id., Idem, pp. 33-35).
Do espólio, destacam-se os materiais filiados no horizonte da cultura megalítica. São disso exemplo os micrólitos geométricos, lâminas (com ou sem retoque) pontas de seta de base rectangular ou pedunculada, enxós e machados polidos, alfinetes em osso de cabeça segmentada, além das características placas de xisto gravadas e dos "ídolos cilindricos". Em relação aos recipientes cerâmicos, distinguem-se os lisos de forma esférica, taças em calote e carenadas.
[AMartins]
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens4
Nº de Bibliografias8

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Manifestações do sagrado na Pré-História do Ocidente peninsular1: 4. A "síndrome das placas loucas", Revista Portuguesa de ArqueologiaGONCALVES, Victor Manuel dos SantosEdição2003Lisboa6:1, pp. 131-157
"Complexificação das sociedades e sua inserção numa vasta rede de intercâmbios", Nova História de PortugalJORGE, Vítor de OliveiraEdição1990Lisboapp. 213-255
"Monumento pré-histórico da Praia das Maçãs (Sintra). Notícia preliminar", SintriaGONÇALVES, João Ludgero MarquesEdição1988SintraI-II, to. 1, 1982/83, pp. 29-57
"Sobre a cronologia absoluta das grutas artificiais da Estremadura portuguesa", Al-madanCARDOSO, JoãoEdição1995Almada.2ª Série: n.º 4, pp. 10-13
"Sobre a cronologia absoluta das grutas artificiais da Estremadura portuguesa", Al-madanSOARES, António Manuel MongeEdição1995Almada.2ª Série: n.º 4, pp. 10-13
"Les monuments préhistoriques de Praia das Maçãs et de Casainhos", Memórias dos Serviços Geológicos de PortugalLEISNER, VeraEdição1969Lisboanova série: n.º 16
"Les monuments préhistoriques de Praia das Maçãs et de Casainhos", Memórias dos Serviços Geológicos de PortugalZBYSZEWSKI, GeorgesEdição1969Lisboanova série: n.º 16
"Les monuments préhistoriques de Praia das Maçãs et de Casainhos", Memórias dos Serviços Geológicos de PortugalFERREIRA, Octávio da VeigaEdição1969Lisboanova série: n.º 16
"Manifestações do sagrado na Pré-história do Ocidente Peninsular: 4. A "síndrome das placas loucas", Revista Portuguesa de ArqueologiaGONCALVES, Victor Manuel dos SantosEdição2003Lisboavol. 6, n.º 1, pp. 131-157
"A consolidação do sistema agro-pastoril", Nova História de PortugalJORGE, Susana de OliveiraEdição1990Lisboapp. 102-162
"Desenvolvimento da hierarquização social e da metalurgia", Nova História de PortugalJORGE, Susana de OliveiraEdição1990Lisboavol. I - Portugal das Origens à Romanização, pp. 181-187

IMAGENS

Monumento pré-histórico da Praia das Maçãs - Vista parcial

Monumento pré-histórico da Praia das Maçãs - Planta com a delimitação e a ZEP homologada (a ZEP só entra em vigor após publicação no DR)

Monumento pré-histórico da Praia das Maçãs - Planta com a delimitação e a ZGP que esteve em vigor até ser fixada a ZEP

Monumento pré-histórico da Praia das Maçãs - Planta com a delimitação e a ZEP (que inclui uma ZNA) em vigor

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