Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Estação arqueológica situada na Herdade da Sala (Gruta do Escoural)
Designação
DesignaçãoEstação arqueológica situada na Herdade da Sala (Gruta do Escoural)
Outras Designações / PesquisasGruta do Escoural (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Gruta - Itinerários Arqueológicos do Alentejo E Algarve
TipologiaGruta - Itinerários Arqueológicos do Alentejo E Algarve
CategoriaArqueologia
Inventário TemáticoItinerários Arqueológicos do Alentejo e Algarve
Localização
Divisão AdministrativaÉvora/Montemor-o-Novo/Santiago do Escoural
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Herdade da Sala, Lugar da Fonte NovaSantiago do Escoural Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.543481-8.137636
DistritoÉvora
ConcelhoMontemor-o-Novo
FreguesiaSantiago do Escoural
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 45 327, DG, I Série, n.º 251, de 25-10-1963 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO sítio arqueológico do Escoural integra um santuário rupestre ao ar livre datado do neolítico final, um povoado fortificado da Idade do Cobre, um tholos ou sepulcro megalítico e uma gruta. Embora o processo de classificação tenha sido desenvolvido com a designação de estação arqueológica, a gruta é de facto o seu ponto fulcral, e o único elemento classificado do conjunto (o Tholos do Escoural encontra-se em vias de classificação).
A Gruta do Escoural constitui uma cavidade natural formada num afloramento granítico implantado numa vasta faixa de calcários, numa zona de verdadeira encruzilhada localizada entre as bacias hidrográficas do Tejo e do Sado e a peneplanície alentejana. Encontrando-se parcialmente selada por um espesso manto estalagmítico, é constituída por várias salas e galerias que atestam, grosso modo, cerca de 50 000 anos de História, ilustrados pelas representações gráficas realizadas no seu interior.
A primeira ocupação remonta ao Paleolítico Médio, quando grupos de caçadores-recolectores neanderthalenses utilizaram a Gruta como abrigo temporário durante a prática da caça, cujo alvo principal seria, entre outros, o auroque, o veado e o cavalo, a julgar pelos vestígios osteológicos aí encontrados. Durante o Paleolítico Superior (35 000-8 000 a.C.), o espaço da Gruta sofreu um reaproveitamento, surgindo, então, um santuário rupestre concebido por grupos anatomicamente considerados modernos. Data precisamente desta época a utilização das paredes do seu interior como suporte de realização de diversos motivos artísticos, inseridos no vasto universo da denominada "Arte Pré-histórica".
No epicentro destas representatividades encontra-se sempre o elemento faunístico, com especial destaque para os equídeos e os bovídeos, geralmente pintados a negro. Está ainda presente um outro conjunto de componentes realizado a encarnado, com uma carga simbólica que muito dificilmente poderemos interpretar, pelo facto de se conectarem, muito provavelmente, a uma imagética e espiritualidade muito próprias, das quais se perderam, há muito, os registos.
Foi, contudo, somente com a emergência do Neolítico (5 000 a.C.-3 000 a.C.), que a Gruta foi transformada em cemitério das comunidades de agricultores e pastores localizadas nas suas imediações. O ritual funerário é composto de deposição, à superfície, do morto no seu interior, acompanhado de espólio constituído por diversos artefactos, tais como vasos cerâmicos, machados e enxós em pedra polida, lâminas e lamelas em sílex, além de diferentes tipos de adornos realizados em osso e concha.
Terão sido estes mesmos grupos populacionais que, aproveitando as lajes calcárias do exterior da Gruta, gravaram diversos motivos esquemáticos e animais estilizados, formando um santuário rupestre ao ar livre no cerro que se lhe sobrepõe.
Quando, no final do Neolítico, a Gruta foi encerrada, o seu espaço começou a ser habitado por comunidades do Calcolítico (2 000 a.C.), construindo-se um povoado fortificado, assim como um tholos megalítico de falsa cúpula, situado a uma distância de cerca de 600 metros, caracterizado por câmara circular, corredor e átrio de acesso ao seu interior.
Os diferentes espólios encontrados, quer em contexto habitacional, quer funerário, parecem evidenciar a prática agrícola, pastorícia e mineira destas populações.
Tendo sido descoberta ocasionalmente a 17 de Abril de 1963, deu-se de imediato início a uma campanha de escavações da responsabilidade do Museu Nacional de Arqueologia, ao mesmo tempo que o sítio era classificado como "Monumento Nacional" em 25 de Outubro do mesmo ano, e adquirido pelo Estado Português em 1998.
AMartins / FMM, IGESPAR, I.P., 11.08.2011
ProcessoLugar da Fonte Nova. O acesso à Gruta faz-se pela EN 370 que liga a povoação de Santiago do Escoural, da qual dista cerca de 2 km, ao entroncamento com a EN 114 (Montemor-o-Novo-Évora).
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens1
Nº de Bibliografias7

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Descobertas de arte rupestre na Gruta do EscouralMONTEIRO, Jorge PinhoEdiçãoPublicado a 1980
Manifestações neoliticas no contexto dos testemunhos pre-historicos do Outeiro da Herdade da Sala (Escoural, Montemor-o-Novo, Portugal)SANTOS, Manuel Farinha dosEdiçãoPublicado a 1985
Descobertas de arte rupestre na Gruta do EscouralGOMES, Mário VarelaEdiçãoPublicado a 1980
A ceramica cardial da Gruta do Escoural ISANTOS, Manuel Farinha dosEdiçãoPublicado a 1971
Descobertas de arte rupestre na Gruta do EscouralSANTOS, Manuel Farinha dosEdiçãoPublicado a 1980
Gruta do Escoural: Necrópole Neolítica e Arte Rupestre PaleolíticaARAÚJO, Ana CristinaEdição1995LisboaTrabalhos de Arqueologia, 8 ISSN : 0871-25 Tipo : Colecção - Trabalhos de Arqueologia Esta monografia é o resultado quer da revisão e contextualização de materiais provenientes de antigas escavações arqueológicas, quer dos levantamentos da arte parietal na Gruta do Escoural. Neste âmbito assume especial relevo a publicação do Corpus dos motivos artísticos (pintura e gravura) identificados até esta data nesta cavidade
Gruta do Escoural: Necrópole Neolítica e Arte Rupestre PaleolíticaLEJEUNE, MaryliseEdição1995LisboaTrabalhos de Arqueologia, 8 ISSN : 0871-25 Tipo : Colecção - Trabalhos de Arqueologia Esta monografia é o resultado quer da revisão e contextualização de materiais provenientes de antigas escavações arqueológicas, quer dos levantamentos da arte parietal na Gruta do Escoural. Neste âmbito assume especial relevo a publicação do Corpus dos motivos artísticos (pintura e gravura) identificados até esta data nesta cavidade
Gruta do Escoural. Arte ParietalGOMES, Mário VarelaEdiçãoLisboaRoteiro da arte paleolítica parietal da Gruta do Escoural
"Recherche à la grotte d'Escoural: apports pour la conservation des tracés préhistoriques", Revista Património - Estudos, nº8, pp.130-137MALAURENT, PhilippeEdição2005Lisboa
"Recherche à la grotte d'Escoural: apports pour la conservation des tracés préhistoriques", Revista Património - Estudos, nº8, pp.130-137BRUNET, JacquesEdição2005Lisboa
Escoural - Uma gruta pré-histórica no AlentejoSILVA, António CarlosEdição2011

IMAGENS

Estação arqueológica na Herdade da Sala (Gruta do Escoural) - Interior da gruta: vestígios da pintura parietal

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