Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de São Manços
Designação
DesignaçãoIgreja de São Manços
Outras Designações / PesquisasCapela de São Mansos / Igreja Paroquial de São Manços (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaÉvora/Évora/São Manços e São Vicente do Pigeiro
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo da IgrejaAldeia de São Manços Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.458573-7.752674
DistritoÉvora
ConcelhoÉvora
FreguesiaSão Manços e São Vicente do Pigeiro
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 26-A/92, DR, I Série-B, n.º 126, de 1-06-1992 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
CadastroMatriz predial urbana artº nº 628
AFECTACAO12699926
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA 20 Km de Évora, a pequena aldeia de São Manços evoca a figura lendária do primeiro bispo de Évora e um dos Apóstolos da Lusitânia. Ao que tudo indica, aqui existiu uma propriedade associada a esta importante figura do Cristianismo inicial peninsular, lugar de peregrinação regional durante toda a Alta Idade Média, até à trasladação das suas relíquias para o mosteiro de Sahagún, em Espanha. No século XI, o texto conhecido como Passion de San Mancio dá conta de existência de um templo com baptistério e martirium. Curiosamente, a capela-mor da actual igreja, de planta quadrangular e construída com grandes silhares bem aparelhados, é a parte mais antiga e pode datar desse passado altimedieval. Segundo uns, de época visigótica; de acordo com outros, obra moçárabe, impõe-se como um dos mais importantes vestígios medievais do aro de Évora.
No final da Idade Média, a aldeia era pertença da Catedral eborense, com o estatuto de herdade rural, ou quinta, datando, dessa altura, a reforma tardo-gótica do templo mas que, infelizmente, se perdeu nas profundas alterações verificadas na época moderna. Uma pia baptismal, com decoração animalista, e um reutilizado capitel, são os elementos que restam desse período. Provenientes da igreja de São Francisco de Évora, aqui existiam quatro tábuas atribuídas a Francisco Henriques, datáveis dos inícios do século XVI e actualmente na Casa dos Patudos, em Alpiarça, para onde transitaram em 1921.
Data de finais do século XVI e inícios do século XVII a principal campanha remodeladora, responsável pela feição que o conjunto hoje ostenta. Sob o governo ibérico de Filipe I, em 1591, foi possível restituir à aldeia as relíquias do seu santo mártir, processo consumado a 20 de Maio de 1624, "com soleníssima pompa e procissão" (ESPANCA, 1966, p.374). Entre estas duas balizas cronológicas deve situar-se a campanha mencionada.
A fachada principal é o elemento de maior monumentalidade e cenografismo, não obstante a modéstia das suas partes mais altas. No piso térreo, um narthex de tripla arcada (orientada a Ocidente, Norte e Sul), construído em cantaria e com vãos abatidos contrasta flagrantemente com os registos superiores. Aqui, duas torres quadrangulares pretenderam conferir maior monumentalidade ao monumento, através de uma fachada harmónica, mas a sua pouca altura e, principalmente, a sua reduzida secção planimétrica invalidaram esta pretensão.
O interior reforça a singeleza do projecto. De nave única coberta por madeira e capela-mor diminuta, revestida de azulejos tipo tapete, de fábrica lisboeta dos meados do século XVII (ESPANCA, 1966, p.375), apresenta um figurino comum à esmagadora maioria das igrejas do reino, fiel a um dispositivo arquitectónico e espacial conotado com o estilo chão.
O recheio artístico é estilisticamente heterogéneo. Os dois retábulos laterais, abertos nas paredes da nave, parecem ser contemporâneos da reforma seiscentista, apesar de se encontrarem cobertos por uma pintura claramente posterior. A ladear o arco triunfal, outros dois retábulos, datados do século XVIII e em estilo rococó. Ainda no interior, destaca-se a imagem de São Manços, tutelar do templo, obra barroca dos inícios do século XVII e contemporânea da reforma moderna.
Em 1962, por iniciativa do então pároco, a igreja foi objecto de um restauro selectivo, que comprometeu algumas peças de mobiliário litúrgico e de património integrado. Mais recentemente, uma intervenção arqueológica de emergência possibilitou a identificação de numeroso material romano, que veio provar a ocupação cristã do local sobre uma anterior villa, bem como a continuidade cronológica pela Alta Idade Média.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens5
Nº de Bibliografias5

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Inventário Artístico de Portugal, vol. VII (Concelho de Évora - volume I)ESPANCA, TúlioEdição1966LisboaO vol. II é totalmente dedicado às ilustrações.
Subsídios para a História da Santa Casa da Misericórdia de Évora, vol. IGUSMÃO, Armando Nobre deEdição1958
A Talha em PortugalSMITH, Robert C.Edição1962Lisboa
"Inovação e resistência: dados recentes sobre a antiguidade cristã no ocidente peninsular", IV Reunião de Arqueologia Cristã Hispânica (Lisboa, 1992), 1995, pp.17-68REAL, Manuel LuísEdição1995
"Portugal: cultura visigoda e cultura moçárabe", Visigodos y Omeyas. Un debate entre la Antiguedad Tardia y la Alta Edad Media, pp.21-75REAL, Manuel LuísEdição2000Madrid

IMAGENS

Igreja de São Manços - Fachada lateral e vista parcial da cabeceira

Igreja de São Manços - Interior da capela-mor: retábulo-mor

Igreja de São Manços - Interior: nicho com imagem Virgem e o Menino (séc. XIV)

Igreja de São Manços - Interior: coro-alto

Igreja de São Manços - Interior: azulejos no arco do cruzeiro

MAPA

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